Polar Night

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Olá, aviso importante: esse capítulo contém gatilhos, se achar necessário pule a parte Flashback. ⚠️

Alicia


Jimin está preocupado comigo depois da ligação, mas tento ao máximo mostrar normalidade e fazemos nossa programação do dia. Ao chegarmos na nossa casa temporária digo que vou me lavar para ele escolher a comida e nada de comida apimentada.

Entro no chuveiro e minhas lágrimas caem sem que eu me de conta, não sei o certo quanto tempo estou aqui, mas escuto o bater na porta do quarto .

Ali, a comida chegou e nada apimentado como pediu - diz Jimin.

Estou chorando tanta que não consigo responder, além de dizer com voz de choro.

Jimin - digo.

Você está chorando ? , Você está bem ? , Ali posso entrar ?  - diz ele preocupado.

Não respondo apenas desligo o chuveiro e ponho o roupão, Jimin entra com minha ausência de resposta e quando me ver apenas abraça-me, eu desabo novamente em seu peito e ele nos movimenta para o sofá e me deixa chorar pelo que parece muitos minutos.

Jimin faz carinho nos meus cabelos molhados, afaga minhas costas e beija minha testa esperando eu me acalmar. Quando finalmente me acalmo digo :

Sinto muito por isso - ainda com voz de choro.

Não se desculpe por isso, está tudo bem, você precisa comer, vou esquentar o que pedi enquanto você se veste e te espero na sala - ele me olha preocupado.

Estarei lá em alguns minutos e acho que você precisa trocar sua blusa - digo sorrindo minimamente.

Não ligo para isso, você precisa de algo antes de eu ir ? - diz ele.

Não, posso demorar um pouco preciso secar o cabelo - digo indo pegar o secador.

Ele saí para ir aquecer a comida e eu vou me aprontando, demora para os cabelos secarem bem e vou me vestir com um pijama , saio para sala e Jimin está apenas de calça e sem blusa, o engraçado é que sempre deixa alto uma perna da calça ou as duas é uma mania dele engraçada.

Comemos em silêncio, mas sei que está preocupado e talvez agora seja a hora da verdade.

Jimin, rodada de Soju ? - Digo sorrindo.

Bom, não vou ter que carregar você estamos em casa - ele vai pegar as garrafas que compramos para a viagem.

Tomamos dois copos em silêncio e começo:

Meu pai me ligou pedindo perdão por tudo que aconteceu - digo num suspiro.

Não precisa falar se não quiser - diz ele

Eu quero falar, isso faz parte do que eu sou hoje e é uma grande parte da minha vida. - digo

Tudo bem, temos Soju o suficiente para uma noite dessa - ele ri.


Flashback on

Estou no meu quarto de castigo mais uma vez, meus ombros ardem, minha mãe me bateu de novo por não ser a filha perfeita. Sou a mais velha e deveria ser artista como sempre minha mãe quis já que sua mãe era, só que não tenho padrões coreanos e é difícil, meus olhos sempre chamam muita atenção, mas sou vista como estrangeira.

Não aguento mais ser discriminada e até na escola não sou tratada bem.

Você não é coreana !

Volte para o seu país !

Você é falsa coreana !

Ninguém se importa com você, vai embora !

Não tenho amigos e estou sempre trancada dentro do quarto, toda vez que falo com minha mãe o que acontece na escola, ela diz que é apenas brincadeira deles e para parar de ficar reclamando sempre.

Hoje é mais um dia de aula a última do ano, como sempre fui mais avançada estou terminando antes. Pego as notas e tudo que preciso da conclusão, não irei ficar para a formatura.

No caminho de casa os alunos já estão saindo e eu acelero o passo, mas sou jogada no chão, não consigo ver os rostos e me chutam quando estou no chão e depois me amarram em um poste, pedir ajuda e ninguém veio me ajudar.

Fiquei 30 minutos amarrada até conseguir me soltar e vou para casa aos prantos quando chego toda minha família está reunida e meu pai vem correndo perguntar o que aconteceu, ele sempre se preocupa comigo, mas sempre omisso e deixa minha mãe fazer o quer comigo, a única coisa que não reclamo é o dinheiro que sempre me dá escondido de Omma.

Conto o que aconteceu e foi até que tudo começou, minha Omma disse que estava inventando e para ir me limpar.

Inventando, sempre falo do inferno que tem sido quase todos os dias nas escolas que estudei, você nunca me entende - grito com ela.

Você está gritando Kim Alicia ? , Onde está o seu respeito ? , Abaixe seu tom de voz nesse momento. - fala com raiva.

Eu não vou, você não sabe tudo que estou passando ou fingi, eu nunca vou ser quem você quer a vovó morreu e se você queria ser ela o problema é seu, eu não vou ser ela - grito novamente.

Ela se levanta para vir me bater, mas seguro sua mão e digo :

Nunca mais me toque e eu estou indo embora dessa casa, não sou ouvida e não tenho voz - digo

Onde você vai ? Volte aqui Alicia e mostre respeito - ela segura meu braço forte .

Puxo ele e ela se desequilibra e cai, não me viro para ninguém e vou para o meu quarto arrumar minhas coisas, não sei para vou, mas tenho uma quantia que guardei ao longo dos anos que meu pai me deu. Falo com Beom que chora muito e digo que sempre vou entrar em contato não importa como.

Saio pela portas dos fundos e o meu pai está lá, apenas me entregar uma bolsa e vai embora sem dizer nada. Vou andando pelas ruas chorando sem saber o que fazer e abro a bolsa que meu pai me deu e vejo muito dinheiro, não sei o que fazer e vou depositar na minha conta para não andar com dinheiro.

Não sei o que fazer apenas ando por aí chorando e vejo um ônibus para Seul a capital e vou sem saber muito o que fazer.

Na capital as coisas parecem mais chamativas e claras, pesquiso no celular um hotel barato e vou para passar uns dias e pensar no que fazer.

No hotel depois do banho é um pote de Ramyeon começo minha pesquisa e vejo só vou conseguir sair desse país com 19 que é a maior idade na Coreia depois do ano novo, já que faço 18 próximo mês. Faço a conta de todo dinheiro que tenho dá para quatro meses quase, vou precisar de um trabalho até lá.

Tudo parecia ir bem, mas não conseguia emprego em lugar nenhum mesmo tendo 18 anos e terminado os estudos.
Os quatro meses passam voando e não consigo arrumar um prego e sou despejada do meu quarto, fico vagando pela rua sem destino.

Estou na rua faz quase uma semana com fome e suja, está muito frio e meus dedos estão roxos, estou perto Guryong um lugar de classe baixa e sinto que estou perdendo os sentidos quando alguém me pega e leva para algum lugar .

Acordo grogue e não sei onde estou uma senhora está do meu lado, ela diz que seu nome é ChoHee e que me ajudou, expliquei minha situação e ela disse que poderia ficar pelo tempo que precisar.

Flashback off


Começo a chorar quando lembro da senhora ChoHee e Jimin me abraça e diz :

Não sabia por tudo que passou, as vezes nosso país é tão cruel e peço perdão por isso - Jimin também chora comigo e pedi perdão em nome do país pelo preconceito.

Mas ainda não acabei, essa é apenas uma parte da minha história.

Face OffWhere stories live. Discover now