"Meu amor"?

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O tempo estava perfeito, nem quente e nem muito frio - o meu preferido. Ao ver o fim do pôr do sol decidi checar meu telefone e percebi já serem quase seis horas da tarde. Minhas pernas inquietas deixavam evidente a minha ansiedade para o que me esperava a seguir.

Tentei me acalmar por fixar meu olhar no chão do carro, e até que funcionou. Fiquei assim por um tempo, até que o carro parou. Subi meu olhar um pouco e ouvi Georg e Antonella conversarem, mas não consegui prestar atenção sobre o quê. A única coisa que consegui prestar atenção era aquela avenida com todos aqueles carros e motos ao redor - era muita, muita gente. Merda, eu conheço esse tipo de cenário. Vai rolar alguma corrida ilegal aqui, eu tenho certeza.

— Georg, acho que parou no lugar errado... — não querendo que os corredores sejam pegos ou tenham problemas, tentei despistar Georg daqui.

Bom, não funcionou.

— Tenho certeza que parei no lugar certo — o moreno terminou de estacionar e desligou o carro, saindo e fechando a porta em seguida.

— Merda — murmurei para mim mesma e saí do carro também, logo depois de Antonella.

Fechei a porta da Porsche observando ao redor. Algumas pessoas permaneciam apenas encostadas em seus carros, outras checando seus motores, algumas mulheres dançando e um pessoal se pegando no capô de seus carros, e muito mais - típica cena de um racha prestes a acontecer.

— A corrida é pra hoje ou pra outro dia, Kaulitz? Achei que já estariam correndo a essa hora — Georg falou se aproximando de uma das duas motos que haviam no centro da rua, e eu e Antonella o seguimos.

— É pra outro dia, acho melhor você ir pra casa — o garoto caminhou em direção a Georg, o cumprimentando.

O mesmo tinha tranças pretas, que o diferenciava e destacava dos demais. Quando dei uma olhada melhor no garoto, me surpreendi - ele era extremamente atraente. Alto, estrutura chamativa, usava calças jeans largas e uma jaqueta de coiro preta que deixava visível uma parte de seu tronco perfeitamente definido através de sua camiseta.

— Espera, essa aqui não é uma das motos do Jason? — Georg encostou na moto a que se referia. — Vai competir com ele?

— Eu não, o Bill vai — Georg assentiu, e o garoto em sua frente se inclinou para poder enxergar Antonella e eu de um ângulo melhor. — Quem são as gatinhas?

— Essas são Aurora e Antonella, elas vão ficar na minha casa por um tempo — respondeu Georg, e um sorriso surgiu nos lábios do outro.

— Gostei.

Revirei os olhos rapidamente e meu olhar acabou parando em uma das motos, sem ser a do tal Jason. Não, eu não estou vendo isso. Se for mesmo a moto que eu estou pensando, o pessoal daqui é realmente muito rico.

— Isso aqui é uma LM847? É... de verdade? — indaguei andando e ficando do lado direito da moto, analisando-a por completo. Me abaixei para ver as rodas, e essa moto tinha quatro.

— Lazareth, baby — o garoto respondeu brincalhão. — Conhece?

— Óbvio que conheço. Parece que saiu direto da batcaverna! — afirmei rindo, e ele sorriu em resposta - e que sorriso lindo. — É sua?

— Do meu irmão. Mas espera só ver a minha, princesa — o olhei questionando sua audácia, e ele só sorriu de canto em resposta; mas logo seu sorriso desapareceu. — O que é isso? — pegou no meu braço fortemente sem a intenção se referindo à minha tatuagem.

— Não te interessa — falei grossa por impulso. — Me solta.

— É sério isso? Você é da Vitesse? — soltou meu braço e perguntou com desgosto. — Que decepção.

Merda, ele reconheceu. Poucas equipes de Los Angeles são nossas aliadas, e, quando estamos fora de casa, não temos proteção.

— Sou. Vai fazer o quê?

O garoto de tranças riu nasalado virando sua cabeça desviando o olhar de mim, mas logo se virou novamente. Pude ver Georg e Antonella cochichando atrás do garoto enquanto observavam nossa interação um tanto quanto perigosa.

— Você é gata demais pra fazer parte dessa coisa que vocês chamam de equipe. Não acha um desperdício de potencial? — olhou para mim.

— Tem algum problema com a gente? — cheguei mais perto, com raiva dele.

— Tá se achando demais, gatinha. Baixa sua bola aí, não sou qualquer um pra você falar comigo desse jeito, meu amor — chegou ainda mais perto de mim.

— Não me chama assim. Você é de qual, por acaso? — cruzei meus braços.

— Você vai ver — deu uma pausa. — Meu amor — complementou com deboche, mas fomos interrompidos por barulhos altos atrás de mim.

STREETS, tom kaulitzWhere stories live. Discover now