Gonzalito tira um pequeno papel dobrado de suas luvas, e entrega á Gonzales, enquanto Maria Joaquina estica o pescoço para tentar observar melhor.
— Hahahaha! Leite! Ovos, queijo?
— Supermercado...- Gonzalito substituí o papel na mão de Gonzales por outro.
— Mas é um jumento mesmo! Haha, agora sim. "Quem pedala pro pau podre precisa prestar atenção á pedras e pedregulhos, e na previsão do pagé, de uma tribo distante, para que a situação da menina, não fique preocupante!".
— Pera aí, isso aqui é um trava-línguas!- Carmen afirma.
— Esse negócio de 'predegulhos, pagé, tá meio sem sentido, não tá?- Jaime se questiona.
— Ô seu Gonzales, aqui é todo mundo burro, a gente não vai conseguir decifrar esse negócio não, pode ficar aí com a Maria Joaquina.- Paulo diz gesticulando com as mãos.
— Vocês não podem estar falando sério!
— Não mesmo!- Cirilo fala.
— E não estão! Nós vamos decifrar a charada.- Helena olha aos alunos de forma estressada.
— É bom se apressarem, vocês tem exatos trinta minutos, e o desafio começa já!- Gonzales exclama e logo em seguida joga uma risada maléfica.
— E se a gente não conseguir cumprir o desafio a tempo?- Cirilo pergunta.
— Se vocês não conseguirem, sabem o que eu vou fazer com essa tesoura?- Gonzales mostra para a câmera uma grande e afiada tesoura prateada.
Jorge coloca a mão no pescoço, insinuando como se o de Maria Joaquina fosse decapitado.
— Seu Gonzales, pelo amor de Deus, você...- Helena diz com voz embargada.
— Eu vou picar o cabelo da Maria Joaquina!
Maria Joaquina e todas as outras garotas gritam assustadas, e logo em seguida a chamada é encerrada.
QUEBRA DE TEMPO
16 de junho, 12:49
— Quem pedala pro pau podre, precisa prestar atenção á pedras e pedregulhos...- Helena lia o trava-línguas que Carmen anotou.
— Era só o que faltava, a gente se ferrar por causa da metidinha.- Bato os braços.
— Por isso eu disse, era mais fácil o Gonzales ter ficado com a Maria Joaquina, ninguém ia sentir falta.- Paulo diz caminhando ao meu lado.
— Tá de brincadeira Paulo? Quer morrer, é?- Cirilo arregaçou as mangas inexistentes, e simulou luta com Paulo.
— Deixa de besteira, Cirilo, a Maria Joaquina está pouco se lixando pra você.- Digo.
— Quem concorda que era melhor o Gonzales ter sequestrado a S/n no lugar da Maria Joaquina põe o dedo aqui, que já vai fechar.- Jaime estendeu a mão à nossa frente para uma brincadeira estúpida.
— Hahaha, que engraçado, Jaime.
— Não leva pro coração não, gatinha.- O garoto pisca para mim, e eu reviro os olhos.
— O namorico tá bom aí, mas vocês tem que ajudar a decifrar a charada do Gonzales, ninguém aqui é gênio.- Jorge me empurra para o lado, ficando entre eu e Jaime.
— Pau podre é fácil, em tupi guarani Ibirapuera é pau podre, árvore podre.- Carmen afirma.
— Claro! O parque do Ibirapuera!- Helena fala se relembrando.
— Mas professora, e esse tal de "pagé da tribo distante"?- Kokimoto pergunta.
— Nossa, verdade! Aonde a gente vai achar um pagé no meio do parque do Ibirapuera?- Daniel alisa o queixo.
— É...- Carmen pensa.- Na oca!- Daniel e Carmen dizem em uníssono.
— Bora pro parque! Vamos pegar as bicicletas!
Todos correm até as bicicletas, colocam os capacetes, e pedalam o mais rápido possível até o parque.
— Cuidado pra não ficar pra trás, Bibi!- Kokimoto zomba da garota, por estar de skate.
— Digo o mesmo!- A ruiva acelera, e saí muito mais a frente.
— Cuidado pra não cair, hein, S/n!- Paulo ri, me esbarrando.
— Olha por onde anda!- Grito praticamente me despencando da bicicleta, mas por sorte alguém me segura...
— Opa, desaprendeu a andar de bicicleta, S/n?- Jaime ri me ajudando a reequilibrar.
— Para de graça, o Paulo que me empurrou.
— Isso é tão romântico!- Marcelina e Laura passam ao nosso lado dizendo a mesma frase.
— Valeu pela ajuda.- Volto a pedalar mais á frente.
QUEBRA DE TEMPO
16 de junho, 13:30.
— Ah gente não aguento dar mais nem um passo, Maria Joaquina que me desculpe, mas eu vou ficar aqui.- Digo saíndo da bicicleta.
— Pessoal, pessoal, não vamos desistir não! A gente consegue! Bora galera, bora!- Cirilo animava.
— Ah! Dona árvore! Sai da frente, dona árvore!- Adriano berrava antes de dar de cabeça num enorme tronco, arrancando gargalhadas.
— Como é que a gente tá de tempo?- Helena pergunta.
— Um minuto! One minute!- Bibi grita aflita.
— A oca é logo alí, ó!- Kokimoto aponta.
— Vamos correndo!- Todos largam as bicicletas.
— Run, run, run!- Bibi acelera.
QUEBRA DE TEMPO
— E agora? O que a gente faz?- Daniel pergunta com as mãos na cabeça.
Todos os celulares tocam mais uma vez.
— Muito bem, seus pequenos inúteis! A primeira tarefa foi cumprida!- Gonzales sorria.
— Vamos combinar de acabar com essa gincana agora? Já deu pra ver que a gente colabora.- Helena fala.
— Não! Não deu! Vocês ainda vão sofrer muito! A charada está dentro da tapioca!
— Seu Gonzales eu só queria saber uma coisa, a Maria Joaquina tá bem?- Cirilo pergunta colocando o rosto no celular da professora.
— Tem um amiguinho perguntando se você está bem.
— É o Cirilo?
— Sim, sou eu mesmo, Cirilo Rivera!
— Fala pra ele me esquecer!
— Ah, ela tá ótima!- Cirilo diz e todos riem.
— O gente vamos dar uma agilizada por favor?- Uma voz diz atrás de nós, todos olham para trás.- Eu ainda preciso me vestir de palhaço para uma festa de criança que eu vou apresentar.
— O que um índio americano está fazendo aqui no meio da oca, velho?- Daniel se pergunta.
— Por acaso você é o pagé de alguma tribo distante?- Pergunto.
— Sim, mas pode me chamar de Giovanni.
Em uma fração de segundos, Laura arranca da mão do homem a tapioca que ele segurava, e coloca inteira na boca.
— Não!- Todos gritam.
— Ai Laura!
— Desculpa gente, mas é que eu tava morrendo de fome!
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NEVERMIND • Jaime Palillo •
Fanfiction[CANCELADA] (de novo rsrs) Um garoto, uma garota, dois rivais. Será que com a ajuda dos amigos, essa dupla de inimigos viram amigos, ou até mesmo algo a mais?
•002 T2•
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