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Impressionante a minha incrível e incansável capacidade de sempre passar vergonha e, desculpa o palavreado, tomar no cu em todos os aspectos.

Minha vida parece que sempre vai pro mesmo ponto de partida: situações constrangedoras e embaraçosas que envolvem minha ex famosa. Tudo bem que geralmente é gente me perguntando desde como era nosso relacionamento, até se a Billie era passiva. Nunca quebrando o pulso porque literalmente minha ex namorada caiu em cima de mim enquanto fugia de paparazzi.

Já posso ver as manchetes: "em encontro no central park, Billie e sua ex namorada caem e ela desloca o pulso". Nada que é suficientemente humilhante deixa de acontecer comigo.

Onde eu estava agora? Ah, certo. No hospital, sentada numa maca - porque eu ganhei preferência por estar com um ícone da música, óbvio - chacoalhando meus pés e lambendo o palito doce que o doutor me deu depois de muita insistência.

Meu braço já tava com um gesso pra imobilizar até meu osso voltar ao lugar. Eu acredito que nada tenha saído ainda em nenhum jornal, levando em consideração que nem o Mark, e nem o Derek me ligaram. Na verdade, cadê meu celular?

- Você viu meu celular? - perguntei pela primeira vez nas duas horas que estávamos dividindo o mesmo ambiente. Assim que ouviu minha voz, Billie levantou os olhos pela primeira vez, ainda em choque, e me encarou com a boca entreaberta. Depois de um tempo em silêncio e já constrangida, eu limpei a garganta e coloquei uma mecha do meu cabelo atrás da orelha - Você viu? - reforcei a pergunta e ela pareceu acordar dos pensamentos, chacoalhando a cabeça rapidamente.

- Na verdade... não - murmurou e se ajeitou, parecendo desconfortável na cadeira - Você não guardou em algum lugar? - perguntou e eu lembrei de ter colocado no meu bolso do blaser.

- Você viu meu blaser? - perguntei e ela negou. Eu fechei meus olhos assim que lembrei que ao sair do central park, não lembrei do meu blaser CARÍSSIMO da Louis Vuitton e muito menos do meu celular dentro dele. Por isso que meus pais ainda não haviam me ligado. - Posso te pedir um favor?

- Claro. - respondeu prontamente e eu sorri disfarçadamente. - O que você precisa?

- Na verdade... do seu celular - cocei a nuca com a mão que sobrou e ela encarou o aparelho nas mãos, desbloqueando e me entregando em seguida. - Obrigada.

Nem pensei em olhar as manchetes, só precisava ligar pros meus pais desesperados que provavelmente estavam surtando agora. Digitei os números do Mark, já que o Derek é muito mais escandaloso, e coloquei na orelha enquanto ouvia ela tocar. Depois de cinco toques, ouvi a voz do meu pai do outro lado da linha.

- Alô? - murmurou.

- Pai? Sou eu. - respondi e ouvi um suspiro aliviado do outro lado.

- Onde você se meteu, Arya? Você sabe como eu e seu pai estamos preocupados? - perguntou bravo.

- Pai... - eu comecei a falar, mas fui interrompida.

- Me dá esse celular, Mark - ouvi a voz esganiçada do Derek do outro lado - Me dá logo! - falou mais bravo e ouvi um barulho do outro lado da linha - Você foi pra Nova Iorque fazer uma entrevista ou encontrar sua ex? - falou alto e eu engoli em seco.

- Pai, foi pra uma entrevista - comecei desconsertada, vendo Billie se esparramar na cadeira e comprimir os lábios, segurando o riso. O que indicava que minha humilhação mais uma vez estava sendo pública e que meu pai berrava demais.

- Ah, eu vi as fotos do paparazzi! - ele disse indignado. - Olha só... - antes que ele falasse, o interrompi.

- Pai, eu fiz a entrevista, fui pro central park e quando tava saindo a Billie esbarrou em mim. Não vim pra cá ver ela, se eu quisesse isso tinha visto na Flórida né, não precisava viajar - falei óbvia e ele manteve silêncio - Só liguei pra avisar que tô bem e que perdi meu celular, amanhã vou comprar outro. Só quebrei o pulso.

Waiting for you | B.E | SIB second season Onde as histórias ganham vida. Descobre agora