Capítulo Cinquenta e Três.

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    Capítulo Cinqüenta e Três.

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 . Todos ali começaram a chorar, até mesmo os pequenos de Marcelle que não entendia nada.

- Você ainda tem chances de voltar a andar Marcelle, basta querer fazer a fisioterapia correta. – disse o doutor. – Estarei encaminhando você para uma psicóloga muito amiga minha. – disse e Marcelle não quis ouvir mais nada, tampando assim o ouvido tentava evitar qualquer tipo de som, chorava sem dó nem piedade. Era como se tivesse tirado uma parte dela e na verdade acabou tirando que era seus movimentos.

- Como irei criar meus filhos agora, doutor? Sem poder andar? – disse ainda aos prantos.

- Você irá conseguir cuidar deles Marcelle, cria-los e em breve você poderá andar. – respondeu o doutor tocando seu rosto.

- Meu coração está doendo, doutor. – disse e ele abaixou-se e a abraçou no abraço dele ela sentiu-se segura.

- Vai passar. – ele beija sua testa.

 . E então o doutor afastou-se pois notou que sua proximidade estava afetando tanto ele quanto ela, e Cristiano ficou em frente dela e ela só conseguiu sentir raiva dele, por que foi naquela briga que sua vida mudou completamente.

- Marcelle. – ele chama.

- Cristiano, vai embora por favor. – pediu abaixando a cabeça.

- Olha pra mim. – ele tenta toca-la mas ela tenta se afastar com a cadeira, empurrando as rodas com as mãos.

- Eu não consigo olhar pra você, eu não quero. – ela responde seca.

- Estou me sentindo culpado por você estar nesse estado, fala comigo por favor. – disse.

- E você é, eu não quero falar com você...Não me faça mais estragos, não se aproxime mais de mim. – ela diz derramando algumas lágrimas.

- E o nosso amor Marcelle? – ele pergunta.

- Ele morreu dentro de mim, como meu movimentos também morreram. – ela responde.

- Eu nunca quis te fazer nenhum mal, Marcelle... me perdoe. – ele pede.

- Eu te perdôo agora, por favor... Vá embora!- ela pede aumentando o tom de voz.

- Eu vou, irei levar as crianças tudo bem pra você? – perguntou.

- Sim. – respondeu ela.

   . Ele abaixou as crianças e chorando ela beijou cada um de seus filhos.

- A mamãe vai sobreviver por vocês, filhos. – ela diz secando suas lágrimas e Cristiano se vai.

   . Quando o moço saiu o pai de Antonella aparece desesperado.

- Filha. – ele diz.

- Estou paraplégica pai. – ela diz chorando mais ainda, os olhos do pai então se enchem de lágrimas e foi impossível não deixar com que elas caíssem.

- Iremos lutar juntos filha, eu irei te ajudar... Você irá sair dessa cadeira de rodas, você é forte querida. – o pai diz.

- É verdade amiga, eu não voltarei para a França ficarei com você aqui, cuidando de você e lutando junto para a sua recuperação dia após dia. – falou Letícia.

- Obrigada. – ela diz.

             Dias depois...

 . Dias se passaram e Marcelle ainda não havia se acostumado com a idéia de ser uma usuária de cadeira de rodas e hoje a mesma teria alta do hospital, o dia já havia amanhecido e ela conversava com Letícia.

- Como está o Cristiano? – perguntou.

- Mal pra caramba amiga. – respondeu.

- Em qual sentido? – disse preocupada.

- Ela está magro, a barba está parecendo do papai Noel, anda bebendo, não trabalha e mal come. – respondeu.

- Você acha que eu peguei muito pesado amiga? – ela diz com lágrimas nos olhos.

- Não sei te dizer amiga, ele foi o culpado pelo seu acidente, mas eu sei que mesmo odiando-o agora, ele te ama. – respondeu ela triste.

- Ele nunca ficaria comigo, não posso dar mais o que ele quer. – respondeu frustrada.

- Sexo? – perguntou arqueando a sobrancelha.

- Sim. – respondeu.

- Cadeirante faz sexo amiga, basta saber como. – disse.

- Têm que ter paciência e digamos que isso não seja algo fácil para o Cristiano. – respondeu e nisso o doutor Laerte entrou.

- Bom dia. – ele diz com um sorriso fraco.

- Bom dia doutor. – respondeu as duas em uníssono.

- Vim assinar sua alta Marcelle, já pode ir para casa. – ele diz colocando a mão em seu avental parecia triste.

- Obrigada. – ela diz.

- Antes toma isso. – ele tira um cartão de seu avental. – Esse é o número da minha amiga psicóloga ela chama Itamara e é uma ótima profissional, irá te ajudar bastante... Basta ligar lá e marcar a sua consulta. – disse.

- Obrigada novamente doutor.

- Eu posso ir vê-la daqui alguns dias, Marcelle? – perguntou esperançoso.

- Eu acho que...

- Ela acha que é uma boa idéia doutor, me dê um papel para eu passar o endereço. – disse Letícia interrompendo a amiga, os dois olharam como se ela fosse um extra terrestre em seguida sorriram. Laerte deu o papel para a mesma e Letícia anotou.

- Iremos esperar sua visita, você pode colocar minha amiga na cadeira de rodas, eu não consigo. – ela diz com um bico.

- Claro. – falou aproximando-se de Marcelle com o coração batendo forte, descobriu suas pernas e a pegou no colo, foi rápido mais marcante os dois ficaram se entreolhando e quando iam se beijar, a porta abriu-se abruptamente.

- Desculpe o senhor têm uma emergência agora doutor Laerte. – disse uma enfermeira bonita.

- Já estou indo, Joana. – disse e Letícia fuzilou a enfermeira com o olhar, ela saiu com medo.

- Obrigada doutor Laerte, até mais. – disse dando um beijo no rosto do rapaz que saiu atordoado.

- Se aquela vaca não tivesse atrapalhado vocês, rolaria muitos beijos. – disse Letícia emburrada e empurrou a cadeira de rodas até lá fora, em seguida pegou a amiga no colo e colocou no carro.

- Espera aí, você consegue me pegar no colo. – disse Marcelle com os olhos arregalados.

- Claro que eu consigo. Você tem o peso de uma pena querida eu só fiz aquilo para você e o doutor gostosão ficarem mais, próximos me entende? – disse fechando a porta.

- Letícia definitivamente, você não presta! – respondeu com um sorriso.

Amar em DobroOnde histórias criam vida. Descubra agora