Capítulo 5

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- Yelena pov -

Depois de algum tempo procurando,finalmente encontrei a tal pousada. Desci do carro com a pequena mala,e caminhei por um caminho de pedras,o lugar era bem bonito,com as paredes pintadas de branco com detalhes azuis,também havia um pequeno jardim,e uma fonte. Quando cheguei a porta estava aberta,então apenas entrei.

- Olá? - Caminho em busca de alguém,mas nada. Começo a duvidar se era o lugar certo,embora fosse grande o suficiente para ser uma pousada,não havia ninguém,nenhum hóspede.
Quando chego aos fundos do lugar,vejo a continuidade do jardim,e um moço,sentado lendo jornal,não que tenha idade,mas parecia jovem para fazer esse tipo de coisa. Antes que possa perguntar qualquer coisa,ouço uma voz atrás de mim.

- Posso ajudar querida? - Me viro e vejo uma senhora,de cabelos curtos e de um tom escuro de ruivo. Com certeza ela foi uma jovem muito linda.

- Estou procurando o responsável,gostaria de um quarto - Explico.

- Eu posso te ajudar com isso,me chamo Margaret,sou a dona - Ela estende a mão em um comprimento e eu retribuo. - Vamos entrar.

Ela faz um sinal para a porta e eu entro,caminhamos até uma espécie de sala de estar.

- Bom,temos quartos e você pode escolher,com exceção do primeiro quarto no primeiro andar,os outros estão todos livres.

- Eu sou a única hóspede? - Como sempre falando demais Yelena,não é da sua conta.

- Você e o rapaz que está lá fora. Não é uma boa época para receber turistas - Ela diz levantando e indo em direção a outro cômodo. - Você deseja beber alguma coisa?

- Não,obrigada - Digo alto o suficiente para que ela possa me ouvir.

- E o que a trás aqui? - Começo a me questionar se a ideia de ficar por uns dias foi realmente boa,mas ainda preciso pensar,só tive um encontro com Emma,e era cedo em um lugar movimentado,não poderia arriscar. Meus trabalhos são sempre muito bem feitos,com alguns corpos a mais às vezes,mas isso não vem ao caso. Precisava pensar em como levar a garota sem matá-la e sem que ninguém desconfiasse.

- Só estou de passagem,um descanso antes de pegar a estrada de novo - Digo por fim,depois do que pareceram horas em silêncio.

- Eu entendo,vocês jovens gostam de aproveitar a vida - Diz com sorriso,porém parecendo triste por um momento. "Não é da sua conta Yelena", repito para mim mesma,sem sucesso,já que as palavras simplesmente saem da minha boca.

- A senhora tem filhos? - Droga.

- Tenho um filho,um jovenzinho que decidiu viajar pelo mundo,por isso não está aqui.

Eu definitivamente não sou a melhor pessoa para ter esse tipo de conversa,fui criada para não ter sentimentos,e mesmo agora,livre da sala vermelha,ainda é como se houvesse uma barreira impenetrável que me impede de experimentar vários sentimentos.

- Onde ficam os quartos? - Me levanto,incapaz de levar aquela conversa adiante.

- Por aqui querida - Ela começa a caminhar e eu a acompanho. Subimos as escadas,dando em um longo corredor com várias portas. - Pode escolher qualquer um desses,mas se puder te sugerir algum,o do final do corredor é o único com um banheiro próprio.

  Nem preciso pensar muito,vejo a porta no fim do corredor,o cômodo mais afastado,não preciso de nenhum tipo de atenção,então quanto mais longe de tudo,melhor.

- Eu fico com esse - Digo apontando para a porta. Não perguntei sobre valores,não seria um problema,até porque não está nos meus planos passar muito tempo aqui,"isso não vai levar nem uma semana".

- Fique à vontade,se precisar estarei no andar de baixo - Ela se afasta.

- Obrigada Margaret.

Ela sai,me deixando sozinha no cômodo,passo os olhos pelo local. Havia uma cama no centro do quarto,uma mesa de cabeceira ao lado direto,no lado oposto havia uma espécie de closet,ao lado uma porta,quando a abro posso ver o banheiro,não era tão pequeno quanto eu esperava,e isso é ótimo. Havia uma pequena sacada,com vista para o jardim. Diferente de onde estava mais cedo,aqui não havia muitas casas ou comércios aqui,eu havia visto algumas casas,mas ficavam a alguns poucos minutos daqui,não eram longes de qualquer forma.

Decido tomar um banho,foi um longo dia. Termino de organizar minhas coisas,que não eram muitas,e caminho até o banheiro com a toalha jogada no ombro. Abro o chuveiro e deixo a água escorrer pelo corpo,na esperança que leve o cansaço embora. Por uma infelicidade,começo a pensar na garota,embora eu nunca me importasse com as pessoas envolvidas em meu trabalho,uma curiosidade insistia em me atormentar,eu estava curiosa,queria saber a razão para essa garota ser alvo de Victor. Eu não confiava nele,não confiava na maioria das pessoas para qual eu trabalhava,o que chega a ser um tanto irônico,mas ele em específico não me agradava em nada.

Termino o banho e caminho até o closet,ainda com a toalha enrolada em meu corpo,o clima estava agradável apesar da brisa fria que soprava,então decido por colocar um pijama fino composto por uma calça e uma regata com alças bem finas. Me sento na cama e pego os arquivos com as informações sobre Emma,aparentemente ela era uma pessoa normal,insuportável e muito rica,com uma mãe conhecida,mas nada que a tornasse alvo de alguém como Victor,além do dinheiro. Ele me dissera que aquilo se tratava da fortuna da garota,mas começo a me questionar se esse era de fato o único motivo. E se isso era só sobre dinheiro,por que ele escolheria justo ela?

Sou vencida pelo cansaço e guardo os documentos de volta na pasta preta da qual eu os havia tirado,os escondo na mala,por precaução,e a coloco embaixo da cama,puxo a coberta até a altura do peito e adormeço não muito depois.

 O contrato - Yelena BelovaOnde histórias criam vida. Descubra agora