Prólogo

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- Arya, por favor, eu já disse pra não deixar suas coisas jogadas na sala! - ouvi Derek gritar e afundei meu rosto no travesseiro, bufando em seguida.

Qual a pior parte de morar sozinha e depois voltar pra casa dos pais? Sem sombra de dúvidas, voltar a conviver com as regras de outra pessoa. Faziam exatos dois meses que eu havia voltado a minha querida e amada Flórida, e se eu pudesse descrever a saudade que eu estava de casa, com certeza eu escreveria um livro. Mas eu não tinha me lembrado dessa parte.

Eu me formei a alguns meses na faculdade de moda, algumas oportunidades apareceram na Europa, mas a realidade é que eu não conseguia me encaixar lá, e na realidade eu sentia MUITA falta da minha família. Principalmente levando em conta que eu perdi 4 anos do crescimento da minha sobrinha.

- Arya, você ouviu ou tá se fazendo de surda? - ouvi Derek perguntar na porta do meu quarto e cogitei a hipótese de fingir estar morta, pra ver se ele para de reclamar - Eu tô falando com você, mocinha!

- Pai, eu esqueci meu casaco lá, desculpa. - eu suspirei, me virando em sua direção - Não vai acontecer novamente.

- Você falou isso as últimas cinco vezes que aconteceu - ele falou bravo e eu sorri sem graça - Que horas é seu vôo?

Ah! Esqueci de mencionar que hoje vou fazer uma entrevista em Nova Iorque pra um estágio na Vogue. Pois é, estudar na melhor universidade de moda do mundo tem seus benefícios.

- Daqui... - peguei meu celular e arregalei os olhos, dando um pulo na cama. - Uma hora e meia!!!

- Quando estiver pronta me avisa que eu te levo. - ele disse, largando o casaco na poltrona do meu quarto e começando a sair - Irresponsável - o ouvi sussurrar e revirei os olhos, correndo até o guarda-roupas e pegando a roupa mais social que eu tinha nele e meu salto fino preto da Versace.

Me vesti rapidamente e arrumei meu cabelo num coque, passei uma maquiagem simples e joguei meu blaser por cima dos ombros, pegando minha bolsa e meu celular e saindo correndo até a sala. Meu record, 15 minutos.

- Vamos? - perguntei ofegante, já indo pra porta.

(...)

Ah, Nova Iorque... a cidade onde os sonhos se tornam realidade. Ou nem tanto. Eu tinha acabado de passar pela entrevista e honestamente não tinha certeza de que havia me saído tão bem. Tudo bem que eu não fui tão produzida quanto devia, mas meus conhecimentos deveriam valer alguma coisa! Assim que finalizei a entrevista, o homem me falou que caso eu passasse no processo seletivo, seria chamada. Ao meu ver, no mínimo, eu deveria ter passado já de cara, pra ser no mínimo impressionante.

Fui até o central park, não antes de pegar meu café no Starbucks pra depois sentar em um dos bancos e observar a cidade nublada.

Meu sonho nunca foi trabalhar na vogue, tampouco morar em Nova Iorque. Mas depois de mais de quatro anos a um oceano de distância da minha família, eu percebi que no final das contas, eu consigo ser bem sucedida no meu país, sem precisar abrir mão de estar perto da minha família.

Suspirei pegando meu celular do bolso e olhando as notificações. Eu ficaria aqui por mais uma semana, esse era o tempo pra eles decidirem se eu passaria pra segunda fase ou não, então já havia me planejado pra ficar em um hotel por aqui. Mexi um pouco mais no Instagram e decidi já ir e fazer meu check-in, antes que ficasse tarde. Eu só precisava de um banho e de um colchão bem fofinho hoje.

Me levantei e continuei mexendo no celular pra chamar um Uber. Digitei o nome do hotel e continuei com os olhos vidrados na tela enquanto procurava um motorista. Fui até a lixeira deixar meu copo vazio e voltei a andar até a saída do parque.

Ouvi alguns barulhos de flashes atrás de mim e alguns passos apressados, mas não me importei muito. Em Nova Iorque o que mais existe são celebridades e paparazzis rondando a cidade.

- Finalmente - exclamei baixinho quando um homem aceitou a corrida. Voltei a andar até a saída e guardei o celular do bolso, tentando apressar meus passos. Mas fui totalmente interrompida quando senti alguém se chocando em mim e logo em seguida meu corpo ser jogado no chão com força. Na hora eu larguei meu braço pra absorver o impacto e me arrependi assim que ouvi um "crac" sair dele. - Puta que pariu! - falei alto, segurando meu pulso que, no mínimo, tinha sido deslocado.

- Merda! Você tá bem? - ouvi uma voz conhecida, mas a dor era tanta que não sabia quem era exatamente. A pessoa se abaixou na minha frente e tocou no meu braço - Meu Deus, você se machucou? - não querida, não me machuquei. É só ilusão de ótica.

A dor for substituída por ódio e eu levantei meus olhos, já marejados tanto de raiva quanto pela dor, pronta pra xingar a pessoa até a vigésima geração. Mas minha garganta secou e as palavras travaram dentro dela assim que eu reconheci a dona da voz.

- B-Billie? - sussurrei e ela levantou os olhos do meu braço e encarou os meus, ficando ainda mais branca do que já é.

Universo, você tá de brincadeira com a minha cara?

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E aí mores, já superaram? Season 2 de somewhere i belong na MESA depois de 3 anos de ofensas, xingamentos e pragas diversas que vocês me enviaram. Será que agora vai?

Waiting for you | B.E | SIB second season Where stories live. Discover now