— Gente, deve ser uma das charadas!- Valéria exclama.

Professora Helena estoura o balão, e de dentro dele sai um papel um pouco amarelado.

— O quê tá escrito aí?- Kokimoto fica na ponta dos pés tentando ver.

QUEBRA DE TEMPO

— Ei, você viu né, os caras jogam muito!- Paulo chama a atenção de Alícia.

— Igual estava escrito na charada né, eles são cinco estrelas em terra mesmo.

— É, mas eu acho que eles erraram na contagem das estrelas.

— Como assim?

— Porque, a mais bonita tá na minha frente agora.- Paulo sorri.

— Isso é tão romântico!- Eu e Laura dizemos abraçadas atrás de Paulo e Alícia.

— S/n, vai namorar com o Jaime e não me enche o saco!- Paulo diz irritado.

— Ai que rude! Não aceita uma brincadeirinha.- Viro a cara.

— O que tem eu?- Jaime se aproxima.

— Por que você não controla a sua namoradinha para ela não encher a paciência alheia?- Paulo esbraveja.

— Calma, Paulo. Ela nem fez nada.- Alícia me defende.

— Vamos pra lá, S/a.- Jaime me empurra pelas costas.

— S/a? Sério isso?- Olho para o garoto com desconfiança.- Só os meus amigos me chamam pelo apelido.

— Ué, e eu não sou seu amigo? Esqueceu de quando ficamos trancados no quartinho de ferramentas por três horas?

— Você tá falando sério? Aquilo aconteceu porque fomos forçados. E nós nunca fomos tão amigos, deixa de besteira e vamos lá com a professora saber mais sobre a charada do Gonzales.- Levo o mesmo até onde estava Helena, Carmen e Daniel.

— Os celulares estão tocando de novo!- Carmen diz atendendo o seu.

Muito bem, pequenas inutilidades, vocês conseguiram vencer os pernas de pau que o grande nada contratou!

Eu tô achando essa última dica muito difícil. O que são esses números?- Professora pergunta à Gonzales.

Números? Quem falou para você colocar números?- Gonzales pergunta baixinho à Gonzalito.

Hmm, foi mal chefe, é que eu ia jogar na Mega-Sena, vai que a gente ganha, e poderíamos largar essa vida do crime.

— Maldito dia que eu resolvi contratar você, mas isso não importa mais! Agora, é a hora de vocês serem humilhados!

— Você já tentou isso, amigão!- Daniel sorri convencido.

E vou tentar de novo, de novo, e de novo, algum problema?- Bradou Gonzales.

— Não, não tem problema nenhum, pode ficar tranquilo.- Professora acalmou o criminoso.

Então preste atenção, não vou repetir! - Gonzales esticou a mão à Gonzalito, na intenção de receber algum papel.- "Lá no alto tem que dançar, e o rabinho balançar, mas antes, tem que se fantasiar, com asa, com pena, e sem medo de se envergonhar, mas se o chapéu não ficar cheio de grana, a menina aqui, vai viver um drama!".- Gonzales desliga a ligação.

— Fantasia... cheia de pena?

— Professora, tem uma loja de fantasia aqui perto, vamos lá?- Digo.

— Agora! Vamos, vamos, gente!

QUEBRA DE TEMPO

Uma suave campainha era tocada para avisar que havia gente na loja.

NEVERMIND • Jaime Palillo •Donde viven las historias. Descúbrelo ahora