Same Mistakes ~ Minsung

꒱ 둘 • 02 ࿐

O artista sorriu para o amigo enquanto encarava o desenho. Ele o escondeu rapidamente dentro de uma pasta ao escutar o silêncio da sala ser preenchido pelo falatório de alguns professores que estavam entrando. Após isso, eles não tocaram mais no assunto, apenas conversaram sobre os alunos que o Lee queria que fossem liberados. Ficaram ali até que o sinal da primeira aula soasse em seus ouvidos. Se despediram, enquanto Hyunjin foi para a sala do primeiro ano, Minho seguiu direto para o auditório. Tinha os primeiros tempos livres quase todos os dias, então, aproveitou para ajeitar algumas coisas enquanto o terceiro ano não chegava, o que seria apenas no segundo tempo, a aula que Hyunjin liberaria as maiores pestes do colégio.

Depois que já não tinha mais nada para fazer, jogou um pouco no celular, perdendo a noção do tempo com aquele joguinho demoníaco, que nem percebeu quando os alunos entraram no auditório.

— Olá. — os cumprimentou quando se aproximaram.

— Hello, MinMin! — disse Jaemin, afinando a voz, numa tentativa falha de imitar o mais velho. Aquele garoto não tinha juízo!

— Cadê a liberdade que eu não te dei, NaNa? — respondeu com um ar sério, mesmo que houvesse dado um sorriso de canto.

— Ai, Min oppa, para! — respondeu, agora tentando imitar a Eunji, ou pelo menos era o que deu a entender, porque a voz enjoada estava igualzinha. Ela apenas não usava aquelas palavras, mas de resto, era a mulher totalmente.

Negou com a cabeça, resolvendo ignorar.

— Tudo bem, tudo bem, vamos lá!— pegou a pasta que estava no chão ao seu lado, retirando algumas canetas e folhas timbradas, distribuindo uma para cada. — Conhecem a história original, não é? Então, nessa folha, vão tentar mudar a história. E, no final, pegamos as melhores partes de cada uma e juntamos. Depois disso vamos montar tudo em um roteiro. — explicou calmamente, dando um sorriso ao finalizar.

— Mas à obra então. — disse Alison, suspirando e logo começou a escrever em sua folha.

Todos estavam concentrados com seus papéis e canetas, inclusive o próprio professor que resolveu participar. Após um curto tempo, Alison pediu licença dizendo que iria ao banheiro. Logo ao passar cinco minutos que a garota tinha se retirado do auditório, o bagunceiro chamado Na Jaemin, saiu correndo de uma hora para outra. Minho e Donghyuck trocaram olhares estranhos, sem entender muito bem o que tinha acontecido. Chenle os encarou por um instante e voltou sua atenção para o papel, enquanto Naeun não tinha se movido e nem dito nada, apenas concentrada em sua escrita.

— Vamos ver o que aconteceu com esse idiota. — suspirou, ordenando que Donghyuck o seguisse. — Eu vou por aqui. — maneou a cabeça para o lado esquerdo do corredor. — Vai por aí. Quem achar ele primeiro, volta para o auditório.

— Ok. — o garoto respondeu antes de seguir o seu lado do corredor.

Suspirando, tentando não se estressar, Lee seguia pelo colégio atrás de Jaemin. Olhou no banheiro masculino e nada de o encontrar, depois procurou pela sala dos professores e pela biblioteca, mas só tinha a velha bibliotecária e alguns estudantes no recinto. Se amaldiçoou mentalmente quando saiu da biblioteca e sentiu um corpo chocar contra o seu. Não caiu com o baque, mas sentiu que a outra pessoa não teve a mesma sorte.

— Perdão. — disse ao se abaixar para ajudar o garoto a recolher seus pertences que estavam jogados pelo piso frio do corredor. — Estava com pressa e acabei não te vendo.

Como a outra pessoa demorou para levantar a cabeça, não sabia quem era, mas deduziu ser mais um aluno desastrado.

No entanto, teve uma enorme surpresa ao vê-lo uns segundos depois. Seu mundo parou ali, naquele exato momento. A primeira coisa que reparou foi quando os olhos alheios lhe fitaram, belíssimos olhos, eram pequenos e marrons como um grão de café, de uma tamanha formosura que transbordava gentileza, talvez até um pouco de inocência. Havia achado adorável as bochechas cheiinhas do rapaz. Os cabelos que pareciam tão sedosos com uma franjinha e num tom de castanho que ficava perfeito nele. Sua derme parecia um raio de sol, bronzeada naturalmente e, céus, aparentava ser tão macia que Lee teve uma vontade estranha de lhe acariciar. Parecia um anjo de tão lindo que era, e delicado muito delicado, como se apenas um toque, por mais suave que fosse, o faria se quebrar. Por isso, se afastou dele de abrupto, tentando esconder a admiração. Afinal, ainda não havia lhe perguntado o nome e poderia ser um aluno, não queria que parecesse estar dando em cima de um menor de idade.

— Está tudo bem. — sua voz soou pela primeira vez, bem baixa. O literário achou extremamente fofo vê-lo daquela forma, estava tímido e com as maçãs do rosto num tom escarlate. — Fui eu quem não prestou atenção. — aquela voz profunda, mas, ao mesmo tempo, delicada, penetrou nos tímpanos alheios, como uma bela melodia.

— Tome cuidado por onde anda, as pessoas não costumam ser gentis por aqui. — sorriu de lado, entregando o livro que recolheu do chão para o menor. Comemorou mentalmente por não ter deixado sua voz falhar.

O rapaz, ainda desconhecido, balançou a cabeça repetidas vezes, fazendo Minho abrir outro sorriso antes de se afastar dele. Não perguntou o seu nome, e talvez nunca o visse outra vez. Mas gostou de saber que causou algum efeito nele, pelo simples fato de ter ficado sem jeito e o fitar intensamente no começo. Poderia ser presunção sua, talvez. Uma parte de si, dizia que o menor reagiria assim com qualquer um, por ser tímido.

Se de uma coisa ele tinha certeza, era que nunca saberia a resposta, pois, achava que nunca mais encontraria aquele anjo em sua frente outra vez.