— Cuide da sua língua — inclina a cabeça até minha orelha e sussurra. Francesca saberia me dizer muitas coisas. Assinto — Juliano — ele chama e logo o homem surge a nossa frente — Acompanhe, Vittoria.

Juliano assente e fica há alguns passos de distância enquanto caminho até a mulher. No caminho vou cumprimentando algumas senhoras que me param e fugindo quando querem estender a conversa. Eu as recompensaria depois.



(...)

Francesca parece notar que há algo me incomodando, ou como minha língua coça para enche-la de perguntas, mas não diz nada, estávamos rodeadas por mulheres falantes, a exceção, a irmã de Cherry. Essa, estava do outro lado salão me fitando raivosa. Vê-la, me lembra que já teve Luca ao seu lado e provavelmente teria novamente em breve.

Suspiro.

— Meninas, nos deem licença — Francesca interrompe uma das mulheres, falando e não dando tempo para ser contrariada, segura meu braço e nos tira dali.

Não lhe pergunto nada, apenas a acompanho, ciente que Juliano, nos segue. Logo chegamos onde Francesca quer, banheiro.

— Obrigada! — sorrio para ela, quando feca a porta e verifica se está mesmo vazio.

Francesca para a minha frente e me observa, o pequeno sorriso simpático que me esforcei a trazer á tona, desaparecendo a medida que meu rosto fica em sua mira.

— O que aquela peste aprontou? — indaga irritada — Luca merece uns bons tapas, uma pena que não aproveitei quando ele era menor.

— Luca viveu com você?

— Ele e Vincenzo iam a minha casa e ficavam por alguns dias, vez ou outra. Chegou ao fim quando foi iniciado e o perdi — suspira tristemente — Apesar de quase impossível de imaginar, em algum momento de sua vida, Luca foi um rapaz muito doce e atencioso. Assim como o pai fez a sua mãe, também o quebrou.

Meu coração se aperta. Penso em meu irmão e papai, apesar de ter sido rígido, Leon foi um bom pai, rígido na medida e muito amoroso no restante. Luca e o irmão nunca tiveram isso, de nenhum dos lados.

— Como Luca era com Bianca? — pergunto por fim. Francesca parece em dúvida se toca no assunto — Já sei que ela o traiu — seus olhos se arregalam.

— Estou supondo que não foi ele quem lhe contou — assinto em negativa — Luca e Bianca cresceram praticamente juntos, creio que por isso ele decidiu pedi-la em casamento, acredito que imaginou que além de fácil seria algo bom, poderiam fazer dar certo.

— Ele tentou — digo pensativa e admito, um tanto invejosa. Bianca teve o que sonho, mas não soube cuidar. Não estava a culpando, Luca não é fácil e ninguém mandava no coração.

— Sim. Dado ao pai que teve e o que presenciou, Luca era um bom marido. Conheci Bianca por toda minha vida, assim como a Luca.

— Sinto muito! — afago seu braço. Ela sorri docemente para mim.

— Obrigada, querida, mas não precisa — a olho sem compreender — Luca sabia da traição. Sempre soube — é a minha vez de ter os olhos arregalados e o adicional de boca aberta. "Não sabia da sua possessividade com as mulheres", me recordo da fala de Vincenzo, tempos atrás quando foi almoçar na casa do irmão junto ao primo — Bianca sempre foi apaixonada por um dos seguranças, seu pai nunca permitiria isso. Quando se casou, Luca permitiu que o rapaz fosse junto.

Ok.

Isso... Isso não faz sentido algum.

— Como... Mas ele a matou por ter o traído!

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor            (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now