Capítulo 7

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Quando Tom finalmente acordou, as coisas pareciam muito confusas para ele, ao seu redor, grandes paredes e camas muito parecidas com a sua, separadas apenas por uma divisória, logo entregaram que ele estava na enfermaria.

Não havia ninguém por ali, mas em seu coração ele sentiu como se algo estivesse faltando, algo que ele não sabia bem o que era, mas logo deixou essa sensação de lado, quando começou a se lembrar de tudo o que havia acontecido até ele chegar lá, a intenção dela era atrasa-lo? Ou até mesmo mata-lo? Independente do motivo, ele se sentia revigorado, o que seria perfeito para colocar todos os seus planos pausados em ação.

Ele não se lembrava de quando havia sido a última vez em que ele pode descansar por tanto tempo seguido.

—Vejo que parece melhor.— Dumbledore disse, parado em frente a cama do garoto.

—Melhor do que nunca, senhor.— Ele respondeu com um sorriso ladino.

Dumbledore apenas concordou, dizendo-lhe que em breve ele poderia sair, só precisaria de um pouco de tempo, até que a enfermeira lhe liberasse.

—Fico feliz que você tenha se recuperado tão bem. Era de se esperar, você foi muito bem assistido.—Dumbledore deu um sorriso leve, mas como se quisesse dizer algo a mais.

O Garoto levantou uma sobrancelha levemente, e olhou pra o homem com suspeita, que apenas se retirou. 

É claro que ele foi bem assistido, ele estava na enfermaria, deveria ser, não é?

Mas por mais que tentasse acreditar que era apenas isso, não conseguia evitar a sensação de que algo estava fantando, ele se sentia assim com Dumbledore constantemente, como se tudo o que ele dissesse tivesse um sentido escondido.

Como se soubesse de suas dúvidas, uma mulher entrou na sala, que ele julgou ser a enfermeira.

—Vejo que está melhor, pode ir para seu quarto amanhã, ficará hoje em observação.

—Parece bem grave.—Ele disse

—Sim, mas teria sido pior se aquela garota não tivesse te trazido as pressas junto de Dumbledore, deveria agradece-la.— ela disse olhando com atenção para sua prancheta.

O Garoto voltou a se sentir confuso, ainda mais do que antes, mas logo se recompôs e perguntou com confiança:

—Você tem razão, a quem eu deveria agradecer, exatamente?

—Não tenho certeza disso, eu não me lembro de tê-la visto por aqui.—A mulher disse pensativa.—O que é estranho, ela tinha traços bem marcantes, eu me lembraria se já a tivesse visto em algum outro momento.

Riddle apenas concordou, e agradeceu mentalmente pelas informações dadas pela enfermeira fofoqueira.

Só existia uma desconhecida de traços marcantes que ele conhecia, mas ele preferiu reprimir todos esses sentimentos confusos, antes que eles o consumissem, e apesar da evidente melhora, pensar sobre algo tão sem resposta, só lhe daria uma grande dor de cabeça.

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No dia seguinte, Tom já estava descansando em seu quarto, ele ainda ficaria afastado das aulas por pelo menos 3 dias, o que lhe daria um bom tempo para rever seus planos.

Afinal, nenhum de seus planos estava preparado para lidar com um empecilho tão grande quando aquela garota insuportavel, tudo estaria indo conforme o esperado, se ela não tivesse decidido atrapalha-lo.

Vez ou outra, Tom até mesmo se perguntava se ela teria começado a persegui-lo, se ele não tivesse sido tão curioso a ponto de querer saber quem de fato ela era. Ele não era do tipo curioso, e só se interessava por coisas que tinham a ver com seus próprios objetivos e vida, mas na única vez que ele resolve se interessar por algo de diferente de sua própria bolha, ele se metia numa situação como aquela.

—Eu nunca mais na vida vou ser tão curioso assim sobre coisas que definitivamente não são da minha conta.— Ele murmurou enquanto realizava algumas anotações em sua escrivaninha.

—Deveria ter pensado nisso antes, Riddle.

Olhando assustado para trás, ele notou a garota que se encontrava deitada em sua cama, com o mesmo sorrisinho sarcástico de sempre. E lá vamos nós novamente, ele pensou...

—O que você está fazendo aqui?— Ele perguntou mantendo uma aparência séria.— Por que está me perseguindo? O que tudo isso tem a ver com você, afinal?

A menina se levantou, e ajustando as roupas, se aproximou do garoto com uma aprência descontraída.

—Minha função na sua vida é bem simples, Riddle, você é o super-herói,—ela apoiou uma de suas mão no ombro do garoto.—e eu sou a antagonista.

—Não sei se essa seria bem a palavra que me descreve.—Ele respondeu, dando um sorriso cínico.

—Ah Riddle, você é exatamente aquilo que eu esperaria de um super-herói.

O garoto tombou a cabeça genuinamente confuso, pensando que tipo de parafuso solto ela teria para dizer algo do tipo. Por mais que todas as coisas que ele fizesse, não lhe causassem culpa, ele ainda sabia que de um ponto de vista normal e moral, ele provavelmente seria uma pessoa ruim.

—O que quer dizer?

—As pessoas acreditam realmente que uma pessoa super poderosa, que é fisicamente imbátivel, com habilidades inacreditaveis, e uma resistencia praticamente perfeita, se arriscaria constantemente tentando salvar a delas, para que elas pudesse viver sua mediocridade em paz.—Ela disse, começando a andar ao redor com calma, observando cada coisa.—Mas você realmente acredita que isso aconteceria?

O garoto se manteve em silêncio, não sabendo exatamente o que ela queria que ele dissesse.

—O que eu penso é, por que uma pessoa com tamanho poder, se submeteria aos outros, supostamente inferiores a ele dessa forma, Riddle?—Ela questionou, ajustando um livro na mesa, que parecia desalinhado.

—Então você não acha que super heróis poderiam ser reais? — Ele perguntou.—Acredita que eles nunca seriam genuinamente bons?

—É claro que eu acredito em super heróis, só não acredito no significado que deram para eles.—Ela iniciou.—Uma pessoa super poderosa, que dedica sua vida e poderes no combate a criminalidade em prol do povo?

Ela gargalhou por um momento, limpando as pequenas lágrimas que apareceram no canto de eus olhos

—Os verdadeiros super heróis, são aqueles que não tem poder nenhum, que muitas vezes são fracos, necessitados e carentes, acredito naqueles que foram moldados com sofrimento e luta, e que tinham tudo para ser ruins, mas ainda assim decidiram ser bons. Esses são os verdadeiros super heróis, que decidem mudar o mundo um pouco a cada dia, com pequenas e constantes ações, com aquilo que está no alcance deles, que com sua inocência pensam em como tornar o mundo em um lugar um pouco mais bonito e confortável para todos.

Ela se afastou da mesa e andou até ele com calma, e parondo a centimetros de distância, tocou com leveza o rosto do garoto, e conclui.

—Mas pessoas como você, ou como eu, que possuem a verdadeira e pura magia, que veem seu passsado como motivo de vingança e não superação? Pessoas como nós, que com o poder que temos resolvemos usa-lo de forma egoísta, e passamos a maior parte do tempo reduzindo outras pessoas para parecermos superiores?—Ela olhou nos olhos dele.— Nós somos o que um super-herói provavelmente seria na vida real, e isso é lamentável, não é?



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⏰ Last updated: Jan 16 ⏰

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𝐄𝐌𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍𝐋𝐄𝐒𝐒 ; tom riddle.Where stories live. Discover now