Um doce pesadelo

Capítulo 68

Por que diabos ele está sorrindo?

- Problema seu então!- me levanto e caminho para a recepção, mas sinto sua mão me puxar de volta.

Por sorte consigo parar antes do meu corpo se chocar junto ao de Ward.

- Eu vou te conquistar, anjo. Vou fazer de tudo para tê-la de volta, nem que demore anos. Vou esperar por você, e quando você finalmente voltar pra mim, vou te fazer a mulher mais feliz do mundo.- ele diz tudo olhando em meus olhos, arrepiando até oque não era para arrepiar.

Mas eu não vou cair nessa outra vez, não mesmo!

- Aproveite o tempo, Ward Kennedy, não voltarei pra você nem mesmo quando eu for uma velha a beira da morte.

A droga do seu sorriso aumenta ainda mais.
Por fim, consigo me soltar e caminho rápido para o restaurante do hotel, um pouco eufórica.

- Amiga, te procurei no seu quarto e você não estava lá.- Louise aparece me assustando.

- Ah...Quis caminhar um pouco! Onde está o Gabriel? Se resolveram?

- Não sei dizer exatamente... Estamos indo com calma, as coisas ainda estão um pouco estranhas.

- Bom dia, senhoritas, o que desejam?- uma garçonete aparece.

- Eu quero três fatias de pudim e um chá doce, por favor.- falo.

- Traga pra mim apenas um cappuccino.- Louise diz.

A garçonete sai após anotar os pedidos.

- Parece nervosa, meu irmão te disse algo?

- Quê? Não! Não estou nervosa, é impressão sua!

- O que ele fez dessa vez?

- Seu irmão é um idiota, sinceramente! Ele veio me pedir perdão e depois disse que vai me conquistar. Como alguém acompanhado fala uma coisa dessas? Ele é um imbecil!

- Ele não está mais com Yana. Eles nem namoravam... Ele até mudou de quarto!

- De qualquer forma eu não me importo, não quero mais nada com ele.

- Aquela mulher é uma chata! No começo ela tava até legal, mas depois, meu Deus, que cobra! Ela, Ward e eu estamos em um projeto, de um novo negócio... Eu não suporto ir a reuniões que ela está presente!- Louise fala nervosa enquanto ataca os morangos que estavam na mesa.

- Melhor você acalmar um pouco, ela tá vindo pra cá.- falo após ver Yana vim em nossa direção.

- Bom dia, meninas. Viram o Ward por aí?- ela pergunta, olhando diretamente pra mim.- Ah... Lá está ele!

Ela se senta ao lado de Louise e até então eu não estava entendendo nada, até Ward passar por mim junto a Vlad e Marc, ambos se juntaram a nós.
Marc se senta ao meu lado, Ward se senta do outro, e Vlad se senta do outro lado de Louise.

- Bom dia, meninas.- Vlad diz.

- Bom dia.- falamos em uníssono.

- Estávamos pensando em sair um pouco para explorar o local, querem vim? Só tem lugar pra mais duas no carro.

- Ah, eu não vou poder ir... Gabriel e eu ainda estamos nos acertando, já tenho um compromisso.- Louise diz.

- Vamos, Angel, vai ser legal!- Yana diz.

Ela abre um sorriso cínico, e eu posso jurar que ela está torcendo para que eu negue.

- Claro, vai ser ótimo.- sorrio.

Os demais fazem o pedido.
Após todos nós tornarmos café, entramos em um carro preto, que estava sendo dirigido por Ward.
Eu não faço a menor idéia de onde estamos indo, mas cá estou eu ao lado de Marc, tentando ao máximo ignorar o olhar mortal de Yana sobre mim.
Essa mulher é psicopata!

Após um tempo, o carro foi estacionado em frente a um lugar onde eu poderia jurar que é outra capela, algo bem comum por esse lugar.
Em volta, havia não só carreiras de rosas vermelhas, como também vários pezinhos de laranja, oque deixava tudo ainda mais lindo.
Mais um pouco atrás, dava também para ver um pouco do lago cristalino.

- Caramba...- falo surpresa observando o lugar.- Eu ficaria aqui lendo por horas!

- É um bom lugar pra ler mesmo. Olha, Ward, um lago como o da sua casa!- Yana sai puxando Ward.

- Ela é muito forçada, tenho que confessar.- Vlad diz.

Dou de ombros e começo a caminhar pelas rosas vermelhas. Um vermelho marcante, mais jogado para o vinho.

Me assusto ao ver Marc me entregar uma rosa, com um sorriso inocente em sua face.

- Pra você!- ele se aproxima do meu ouvido, me causando um leve susto.- Finge que gostou, acho que você vai gostar de ver a carranca de Ward.- ele sussurra.

Acabo sorrindo do ato
Marc se afasta e eu pego a rosa, com um sorriso encantador em meu rosto.

- Muito obrigado, Marc. Você é um cavalheiro!- falo em um tom não tão alto, mas o suficiente para Ward escutar.

Ao me virar de volta para começar a andar acompanhada pelo mesmo, olho para Ward de maneira sutil.
Sua feição estava confusa e ao mesmo tempo com raiva, ignorando totalmente Yana que tagarelava ao seu lado.

O passeio foi resumido em Marc e eu provocando o pior de Ward Kennedy. Foi divertido ver sua feição, e o quanto ele estava confuso com tudo aquilo.
Depois de explorarmos, voltamos para o hotel.

Na festa de ontem fiz oque era para ser feito antes de ir atrás de Angel.
Chamei Yana em um lugar calmo e esclareci tudo. Disse que amo Angel e que pretendo fazer com que ela me perdoe pelo oque fiz e que possamos voltar.
Ela aceitou isso bem... E até disse que podia me ajudar com isso!

Hoje quando Angel disse que não me amava, por algum motivo não acreditei, não parecia algo sincero, o seu corpo todo a entregava, fazendo com que suas palavras fossem totalmente falhas.
Agora cá estou eu, novamente pensando em algo para ganhar de volta o coração do meu pequeno anjo.

- Que porra era aquela, Marc?- pergunto assim que entramos no quarto.

- O que? Não posso ser um cavalheiro? Não tenho culpa que você é um mal educado!

- É algum tipo de brincadeira de mal gosto? Porque eu não estou curtindo nada disso!

- Fica tranquilo, Ward. Angel e eu somos amigos. Ao invés de ficar dando chilique, já está pensando em como recompensá-la?

- Sim...

- E o que vai fazer?

- Não sei...

- Meu Deus, você é um burro mesmo!

- Vou pedir ajuda de Louise... Vou ler uns livros de romance pra ter uma ideia de algo.

- Que hilário!- Marc começa a rir.

- Tem algo melhor por um acaso?

- Não, claro que não, senhor Kennedy. Boa sorte, ela parece estar ainda mais difícil que antes! Com todo respeito, além de mais linda, está ainda mais atraente.

- Da o fora desse quarto antes que eu te mate, Demarc.

- Amo estressar o meu amigo.- ele pisca antes de sair do quarto.

Eu a terei de volta!