Capítulo 10

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Paul sonhou novamente naquela noite. Diferentemente do cenário que estava habituado, desta vez ele se encontrava em um local repleto de areia e usava roupas diferentes das tradicionais de Caladan.

Eram roupas para sobreviver no deserto. Eram as mesmas vestimentas que um povo denominado Fremen usava.

Paul — a voz de Sophie soou ao seu lado, observando que ela também usava as mesmas roupas que ele, mas tinha a particularidade de olhos azuis — Nós precisamos lutar. Por nós. Por este povo. Pela liberdade de tudo. Nós precisamos mostrar que a Casa Atreides e a Casa Asterion não caem facilmente.

— E se eu te perder?

— Você nunca vai me perder, Paul Atreides. Nunca. Eu prometi ser seu coração, sua alma e seu braço direito em Caladan, Arrakis ou qualquer lugar. Você nunca vai me perder.

Selando os lábios nos do rapaz, Sophie fez com que Paul sentisse que aquela promessa seria para qualquer momento que ambos passassem juntos.

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No café da manhã, o jovem Atreides esperava que encontrasse Sophie e pudesse conversar com ela, mas tudo o que encontrou na mesa foi seu pai e Heitor, o irmão da garota.

— Olá — Paul não disfarçou a surpresa olhando o Asterion mais velho, que sorriu levemente.

— Sei que não era quem esperava, mas estou aqui porque o casamento já se aproxima e minha irmã deve fazer algumas tradições de nossa casa.

— Quais? 

— Sua mãe e Sophie estão com a Bene Gesserit responsável por saber se tudo com a garota está adequado ao que o Imperador acha melhor em um casamento entre duas casas — explicou Leto e ao ver a confusão do filho, resumiu o que ocorreria — Sophie passará por algumas provas.

— Mas, por que?

Leto apenas olhou para Heitor, ambos sabendo o porque a garota estava sendo submetida a isso.

— Assim como você, Paul, também não gosto de ver minha irmã em testes envolvendo a irmandade. Por isso, pedi para que Lady Jéssica a acompanhasse.

— E o que envolve esse teste? 

— É uma forma de saber se a Sophie pode ter filhos, e se tem a coragem necessária para ser a senhora de uma casa com o porte da Atreides — explicou Leto — Nunca gostei dessa parte, e imagino que também não esteja gostando.

Sim, Paul estava odiando e principalmente porque não podia ficar ao lado de Sophie neste momento. Já não bastava mudar radicalmente a vida da garota, ainda teria que passar por aprovações externas.

Não encostando no café da manhã, o rapaz não via a hora de acabar com seus compromissos e encontrar a Asterion. Por isso, no primeiro momento em que sua agenda acabou, Paul se dirigiu para a porta do quarto de Sophie e deu leves batidas.

— Posso entrar? — perguntou o Atreides.

— Sim.

Assim que entrou no cômodo, Paul observou que Sophie estava vestida com uma túnica e os cabelos presos, tendo tirado o véu em pouco tempo. Ele confessava que esperava encontrar a jovem abalada, ou quieta, mas se surpreendeu ao ver que Sophie atirava coisas ao fogo.

Os presentes de casamento.

— Não sei se você vai querer algo, mas estou queimando tudo que tem meu nome. Não quero nada do Imperador nesta casa ou no nosso casamento.

— O que elas fizeram com você?

— Uma agulha envenenada em meu pescoço e uma mão na caixa.

— E o que tinha na caixa?

Once Upon A Dream - Paul AtreidesМесто, где живут истории. Откройте их для себя