Capítulo 3

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- Yelena pov -

  Eu não acredito,depois de horas procurando,de passar por vários lugares o destino simplesmente joga ela bem na minha frente. Para minha infelicidade,foi em um lugar muito movimentado,não poderia simplesmente sair arrastando ela,embora vontade não tenha me faltado. Que garota difícil. Simplesmente levá-la a força não seria fácil,não que eu não conseguisse se quisesse,mas a garota parece ser insuportável,embora muito bonita,admito,mas ela surtou pela droga de um cardigan.

- Mas que droga - Sussura ouvindo o celular tocar.

- Tem alguma novidade senhorita Ava? -  Ouço a voz de Victor ao atender o celular.

- Algumas pistas,mas nada concreto ainda - Eu não sabia porque havia falado aquilo,eu havia visto a garota,tinha certeza que era ela,mas as palavras simplesmente saíram rápidas demais da minha boca,não pude controlá-las.

- Bom,já tem alguma coisa pelo menos - Ele não disfarçou a insatisfação na voz.

- Eu vou encontrá-la - Yelena diz com convicção.

- Eu sei que vai. Me avise se tiver alguma novidade.

- Avisarei - Diz percebendo que Victor havia desligado a chamada . - Idiota.

Eu poderia ter seguido a estressadinha,mas não importa,ela estava com flores,bebida,tenho certeza que ela deve morar perto,e a cidade é pequena,e eu com certeza não vou demorar para vê-la novamente. Além do mais,embora queira terminar com isso o mais rápido possível,iria me alegrar fazendo aquele idiota esperar um pouco.
  Começo a caminhar,e encontro uma floricultura,olho pela janela,vasculhando a loja em busca de alguma pista.

- Olá senhorita - Diz um senhor simpático quando me vê adentrar na loja.

- Hum.... oi - respondo sem ter ideia do que dizer. Não queria flores,não entendia sobre flores,só precisava saber se a garota passou aqui.

- Posso ajudar ? - Ele pergunta me encarando e só então eu percebo que estava simplesmente parada esse tempo todo.

- Eu só estou procurando um tipo de flor,mas não sei o nome - Digo sem saber exatamente onde queria chegar.

- Você pode descrevê-la? - Ele me pergunta com um sorriso. - A flor que você procura.

- É que eu encontrei uma moça e vi as flores com ela,eu gostei muito,mas não tive tempo de perguntar o nome - Digo em um tom dissimulado de tristeza.

- Como ela é? - Ele pergunta enquanto organiza algumas flores.

- O quê ?

- A moça que você viu - Ele vira para me encarar. - Conheço a maioria dos clientes,se me disser como ela é,posso reconhecê-la e saber qual flor procura.

- Ahh,claro - O universo que me perdoe,mas eu vou ter que me aproveitar da bondade desse senhor - Ela tem cabelos ondulados,cor de mel,deve ter mais ou menos minha idade - Digo fingindo que estou tentando me lembrar dos detalhes - E acho que ela usava um cardigan.

- Minha querida Emma - Ele diz com um sorriso. Se eu já não tinha dúvidas que era ela,agora então muito menos.

- É um nome muito bonito - Digo forçando um sorriso,jamais diria isso para aquela insuportável,mas preciso que o gentil senhor confie em mim.

- Ela também é não acha? - Eu não sei o porque,mas sinto minhas bochechas esquentarem.

- Ela parece gostar muito de flores  -  Digo mudando o assunto e ele assente.

- Ela é uma cliente fiel,se mudou pra cá tem alguns meses,um garota adorável - Diz com um sorriso sincero enquanto caminha pela floricultura,embora eu ache difícil de acreditar,já que ela não foi nada "adorável" quando nos esbarramos mais cedo.
Precisava descobrir onde ela morava,mas não poderia fazer mais perguntas,não preciso causar nenhuma desconfiança.

- Aqui está - Ele aparece com uma muda de flores. - São bêgonias,muito bonitas por sinal - Diz me entregando as flores.

Eu as pego e observo,realmente eram bem bonitas. Não preciso de flores e não quero flores,mas graças a minha mentira,acabo pagando por elas. Estava na cidade a algumas horas,mas não fazia ideia de onde iria ficar. Dou meia volta antes de me afastar da floricultura.

- Desculpe,senhor - Digo entrando novamente na loja.

- Sebastian - Ele diz se aproximando de mim. - Meu nome  é Sebastian - Ele explica provavelmente notando a minha expressão confusa. - Algo errado? - Ele aponta para as flores em minhas mãos.

- Não,tudo ótimo com elas. Eu vou passar a noite na cidade,gostaria de saber se o senhor conhece algum hotel,ou lugar que eu possa passar a noite?

- Tem uma pousada um pouco afastada da cidade,posso anotar o endereço para você se quiser.

- Por favor,vai me salvar de ficar rodando procurando por um lugar - Digo com um sorriso,que surpreendentemente não foi forçado,Sebastian era um senhorzinho muito gentil.

- Só um minuto - Observo enquanto ele caminha para trás do balcão e pega um pedaço de papel e caneta.

Começo a pensar em como levaria a garota da forma mais pacífica possível,não queria correr o risco de ser parada pela polícia com uma desconhecida desmaiada no meu carro.

- Aqui está - Ele me entrega um papel com um pequeno endereço anotado.

- Obrigada Sebastian - Digo isso me virando para sair da loja.

- Como se chama senhorita? - Ele me pergunta e eu travo.

- Meu nome é... - Sou interrompida por uma senhora que entra na loja e já começa a falar com o senhor a minha frente. Aproveito o momento e saio sem dar tempo para ele me perguntar qualquer coisa.

Não sabia quanto tempo ficaria na cidade,mas algo que me dizia que seriam longos dias.

- Lá vamos nós - Digo a mim mesma enquanto me ajeito no banco do motorista e saio em busca da tal pousada.

 O contrato - Yelena BelovaWo Geschichten leben. Entdecke jetzt