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A guerra eclodiu abertamente no terceiro dia da terceira lua de 129 DC, quando o rei Viserys I Targaryen fechou os olhos após ser envenenado e morreu.

Seu corpo foi encontrado por um servo na hora do morcego, quando era costume do rei tomar uma xícara de hipocraz. O servo correu para informar a rainha Alicent, cujos aposentos ficavam no andar abaixo dos aposentos do rei, o servo deu a má notícia diretamente para a rainha e só para ela, sem gerar alarme geral.

A rainha Alicent foi na mesma hora para o quarto do rei, acompanhada de sor Criston Cole, senhor comandante da Guarda Real. Quando confirmaram que Viserys estava morto, Sua Graça ordenou que o quarto dele fosse isolado e colocado sob vigília. O servo que encontrou o corpo do rei foi isolado, para garantir que ele não espalhasse a história. Sor Criston voltou à Torre da Espada Branca e mandou seus irmãos da Guarda Real convocar os integrantes do pequeno conselho do rei. Era a hora da coruja.

O conselho se reuniu nos aposentos da rainha na Fortaleza de Maegor. Reunidos nos aposentos da rainha enquanto o corpo do senhor seu marido esfriava acima, estavam a própria rainha Alicent; seu pai, sor Otto Hightower, que devia estar na cidadela mas na verdade se escondia em King Island, aguardando o momento; sor Criston Cole, senhor comandante da Guarda Real; o grande meistre Orwyle; lorde Lyman Beesbury, mestre da moeda, um homem de oitenta anos; sor Tyland Lannister, mestre dos navios, irmão do Senhor de Rochedo Casterly; Larys Strong, chamado Larys Pé Torto, mestre dos segredos; e lorde Jasper Wylde, chamado Barra de Ferro, mestre das leis.

O grande meistre Orwyle abriu a reunião revisando as tarefas e procedimentos costumeiros exigidos quando da morte de um rei. Ele disse:

— O septão Eustace deve ser convocado para executar os ritos finais e rezar pela alma do rei. Um corvo precisa ser enviado à Pedra do Dragão imediatamente para informar a princesa Alyssa sobre o falecimento do pai dela. Será que Sua Graça, a rainha, não gostaria de escrever a mensagem para suavizar a má notícia com algumas palavras de condolências? Os sinos sempre são tocados para anunciar a morte de um rei, alguém precisa cuidar disso, e claro que temos que começar a fazer nossos preparativos para a coroação da rainha Alyssa...

Sor Otto Hightower o interrompeu.

— Tudo isso precisa esperar — declarou ele — Até a questão da sucessão ser resolvida.

— Até nossa nova rainha ser coroada — As palavras são de Orwyle, faladas baixo, pouco mais de um sussurro.

— Rei — insistiu a rainha Alicent. — O Trono de Ferro por direito deve ser passado para o filho legítimo mais velho de Sua Graça.

— Sendo Aegon, esse filho, ele deve ser o rei — príncipe Rhaegar diz entrando no cômodo e todos lhe olham

— Meu príncipe, o senhor melhor que ninguém sabe qual era o desejo de seu irmão — alguém ousa dizer

— Meu irmão estava débil, uma mulher não pode assumir o trono — palavras deixavam um gosto amargo, sua mãe era a herdeira e merecia reinar, sua filha deveria reinar, mas apenas se fosse manter seu legado, não o de Viserys

— Se fossemos seguir essa lógica, príncipe Baelon que deveria ser coroado — outra pessoa disse

— Príncipe Baelon e princesa Visenya são bastardos, filhos de uma infidelidade da rainha Aemma com o príncipe Daemon — mentira, uma grande e enorme mentira — Aegon é o primeiro filho do rei

— Onde está a Mão do rei? — a pergunta surge, sor Lyonel deveria estar lá

— Em Harrenhal, partiu a dois dias — outra mentira de Rhaegar, pois o corpo do Strong apodrecia em uma vala qualquer

Everything BlackWhere stories live. Discover now