Capítulo 2

86 7 2
                                    

- Emma pov -

A luz do sol banhava grande parte do meu quarto a essa hora do dia,praguejo por ter esquecido de fechar as cortinas na noite anterior. Com certa relutância caminho até a porta de vidro que dá acesso a sacada.

- Mais um dia muito bonito - Disse comigo mesma ao avistar o céu que estava em um tom claro de azul sem nenhuma nuvem,porém um vento frio soprava,fazendo meu cabelo esvoaçar.

Muita coisa aconteceu nos últimos meses,eu perdi minha mãe em um acidente de carro,éramos só nós duas,então quando ela se foi eu decidi que era minha hora de ir também,me mudei sem aviso prévio,só queria sair do lugar onde tudo me lembrava ela,não porque queira esquecê-la,mas porque era doloroso demais. Minha mãe era uma empresária muito rica e respeitada,uma pessoa da elite,tinha muitos fãs e também muitos inimigos,a maioria homens que não aceitavam que ela fosse melhor que eles,e nessa lista com certeza está o meu tio,Isaac,ele é apenas um ano mais novo que minha mãe,mas eram pessoas completamente diferentes,enquanto minha mãe se importava mais com as pessoas do que com o dinheiro,tio Isaac era alguém mesquinho,que faria qualquer coisa para conseguir o que quer. Meus avós sempre questionaram o jeito dele,o que fazia com que o mesmo alegasse preferência pela minha mãe. Meus avós foram as únicas pessoas as quais avisei previamente sobre minha mudança,sem dizer é claro,para onde iria. Optei por uma cidade um pouco mais distante,mas não tão longe das grandes cidades caso tivesse alguma emergência.
Eu possuia uma fortuna enorme,mas tinha optado por viver uma vida não tão luxuosa como estava acostumada,não queria olhares curiosos sobre mim,então escolhi uma casa de dois andares,com dois quartos (já que não me relacionava com ninguém e nem pretendia,não via necessidade de mais quartos),havia um banheiro no meu quarto,que era o maior da casa,e outro no andar de baixo para visitas,como se eu recebesse alguma,a cozinha era ampla,e eu amava isso,já que sempre gostei de cozinhar,embora odiasse comer sozinha pois isso me lembrava os vários restaurantes que visitava com minha mãe,a sala de estar era como qualquer outra,só que decorada com um bom gosto,e o jardim sem dúvidas era um dos pontos mais fortes que me fizeram escolher essa casa. Um jardim grande,com uma grama aparada e em um tom magnífico de verde,haviam ali várias flores também,de vários tipos,como uma pintura diante dos meus olhos.

- Vamos lá Emma - Tento encorajar a mim mesma. Tinha decido que sempre sairia para caminhar,correr ou simplesmente arrumava qualquer desculpa para não passar tanto tempo em casa sozinha.
Pego meu cardigan,fones e simplesmente saio.

Já fazem algumas horas desde que sai de casa,e como de costume passo na floricultura em busca de mais cores para o meu jardim.

- Obrigada Sebastian - Agradeço ao senhor simpático que me atende religiosamente toda vez que venho e me dá dicas de como cuidar de cada planta,seria um trabalho cansativo se eu tivesse a mesma vida agitada de meses atrás,porém agora é quase como uma terapia. Caminhar,de fato fez com que eu sentisse além de calor,arrependimento por ter decidido usar o cardigan,fora minha mãe que me deu,então apenas gostava de o usar . Decido que antes de voltar,compraria uma bebida,o que com certeza traria um pouco mais de alívio do calor durante o caminho.

- Mas que droga,eu não acredito - Eu esbravejo quando vejo o líquido de cor roxa,escorrendo sobre o tecido do meu cardigan. - Você não olha por onde anda? - Em situações normais,eu jamais agiria assim por conta de uma peça de roupa,mas o problema era que era "a peça".

Me viro e vejo a garota que esbarrou em mim,ela estava recolhendo alguns papéis que caíram com o impacto de nossos corpos.

- Foi mal tá legal,mas se estivesse prestando atenção,você... - A garota para de falar quando me encara. Ela era muito bonita,tinha cabelos loiros,e olhos verdes.

- Eu o quê? - Digo por fim,esperando que ela conclua o que havia começado.

- É tão sem atenção quanto eu - Ela dispara se colocando de pé.

- Você é muito abusada - Eu rebato a encarando,eu era um pouco mais alta que ela,achei isso fofo e sinto vontade de rir,mas me contenho por ela está me olhando de forma séria. A mesma se aproxima de mim e susurra em meu ouvido.

- Você não imagina o quanto - Fico sem reação com sua resposta e embora isso não devesse acontecer,sinto um arrepio percorrer todo o meu corpo,torço para que minhas bochechas não entreguem o rubor que sinto se instalarem nas mesmas.

- Com certeza você não é importante o bastante para ocupar qualquer espaço na minha imaginação - Vejo um sorriso malicioso se formar em seus lábios,e antes que a mesma possa rebater a provocação,dou as costas a deixando para trás.

- Agitação demais por hoje Emma - digo enquanto faço o caminho de volta para o sossego da minha casa.

 O contrato - Yelena BelovaWhere stories live. Discover now