CAPÍTULO 5

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NICOLI

Um mês se passou desde que eu cheguei no Vidigal, o morro é um lugar ótimo de morar, no morro tem muita fofoca, minha mãe tinha razão.

Desde que eu cheguei os boatos são de que eu e o Miguel temos um caso, o que fez as putas do morro que o meu lindíssimo irmão come, me importunar, a história só pirou quando ele ameaçou uma delas, dizendo que era proibido encostar em mim.

A preocupação do Black aumentou com essas histórias de sermos amantes, o que fez meu irmão virar quase que um cafetão, de tanta puta que ele anda por aí.

Eu e a Sâme nos adaptamos muito bem, as senhoras do morro, são as que mais gostamos, aliás elas gostam de fofocas e nós também.

Estou subindo o morro com a Sâme vindo da faculdade, estamos de Uber, sim, fiquei tanto tempo da minha vida atoa que não procurei fazer uma aula de direção, mas isso eu vou fazer em breve.

Sâme: vamos subir de moto táxi né?- assunto rindo dela que tá morta com farofa.

Nick: claro.- aliás também estou.

Abro a porta de casa assim que chego e logo mando mensagem para meus pais avisando que cheguei.

Sâme: Qual é dessa cara?- encaro ela que me conhece como a palma das mãos.

Nick: o estágio.-ela me olha sem entender.-preciso cumprir carga horária de estágio e caiu no posto de saúde da rocinha.- ela continuou olhando com uns cinco ponto de interrogação na cara.

Sâme: e o que que tem?

Nick: é de outra facção, meus pais nunca deixariam.

Sâme: tentou mudar?- assinto.

Nick: a mulher me olhou como se eu tivesse com preconceito com a favela, e disse que não tinha mais vaga.- ela suspira.

Sâme: e se eles não soubessem?- faço cara de pensativa.- seu endereço no curso é a apê que seus pais te deram no centro, não tem nada que te ligue ao vidigal.- assinto.- quanto tempo?

Nick: 3 meses. ninguém nem vai me notar né?

Sâme: pois é, o tempo logo passa.- concordo. - começa quando?

Nick: segunda.-suspiro.

Sâme: bom hoje é sexta, vamos curtir, e logo esses três meses passam voando e você muda o lugar.- assinto.

É óbvio que isso me é uma preocupação, não sei qual é a favela que tem o tal homem que queria me sequestrar, mas o destino não seria tão filho da puta ao ponto de me mandar para a cova dos leões.

Fico deitada no sofá, pensando nisso tudo, nessa loucura e no quanto isso pode me prejudicar, o pensando pelo lado positivo isso vai passar, vou trabalhar, passando totalmente despercebida durante esses três meses.

Logo me levanto e vou tomar um banho, o calor tá demais hoje, olho no relógio e são uma da tarde, chegamos tem uns 30 minutos.

Sâme: Vamos almoçar na dona Célia?- assinto.

Descemos o morro e logo avistamos a quenga da Lia.

Lia: vão comer?- assinto.- opa, vou com vocês.

Sâme: só vive cheia de fome.- ela rir.

Lia: ah que isso, não dá para negar a comida da dona Célia.

Nick: nem da Maria, nem do João, nem da Ana, você não nega comida de ninguém Cecília.- a gente assente rindo.

Lia: mas e aí, quais as novidades?- pergunta.

Sâme: eu nada, a Nick que apartir de segunda faz estagio.- assinto sorrindo sem ânimo.

Não pretendo que muitos saibam disso, e nem que essa assunto saia da nossa casa.

Lia: onde?- pergunta animada.

Nick: não sei ainda, o sorteio será feito amanhã.- ela concorda.

Célia: oi minhas lindas.- chega na nossa mesa.

Nick: oi dona Célia, como está a senhora?- pergunto levantando para da um abraço na idosa que é tão carinhosa comigo.

Célia: bem minha filha, o que as bonitas vão querer?- nos encara.

Lia: ah dona Célia o que eu quero a senhora não pode me dá, mas pode ser um bife com batata frita.- da risada e a senhora a repreende envergonhada.

Célia: me respeita garota.- da risada.- deixa seu pai te ouvir.- vejo a garota bater na madeira da mesa rindo.

Lia: repreende dona Célia.- a gente rir e logo fizemos nossos pedidos.

Logo o pitete e o Digato entram na pensão.

Digato: que isso, nem chama.- reclama.

Pitete: quem tá pagando?

Lia: Nick.- aponta e eu olho incrédula.

Nick: vocês que tem que pagar, o sub dono do morro e o chefe da segurança.- olho rindo.- dona Célia nossa comida é na conta dos dois bonitões aqui.- grito chamando atenção da idosa e dos outros que estão no local.

Taissa: A piranha não pode ver uma vergonha que já que passar.- fala alto se insinuando para mim, mas como se tivesse falando com a amiga que está na mesa dela.

Lia: Qual foi a vergonha que você passou, só tem você de piranha no estabelecimento.- fala alto também.

Taissa: tá falando comigo?- encara nossa mesa.

Lia: tem mais alguém aqui que dá a xota em troca de dinheiro e fama no morro?

Nick: Lia, deixa ela.- falo no tom normal.

Pitete: ó a baixaria no local de trabalho dos outros, vamos manter as poses, você de filha de patente alta e ela de puta.- prendo riso pela fala do meu irmão.

A taissa até quis retrucar, mas a amiga fez ela repensar, falar alto com o sub e sair ilesa, claro que não ia.

Sâme: eu precisava da comida da dona Célia.- diz com a boca cheia de comida.

Nick: eu também.- do uma garfada e boto logo na boca.

Bife com batata frita, tem melhor?

Lia: era só um açaí agora.- diz depois que acaba de comer.

Nick: tem fundo?-implico.

Digato: tia Cami pariu um buraco negro em pessoa.- a gente rir.

Lia: tô em fase de crescimento pow.

Pitete: Digato, tu paga, tô pobre e devendo agiota. - faz cara de triste.

Digato: tá esquecido que quem paga seu salário sou eu né?- foda.

Pitete: ah, é foda.

Depois de tanto reclamar o pitete resolveu pagar a conta.

Os meninos voltaram para a boca e a gente foi para minha casa.

Nick: lar doce lar.- me jogo no sofá.

Sâme: lar doce lar.- se joga do meu lado.

Lia: lar doce lar de vocês.- se joga no sofá menor. E a gente da risada.

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Vamos dá início a esse drama?
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PATROA 2Onde histórias criam vida. Descubra agora