Em "Cidade em Chamas", somos apresentados a uma cidade dividida em dois pela opressão do governo. As pessoas vivem separadas, sem esperanças de um futuro melhor. Porém, tudo muda de repente quando um ataque surpresa deixa um lado da cidade reduzido...
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--- Vai ficar parada aí, ou me deixar passar, garota? — Sua voz soou mais grossa do que de costume. Um calafrio percorreu minha espinha quando ele falou. Instintivamente, movi meu corpo para a esquerda, abrindo a porta para que ele passasse.
Ele vestia uma calça social preta, e uma camisa do mesmo jeito, branca, impecável, sem uma única mancha. Ele trazia em suas mãos algumas mudas de roupa. Eu apenas o observei enquanto ele entrava no quarto, colocando as roupas impecavelmente dobradas em cima da cama.
--- São da quatro-olhos, acho que o corpo dela é o que mais se parece com o seu.
--- Obrigada Capitão Levi. — Falei debochando de sua patente.
Ele voltou para a porta, olhou para o corredor e, com um movimento rápido, fechou a porta, ficando em minha frente.
--- Garota, não sei como pensa em agir quando atracarmos. Mas não posso deixar que te matem. Não agora. — Exclamou e me fez levantar uma sobrancelha observando. — Então, te darei uma um conselho, caso perguntem de onde você veio, diga que veio do campo de concentração de Marley e lutou bravamente para se tornar um guerreiro.
--- Campo de concentração? — O cortei.
--- Você só vai saber o necessário por enquanto. — Ele virou as costas e saiu do quarto.
Caminhei novamente até a porta e a tranquei. Sentei-me na cama e observei as roupas. Entre elas, havia outro uniforme, uma camisa social amarela, uma calça social da cor preta além de uma camisola branca.
Fechei as cortinas, mergulhando o quarto na penumbra da noite. Comecei a me despir, peça por peça, deixando a roupa em cima do sofá. Dirigi-me ao banheiro, que ficava ao lado do guarda-roupa. Era pequeno, mas tinha o essencial. Algumas toalhas estavam em cima da pequena pia. Entrei embaixo do chuveiro, e senti a água quente aliviando as dores e contusões que acumulei na guerra.
Com cuidado, lavei meus cortes e machucados, observando a sujeira da batalha escorrer pelo ralo. Meus cabelos receberam a carícia suave de um shampoo e condicionador de lavanda. Assim que saí, senti-me renovada.
Vesti apenas a camisola e, com os cabelos molhados, deitei-me na cama, entregando-me ao sono que me envolveu mais uma vez.
(...)
Pela manhã, um som de batida na porta me faz pular, o coração acelerado. Com cautela, me aproximo da porta e, hesitante, abro-a parcialmente, receosa de encontrar Levi novamente do outro lado.
--- Boooom diaaaa! — Hange praticamente grita, sua voz ecoando com entusiasmo. Seu sorriso é tão amplo quanto o horizonte. — Vamos, se troque, o café está sendo servido e você nem jantou ontem.
--- Sim, Tenente Hange. — Respondo com uma inclinação de cabeça, aliviada, fechando a porta atrás de mim. Rapidamente visto o uniforme verde, com um símbolo intrigante de duas asas nas costas.
