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Eu parecia uma adolescente de novo. Agora eram exatamente 9h37 e eu já estava pronta a uma hora e meia.

Essa noite foi quase impossível de conseguir dormir. Eu literalmente virava pra um lado, pro outro na cama, e tudo que me vinha na cabeça era os olhos azuis, basicamente o tempo inteiro.

No fundo eu sempre ignorei o fato de que, obviamente, toda e qualquer célula do meu corpo sentia e pedia por ela novamente. Mas depois de encontrar ela, ignorar esse sentimento que tava guardado a tanto tempo era praticamente impossível.

Durante esses quatro anos minha vida se resumiu a aventuras passageiras e pessoas que nunca me interessavam por mais de duas semanas. Eu cheguei a ter um relacionamento de alguns meses assim que cheguei na faculdade, mas depois do show da Billie após a pandemia, e daquela dedicatória no meio do show, ficou impossível sustentar a mentira de que eu não sentia mais nada por ela.

O mais impressionante é que, durante anos, eu tentei enterrar esse sentimento o mais fundo que eu conseguia, ignorando o fato do meu peito arder cada vez que eu via manchetes dela com outras pessoas. E, por literalmente um esbarrão, tudo veio átona de novo.

Eu suspirei, encarando o relógio preso na parede e vendo que já eram 9h50. Já tá bom, né? Nem muito adiantada, e nem atrasada. Levantei da poltrona e peguei meu casaco e minha bolsa. Arrumei minha saia em frente ao espelho e me analisei uma última vez, tá ótimo. Não posso também sair como se fosse um baile, né. Ela não pode perceber que eu tô tão na dela.

Sai do quarto rapidamente e fui até o elevador, apertando o botão do térreo e já me encostando na parede do mesmo em seguida. Mas se ela não tivesse na minha também, ela não teria pedido pra sair comigo hoje de novo, certo? Ou ela só se sentiu culpada porque eu perdi meu celular depois de quebrar meu pulso por causa dela. O que é bem mais provável.

Sai do elevador assim que ele apitou o térreo e olhei pros lados, observando o movimento dos outros hóspedes do hotel e procurando um relógio. Encontrei um em cima da mesa da recepção e me aproximei, vendo que eram 9h54. Decidi esperar ela do lado de fora mesmo. Ansiosa? Jamais.

Andei calmamente até a saída do hall do hotel e me surpreendi assim que dei de cara com o mesmo carro da noite passada já estacionado em uma das vagas. Contive um sorriso e andei em passos lentos até la, vendo ela concentrada no seu celular enquanto usava um óculos escuro. Me abaixei na janela do motorista e dei duas batidinhas, vendo ela levantar os olhos inicialmente assustada e abrir um sorriso imenso depois, o qual eu retribuo na mesma hora. Ela apontou com a cabeça pro banco do carona e eu dei a volta, abrindo a porta do carro em seguida e entrando ao seu lado.

- Bom dia - ela me encarou sorrindo e eu senti o ar se esvair dos meus pulmões.

- Bom dia - retribui seu sorriso.

- Já decidiu qual celular você vai querer? - perguntou ligando o carro e eu assenti.

- Me leva na loja da Apple, se der. - eu sorri a encarando e ela assentiu.

- Pertinho daqui. - concluiu - Mas primeiro, já tomou café da manhã?

- Ainda não - neguei com a cabeça e ela voltou a sorrir.

- Então primeiro vamos resolver isso. - finalizou, manobrando o carro e saindo da vaga em seguida.

(...)

Nós já tínhamos tomado o café da manhã e agora já estávamos na loja da Apple. Meu antigo celular era um 12 que já estava pela hora da morte, então eu decidi pegar um mais atualizado pra durar mais tempo na minha mão.

- Eu consigo solicitar o bloqueio do iPhone então assim que logar meu iCloud aqui? - perguntei apontando pro 14 PRO que a atendente tava colocando a película e ela assentiu. - Tá ótimo. E o chip?

Waiting for you | B.E | SIB second season Where stories live. Discover now