Snape caminhou e colocou o pequeno frasco sob a mesa ao lado da cama da garota, onde o sol ainda batia forte.

- A poção precisa pegar alguns minutos de raio solar - Explicou o professor.

Tadeo apenas balançou a cabeça em concordância.

- Eu não entendo nada de poções, não era um exemplo nas aulas - Comentou ele pensativo, olhando para Ariana. - Por muito tempo eu me perguntei de onde veio essa paixão por poções que Ariana sente.

- E já sabe a resposta? - Severo perguntou.

- Sim - Foi só o que obteve de Tadeo, antes do silêncio reinar novamente.

Severo tinha dois palpites: o primeiro, era que ela herdou isso da mãe dela; o segundo palpite, era de que veio do pai biológico dela. Este último era o que mais fazia sentido para Snape, pela forma como Tadeo respondeu, evitando continuar a falar sobre aquilo.

Snape se segurou para não ler a mente do homem. Isso não é da sua conta - repetiu o mantra novamente.

Enquanto ambos observavam Ariana, a poção foi esquentando, captando cada vez mais da luz solar, e mudando sua cor para um tom de laranja escuro.

Severo pegou a poção nas mãos.

- A poção está pronta - Ele disse entregando o frasco para Madame Pomfrey, que se aproximou mais da jovem, e virando o líquido da poção na boca dela. Ariana fez uma careta devido ao sabor, mesmo inconsciente, aquilo era horrível.

- E agora? - Tadeo perguntou aflito.

Snape andou até a ponta da cama, e observou ela.

- Esperamos - Papoula disse também se afastando.

Poucos tempo depois, a febre diminuira, junto aos poucos delírios e a infecção no braço vazou para fora, sujando a bandagem numa cor amarelada e fedida.

Papoula limpou e trocou a bandagem, enfaixando o braço da jovem novamente.

Não demorou muito para que Ariana abrisse seus olhos, que, mesmos desfocados, olhou para frente.

- Pai - Ela sussurrou olhando para Severo.

- Estou aqui - Tadeo disse, chamando a atenção dela, que virou seu rosto e viu ele sentado ao lado da sua cama, segurando sua mão.

Ele sabia que Snape não sabia ser o pai biológico dela, mas ainda assim não conteve a pontada de inveja ao ouvir ela chamando ele de pai.

- Pai? - Ela sussurrou confusa, então seus olhos se focaram na cara preocupada de Tadeo Santos, nos olhos marejados dele. - Pai! - Ela exclamou com a pouca força que tinha, soltando o ar dos pulmões, sorrindo.

- Estou aqui - Tadeo disse acariciando, com sua mão direita, a cabeça dela. - E não vou sair daqui.

Ariana sorriu mais um pouco antes de fechar seus olhos novamente e dormir.

- Agora ela está fora de perigo, ela só precisa descansar. E de fato, agora ela vai conseguir descansar - Papoula disse antes de se afastar.

- Obrigado - Tadeo disse para Snape, que apenas meneou a cabeça.

Severo até que gostou de ouvi-la dizer aquela palavra ao olhar para ele.

Mas eu não sou o pai dela, sou um velho rabugento, de quem, por algum motivo, ela quis ser amiga - pensou ele.

Se bem que não há nada de errado em eu a considerar minha fi... Não! Pare com isso! Pare de querer se intrometer na família dos outros! Você perdeu a oportunidade há muito tempo atrás, agora está velho, não há mais chances - pensou Snape se virando para sair dali.

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz