Cause You and I, We are Born to Die

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         A vida é morte lenta assistida. Dói-me dizer que assisti teu corpo entrando em colapso sem poder dar-lhe qualquer mínima ajuda significativa. Desejo que voltássemos ao princípio, onde tudo era semente de ficção, futuro e previsão. Onde fomos parar?

     O verão demonstrava a instabilidade típica entre seu término e o prelúdio de um outono escabroso. Era noite, estava quente, a costumeira chuva que molhava as tardes se prolongara naquele dia. Todos vomitavam o próprio acabrunhamento sobre os pés da maca fria. Uma sala com seis pessoas: um enfermo e cinco mortos ali residiam.

       Chegamos ao consenso de que a morte é destino para todos. Aos poucos, mesmo que contrariados, eles se conformaram. Morreríamos. Todos nós. Entretanto alguns iram cedo demais. Então me diga, existem palavras que possam te ressuscitar?

      Todos nós vamos morrer. Perguntaram se deveriam cobrir o corpo. Antes de conseguir dizer adeus enrolaram-o em panos.

     Seungyoun, todos nós vamos morrer, porém me perdoe. Fui inútil ao tentar salvar nosso corpo. O mal se espalhara como febre.

      Aos meados da madrugada, a carne de Cho Seungyoun falecera. Sinto muito por ter partido, mas permaneço em vida marcado na pele daqueles que amava.

        Hoje meu corpo se fossiliza, mas a alma retorna a casa quando o canto entoam. Ao final nos tornamos almas presas em corpo de gárgulas destinadas a desilusão. E do que adianta se todos um dia morrerão?

Quatro de julho.

Descanse em paz, Seungyoun. O corpo que minha alma uma vez fez de lar.

contos de não amor.Where stories live. Discover now