Nota 03: Julgamento

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Algumas semanas depois, o Julgamento já havia sido realizado, e o desfecho foi surpreendentemente rápido. Não havia muito espaço para defesa, pois, as digitais de Yuri foram encontradas na pistola do policial.

Entretanto, o destino reservou um rumo inesperado para esse caso. Envolvendo figuras influentes: Sofia Acorde Fernandes e Samuel Silvano Mendes. Eles pertenciam a famílias abastadas, cujos pais eram os mais poderosos da região.

Eles contrataram os melhores advogados e não mediram esforços para que Yuri recebesse a punição mais severa possível: trinta e sete anos em regime fechado dentro da cadeia. A condenação pareceu justa e, para muitos, era o fim de um capítulo sombrio.

Essa reviravolta só foi possível graças à influência da família das vítimas, já que eles "compraram" juízes, advogados e qualquer pessoa que pudesse se opor a essa proposta, garantindo o veredito desejado.

Porém, alguns rumores começaram a se espalhar sobre as famílias das vítimas. Mesmo com uma condenação dessas, eles não desistiram totalmente de sua sede por vingança, eles desejavam mais!

Conversas sussurradas pelos corredores da justiça insinuavam que as famílias das vitimas e mais algumas outras pessoas poderosas haviam se unido em um plano sinistro para eliminar Yuri e os outros quatro presos condenados por crimes parecidos com os de Yuri.

A ideia de que tais famílias poderiam comprar autoridades para executar secretamente os detentos enviou calafrios pela espinha de muitas pessoas.

O Brasil nunca havia enfrentado uma situação tão obscura e macabra. Enquanto alguns se horrorizavam com a possibilidade de um plano tão sinistro, outros sentiam uma curiosidade mórbida e inquieta sobre o que poderia acontecer a seguir.

Yuri havia sido enviado para o presídio de segurança máxima de Catanduvas, no Paraná, ficando assim no mesmo local de outros quatro detentos que as famílias desejavam a morte.

Catanduvas era um complexo colossal de doze mil e seiscentos metros quadrados, conhecido por abrigar os principais chefes do tráfico brasileiro. A prisão estava em polvorosa, enquanto todos os olhares se voltavam para o corredor que estaria o novo prisioneiro.

Enquanto tudo aquilo acontecia, de forma sigilosa, as famílias haviam conseguido cumprir seu objetivo de destruir a vida de Yuri e dos outros quatro condenados.

Eles conseguiram "comprar" tanto os policiais que faziam a segurança do local, quanto os médicos dos presidiários e os agentes penitenciários para fazer toda aquela ação as escondidas.

As famílias conseguiram até mesmo de forma sigilosa doses letais importadas dos Estados Unidos levariam cerca de um mês e meio para chegar ao Brasil.

Essas doses letais eram compostas por um coquetel de drogas meticulosamente escolhido para garantir uma execução aparentemente indolor. Esse coquetel incluía um sedativo potente para deixar os condenados inconscientes e aliviar qualquer dor física durante o processo. Em seguida, um agente paralisante seria administrado para impedir os movimentos musculares, tornando a execução aparentemente calma e pacífica. Por fim, uma substância letal interromperia a função cardíaca, levando ao óbito.

A execução de Yuri e dos outros presos estava planejada em um momento oportuno, que provavelmente seria com a desculpa de tomar algum tipo de vacina, e dessa forma, alguns membros da família das vitimas viriam pessoalmente visita-los para averiguar se a tarefa seria bem executada.

Mesmo eles estando em regime fechado, aquilo isso seria possível graças a todo "investimento financeiro" que as famílias haviam feito.

Enquanto isso, em um dos corredores da penitenciária de Catanduvas, Yuri estava em sua cela isolada, ciente de que o tempo de cumprir sua pena estava apenas se iniciando, e seria uma longa jornada dentro daquele lugar.

Sua mente estavam em conflito, relembrando sua vida e ação passada, ponderando sobre o destino que lhe aguardava, e ele não fazia ideia de que algo sombrio iria acontecer, Yuri estava apenas preocupado com a gigante pena de mais de trinta anos dentro da cadeia.

Nos bastidores, os corredores da prisão continuavam a pulsar com intrigas e acordos obscuros, lançando sombras sobre um sistema judicial que deveria buscar a verdade e a justiça, mas que parecia ser facilmente manipulado pelas forças poderosas que controlavam os fios dos bastidores.

E assim, em meio ao suspense e à controvérsia, o Brasil estava prestes a testemunhar um dos capítulos mais sombrios de sua história jurídica, que possivelmente nunca seria revelado ao publico geral do país.

O país inteiro sabia sobre o grande assassinato de Sofia Acorde Fernandes e de Samuel Silvano Mendes. Muita revolva, ódio, enfurecimento havia ficado sobre aquele caso, que tinha até mesmo dado um pouco de repercussão internacional, no entanto, se todas aquelas teorias se concretizassem, um grande ato sombrio iria ficar oculto na prisão de Catanduvas por vários anos...




continua...

ARAJA - O Que Há Abaixo De Nós? (LIVRO 02 - Concluído)Where stories live. Discover now