Capítulo III - Conhecendo o Inimigo (+18)

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--- Levi. - Ele falou baixinho. Fazendo-me parar.

--- Ok... Levi. O que vieram fazer aqui?

--- Não percebeu? Matar todos vocês. - Ele fez um barulho com a boca e me encarou mortalmente.

--- Por que vieram matar pessoas inocentes? - Ameacei cortar mais para cima.

Ele se aproximou de mim em um tranco, puxando os braços com tudo, fazendo um enorme barulho das algemas batendo no ferro da escada. Ficando com a face de seu rosto totalmente perto do meu, afim de me amedrontar.

--- Eu, vou te matar! - Ele disse pausadamente e furioso, me fazendo desistir. Soltei a faca no chão e me sentei. Chorei. Chorei tanto que o desespero me dominou, flashes de um filme corriam em minha mente, relembrando os momentos mais recentes.

Estava perdida, sem ter o que fazer, o que pensar, abandonada e sozinha novamente... No escuro... Em busca de resgate, mas, diferente da última vez, a ajuda não viria.

--- Eu só quero proteger meu pai. Eu só quero saber se ele está vivo! Eu preciso. - Levei meus braços por cima dos meus joelhos e me abracei, buscando algum conforto naquela situação angustiante. Lágrimas escorriam pelo meu rosto, enquanto eu colocava para fora tudo o que estava sentindo.

Imagens horríveis preenchiam minha mente, cenas cruéis e perturbadoras que me tiravam do rumo certo em que deveria seguir.
A preocupação me cegava, e a dor em meu coração me impelia a agir sem pensar. Precisava encontrar forças para manter o foco e raciocinar com clareza.

Num momento de desespero insuportável, agarrei a pistola do meu coldre, apontando-a para minha própria testa, enquanto gritava, esvaziando todos os sentimentos que me cercavam. Parecia não haver mais saída, apenas um abismo sombrio.

--- Mas que porra você tá fazendo? Vai realmente se matar e me deixar apodrecendo nesse lixo de lugar, enquanto definho? Olha sinceramente.

--- Cala a boca! - O cortei antes que continuasse, sua brusquidão me irritava, mas suas palavras me atingiam de alguma forma.

--- Sinceramente acho melhor você me soltar e resolvemos isso.

Ele insistia, tentando me convencer a soltá-lo. Mas a fúria que habitava em mim me tornava surda às suas súplicas. Eu ainda segurava a arma, tremendo, meu punho cerrado socando o chão com força. Gritos de alívio e desespero se misturavam, eu estava além de qualquer lógica ou razão.

--- Pirralha, se você me soltar, eu posso... - Ele tentava argumentar, mas foi cortado abruptamente.

--- Eu mandei, você calar a porra da sua boca. - Gritei novamente, desta vez com mais firmeza, fechando os olhos e respirando profundamente. Tentava bloquear sua voz e recuperar meu controle.

--- Não. Você vai me ouvir... - Ele continuou falando até que levantei furiosa e bati com a arma em seu rosto, fazendo-o cuspir sangue.

--- Se não calar a boca. - Agora ele me cortou.

--- Vai fazer o que? Me matar? Se você fosse realmente me matar, já teria feito isso. - Seu olhar provocativo me causou calafrios.

Abaixei-me e puxei seu cabelo para trás, apertando sua mandíbula e colocando a ponta da arma dentro de sua boca.
A arma estava destravada, pronta para ser usada.

--- Eu queria muito poder te matar, mas eu preciso que me diga para onde estão levando as pessoas. Preciso salvar meu pai, preciso salvar o Eren. - Disse com a voz trêmula.

Ele me encarou, seus olhos refletindo dor e ódio. - Mas se você não me ajudar, vou deixar você aqui, algemado, sozinho e na escuridão desse bueiro imundo. - Tirei a arma de sua boca, colocando-a de volta no coldre, enquanto juntava minhas coisas dentro da mochila.

Cidade em Chamas - Shingeki no Kyojin Where stories live. Discover now