Um caçador.

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Apesar de estar acostumado a viver na floresta, Deckard não estava acostumado a passar a noite em cavernas e isso dificultou a chegada do sono. Em Fracti, estava a costumado com a casa da Diane e, depois com a casa na árvore que haviam feito. Mas, após um bom tempo, o sono finalmente o alcançou.

Deckard acordou com Diane lhe chamando. Ela o sacudia de forma delicada, porém firme. Ele se sentou, assustado. Pensando que talvez algum outro monstro tivesse chegado até ali.

— Acorda, Deckard — ela sussurrou, reforçando seus pensamentos. — Vamos comer rápido e seguir viagem, pela trilha por onde íamos ontem.

Enquanto ela colocava uma pedra em meio ao fogo, para esquentar uns pedaços de carne, ele aproveitou para lavar o rosto com seu cantil. Comeram pouco, apagaram a fogueira e voltaram pela encosta, até acharmos a trilha que estavam seguindo.

Desse ponto em diante, a viagem seguiu tranquila.

A floresta não parecia tão fechada e escura quanto a outra parte, onde encontraram o dragão.

Após algumas horas de caminhada, a copa das árvores pareceu rarear um pouco, o que permitiu que alguns poucos, mas bem vindos, raios de sol adentrassem na penumbra. A temperatura pareceu subir um pouco e alguns animais pequenos podiam ser vistos, o que foi uma vista bem aceita por todos, principalmente Argenti e Fang.

Seguiram andando por mais algum tempo, até que chegaram em uma clareira. Deram uma boa olhada em volta à procura de algum animal que pudesse atacar, mas não acharam nada.

Comeram mais um pouco, sem demorar muito outra vez. Argenti e Fang saíram atrás de alguma caça. Não levou mais do que vinte minutos para que cada um deles voltasse com um coelho em meio aos dentes.

— Deve haver algum olho d'água por perto — Diane comentou quando eles voltaram. — Só assim para eles acharem presas tão rápido.

— Seria bom ter água por perto, pra reabastecer os cantis.

Depois de terminarem de comer, decidiram seguir na direção de onde os dois haviam voltado.

Andaram cerca de uns duzentos metros, antes de ouvir o barulho de algum animal. Seguiram em direção ao som e chegaram no olho d'água, que mais parecia uma poça grande. Apesar de não ser tão largo parecia ter alguma profundidade, já que não dava para ver o fundo.

Encheram os cantis e decidiram voltar, o encontro de ontem já havia saciado espírito aventureiro de Deckard.

Depois disso, retomaram a caminhada. Conversaram sobre animais e plantas, sobre as histórias da floresta, sobre as raças e tribos que já fizeram dessa cordilheira seu lar. Diane havia dito que chegariam na próxima vila cerca de quatro horas depois do horário planejado.

Depois disso, Deckard perguntou para ela sobre a vila, os costumes, a história, a geografia e a população.

Segundo ela lhe contou, não era uma vila muito grande, mas era bem maior do que Nullus.

Era formada por agricultores, pequenos comerciantes e caçadores que ainda se aventuram nas partes externas da cordilheira.

Ela ficava à nordeste de Nullus, mas devido aos anos sem uso, a estrada que ligava as duas se fechou em meio à mata.

Na parte sul da vila, havia uma dungeon de goblins de rank D e uma peguena filial da guilda de caçadores, que não eram muitos na vila. O mais forte deles era o prefeito, que havia alcançado o Rank C. Depois dele, havia um rank D e uns quinze ou vinte no rank E.

— Vamos aproveitar a passagem pela vila e fazer o seu registro de caçador. Não iremos entrar naquela dungeon. Apesar de goblins serem de rank E, eles atacam em ondas e recorrem à armadilhas e emboscadas para atacar. Além deles, há também alguns chefes goblin e o boss é um hobgoblin, de rank D. E, se atacássemos ela, iríamos atrapalhar os caçadores da vila, que dependem da dungeon para materiais e equipamentos.

Deckard - Histórias de outro mundo Where stories live. Discover now