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Aisha Percival Belluci

Aquilo estava literalmente me sufocando, os quatros homens se mantinham calados deixando com que um suspense tomasse conta do ambiente, parecia que alguém tinha morrido e eles precisavam ter calma para me contar

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Aquilo estava literalmente me sufocando, os quatros homens se mantinham calados deixando com que um suspense tomasse conta do ambiente, parecia que alguém tinha morrido e eles precisavam ter calma para me contar.

— O senhor vai ficar nesse suspense ou...

— Esse é o John. - Apontou para o homem mais velho que sorriu gentilmente e estendeu sua mão para que eu o cumprimentasse. — E esses dois são seus filhos, Cedrico e Vincent. - Apontou para os dois mais novos que fizeram questão de seguir o mesmo padrão do senhor ao lado deles.

— Prazer em conhecê-los. - Murmuro olhando rapidamente para cada um e logo deixando meu olhar cair sobre o meu pai para que ele continuasse a falar.

— Como você sabe, as coisas estão difíceis para a nossa empresa, estamos ficando sem rendimento, a tabela em si está decaindo, nada parece como antes.

— Eu sei disso, mas estou tentando dar o meu máximo nisso, estou ficando até tarde para poder descobrir como podemos subir e voltar a ser como era. - Sento-me na cadeira a sua frente. — Se o senhor me contar sobre o desvio do dinhei...

— Não teve desvios nenhum Belluci. - O tom de sua voz já não era mais mansa, havia braveza em sua feição, ele odiava que eu tocasse nesse assunto, era nítido que meu pai aprontou alguma coisa, anos atrás. — Apenas decaímos, e seus serviços estão sendo mal feitos, se tivesse mais empenho e dedicação nada disso estaria acontecendo.

— Você está dizendo que a culpa da empresa estar uma merda, é minha e não a sua que afundou este caralho? - As veias de meu pescoço queriam saltar, era nítido que meu rosto já obtinha uma coloração avermelhada de raiva, afinal, era um absurdo meu próprio pai me dizer aquilo, sabendo que sou a filha que mais rala para tentar levantar a empresa da família.

— Não ouse usar essas palavras chulas comigo, sou o seu pai e o meu tom sempre será maior que o seu. - Levantou dando um tapa sobre a mesa, deixando com que os homens olhassem atentamente aquela cena grotesca. — Desculpem rapazes mas as vezes a filha acaba nos tirando do sério. - Disse dando a volta sobre a mesa e encostando de braços cruzados como se nada tivesse acontecido. — Bom, como iria dizendo... Aisha. - Olhou-me. — Pelo motivo da empresa estar indo a uma grande falência, John que era dono das fábricas mais bem sucedida de todo o país mas que infelizmente está passando pelo mesmo que nós e eu, chegamos a uma grande conclusão para que os dois negócios possam se dar bem. - O silêncio persistiu deixando com que apenas ele falasse naquele momento. — O negócio é o seguinte. - Encarou o loiro que se mantinha entretido em seus próprios anéis em sua mão, era nítido que nem ele gostaria de estar ali naquele momento. — John e eu achávamos que o ideal seria Você, e o Vincent casar.

Naquele instante, dei graças a Deus por estar sentada, pois se estivesse em pé, a minha pressão cairia bruscamente e eu poderia desmaiar ali mesmo, na frente de todos eles.

— Você não nos contou que viemos para isso. - O loiro se levantou, encarando seu próprio pai. — Está ficando maluco? Essa é a ideia mais ridícula que já ouvi em toda a minha vida. Tem meios melhores de fazer um negócio crescer.

— Não há mais meios filho, esse é o único. Juntar vocês dois trará uma grande vantagem, notícias iriam se espalhar, nossos nomes estarão de volta ao mundo e...

— E vocês fumaram uma maconha da pesada e estão alucinando. - Pela primeira vez consigo dizer algo depois da notícia.

— Não estamos alucinando, isso irá acontecer com vocês querendo ou não.

— Isso só pode ser piada. - Vincent riu de nervoso. — Eu tenho uma vida, tenho uma namorada maravilhosa, com quem irei casar, por que você não coloca o Cedrico? - Apontou para o menino que até então se mantinha calado.

— Porque você é o mais velho, e é o meu sucessor. - John aumentou o tom de voz. — e eu não ligo se você tem uma vida ou se namora, isso que estamos falando vai acontecer, não estamos aqui para pedir a opinião de vocês, não queremos saber se acham certo ou errado, apenas estamos comunicando o que será feito a partir de agora, então trate-se de dar um pé na bunda da sua namorada e começar a ter ideias de encontros maravilhosos para levar Aisha.

O embrulho do meu estômago tomou conta de mim, não conseguia ficar mais nenhum segundo naquela sala, sendo assim, levantei-me rapidamente para sair dali, mesmo com o meu pai gritando o meu nome diversas vezes, não dei ouvidos, continuei caminhando em passos rápidos e largos, pois sabia que ele estaria vindo atrás de mim.

Margot viu o desespero em meus olhos e não pensou duas vezes antes de entregar-me a minha bolsa rapidamente para que eu pudesse ir embora. Agradecendo apenas com a cabeça, corro para o elevador, meu pai parecia ter desistido de me impedir, fazendo com que eu desse graças a Deus, não queria vê-lo naquele instante, precisava ficar sozinha e gritar para que toda minha raiva, frustração e outros sentimentos sombrios saíssem de mim.

Aquilo era errado e sujo, estava me sentindo vendida pelo meu próprio pai, o choro preso em minha garganta se instalou mas eu não queria chorar, não naquele momento.

Amor em construção. - Vinnie Hacker Where stories live. Discover now