Capítulo 25

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Capítulo 25

Jules

O simples ato de fechar os olhos me lembra do som da voz de Akantha e das promessas que ele fez enquanto caminhava pelo barco, rindo no que ele considerava uma "caçada", por um momento lá, pensei que fosse morrer, que aquele homem fosse conseguir me pegar. Quando senti suas mãos nas minhas pernas, eu sabia que, mesmo sem ver, precisava lutar.

Foi um momento de sorte quando consegui acertar um chute em sua cara, e sai do barco. Nem posso descrever a quão aliviada estive quando ouvi a voz de Levi e soube que ele lutaria por mim. Mesmo não estando em seus braços, eu sabia que estava segura, que os meus homens estavam lá para me buscar.

E agora, sentada em uma mesa de hospital, com uma enfermeira checando minha cabeça, enquanto o médico faz algumas anotações no prontuário, encaro Aiden e Levi, os dois estão me rondando e me dando nos nervos. Tenho certeza que nem mesmo minha mãe conseguiria me tirar do sério tão rapidamente.

— Como eu disse, ferimentos na cabeça apenas sangram mais, não há nada de grave comigo. — Finalmente falo, depois que o médico me libera, mesmo sob protesto de ambos.

— Ainda não confio nele. — Levi reclama, me fazendo revirar os olhos.

— Tanto quanto não gosto daquele idiota, estou feliz por leva-la para casa. — Aiden me aperta contra si.

Outro ponto em tudo isso, por mais que eu queira tranquilizar Levi, sou grata por Aiden estar me ajudando, preciso poupar minha voz para a conversa que precisaremos ter. Tenho certeza que será algo desconfortável para eles, mas será ainda pior para Calum, que terá que lidar com a quebra da confiança de seu pai, e a descoberta de que mantiveram um estuprador sob seu teto.

Em casa, Levi me leva direto para a cama, e me coloca lá. Aiden me entrega o controle da TV, uma garrafa de água, e se deita ao meu lado, me puxando para mais perto dele, com cuidado para não me machucar.

Percebo a luta nos olhos de Levi, por um momento, quando Akantha puxou o gatilho, bem diante dos seus olhos, acho que pode tê-lo afetado mais do que ao Aiden, que estava por trás e não viu a cena toda.

— O que está te preocupando? — Pergunto a ele.

— Ainda não decidi como farei para passar mesmo que um segundo longe de você depois do que aconteceu. — Ele responde.

— Levi, estou segura graças a vocês. — Lembro. — Por favor, não deixe que o aquele idiota fez te afete.

— Não sei se você sabe o quanto esteve perto de se machucar. — Responde ele.

Ele se culpa pelo que aconteceu comigo, o tiro de raspão na cabeça, o sequestro e toda essa merda que aconteceu essa noite.

— Eu estaria pior sem você. — Digo. — Ele era louco, por isso não se incomode em ficar se culpando. — Estendo minha mão para ele. — Por favor, não fique assim.

Precisando me sentir limpa, me afasto de Aiden, e saio da cama. Ignoro ambos, enquanto caminho em direção ao chuveiro e ligo a água quente, tiro as poucas roupas que estavam sujas, e as jogo no lixo, não querendo a lembrança do que aconteceu comigo enquanto as usava.

Aiden e Levi estão na porta, observando cada movimento meu.

Só quando entro em baixo da água, é que ambos começam a tirar suas roupas e vem atrás de mim. Eles passam as mãos pelo meu corpo, me acariciando, enquanto limpam a sujeira impregnada a minha pele. Longe de ser um toque sexual, continua sendo algo íntimo, um tipo de cuidado que apenas o amor é capaz de proporcionar.

Apenas quando ambos se dão por satisfeitos e me consideram limpa, Aiden desliga o chuveiro, enquanto Levi sai, veste um roupão, e pega uma toalha para me secar. Saindo do banheiro, noto que enquanto eu preparava o banho, eles trocaram as roupas de cama.

Veneno Irresistível - Obstinados 2Onde histórias criam vida. Descubra agora