capítulo dois: treinamento

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O coração de Adrian bateu tão forte que doeu

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O coração de Adrian bateu tão forte que doeu.

Os jovens estavam de volta à sala brilhante e limpa. O mesmo cenário do Comandante Hartford em cima do palco improvisado estava acontecendo diante de seus olhos. O homem com o peito estufado, cheio de retidão e com a voz inabalável estava pronto para começar seu discurso. Na parede branca, uma projeção feita de última hora, pouco visível pela luz branca e brilhante da sala, mostrava os pontos de cada um dos jovens que participaram do teste. Um a um, os adolescentes que não passaram foram dispensados para irem embora do prédio. Por outro lado, os que haviam sido aceitos, formaram uma linha. Adrian foi colocado em prontidão ao lado dos outros adolescentes.

Ele havia ficado em último lugar entre os sete escolhidos. Por um ponto, outro garoto não passou na sua frente. Por um mísero ponto, ele não foi mandado embora aquele dia.

– Então, vocês foram os escolhidos para se tornarem os mais novos soldados do E.L.E. Começaremos com o último lugar... Adrian Thomas Barnard – o homem folheou uma prancheta. Ele fez uma careta e olhou panorâmicamente para os jovens diante de si com uma expressão de confusão se formando em seu rosto. – Bom... foi por pouco. Por um ponto, hein? Quase que você não está aqui. Tiveram alguns critérios para te escolher, mas na minha opinião...

O Comandante não terminou sua frase. Adrian sabia que ele não precisava. Ele não deveria estar ali.

– Após ser atrapalhado no teste, você levantou e continuou a seguir em frente. Estamos procurando por pessoas que não desistem e é por isso que você está aqui – Hartford disse, teatralmente. Ele balançou a cabeça, lendo o roteiro e murmurou mais algumas palavras lidas. Ele não passava confiança no que estava lendo. – Bom, acredito que você só passou porque não tiveram outros destaques. Isso foi uma decisão merda.

Adrian engoliu em seco, sentindo uma humilhação queimar seu rosto. Seu estômago congelou, uma sensação fria e solitária o atingindo. O sentimento de incerteza o fez ficar receoso pelo motivo pelo qual estava ali. Ele tentou dar tudo de si, mas para ser sincero não sabia se tinha sido o suficiente. Naquela mesma sala, a garota que o havia ajudado estava logo ao seu lado. Se não fosse por ela, havia muitas chances dele ainda estar deitado naquela grama ardida dormindo como um qualquer. O máximo que ele conseguiu foi achar uma brecha em uma janela pequena no prédio da bandeira, junto com outros jovens. Quando botou os pés no primeiro degrau após um longo tempo de empurrões e desespero para passar pelo pequeno espaço, a sirene tocou e o teste terminou. Ele não teve muitas chances de se provar. Contudo, ele não sabia muito bem quais habilidades tinha para mostrar.

– Bem, a próxima: Grace Guinle. Chegou na reta final, foi rápida e inteligente. Bons pontos para você – o homem virou mais uma folha. – Beatrice Fiorentino, se saiu bem, ajudou alguns garotos caídos e acabou sendo outra coisa que procuramos: soldados que além de irem atrás do seu objetivo, também ajudam cidadãos no meio do caminho. Parabéns. Depois... Aria Wallace, também chegou na final. É observadora, foi a terceira a descobrir a janela, descobriu os botões, sem mais delongas, parabéns.

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