Capítulo 5

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"Eu sou cruel, sou gentil, posso te fazer rirEu amei muitos garotos, amei muitas garotasEu não penso no passado, está sempre lá de qualquer maneiraNão penso no passado, sempre lá de qualquer maneira"


Cop car - Mitski



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A ansiedade que Tom sentia era fora do normal, ele havia tentado apagar a memória da garota todos os dias durante uma semana, e mesmo ameaçando ela e dizendo que ela jamais poderia contar para alguém, ele sabia que aquilo não seria efetivo.

E o que ele tanto queria que acontecesse, finalmente aconteceu, Celeste havia desaparecido do mapa durante cada um dos dias desde o acontecido.

Tudo parecia tão fora do lugar, que Tom nem mesmo se sentia como antes, tudo o que antes parecia perfeitamente planejado, agora só se mostrava defeituoso e desestruturado.

Já faziam meses desde que ele havia dormido de verdade, sem preocupações grandes, além daquelas que ele realmente queria ter, ele sabia que não poderia perder a garota de vista, mas isso aconteceria uma hora ou outra, inevitavelmente.

E a ideia de por tudo a perder por um descuido tão bobo, o torturava a cada minuto, uma palavra dela, e todos os seus planos seriam jogados fora, como areia escorregando por entre seus dedos.

Foi quando em uma noite, uma noite daquelas em que ele não dormia, ele viu algo surpreendente, algo que o fez questionar se ele realmente deveria se surpreender com mais alguma coisa.

"—Boa noite, Murta.—Tom disse com a voz carregada de veneno, justamente com a intenção de gerar medo nela.

—Boa noite?—Ela disse, com a voz confusa e demonstrado desconforto.—O que devo a honra de ter, o Tom Riddle falando comigo?

—O que?—Ele perguntou, também confuso.

—É a primeira vez que você fala comigo, ainda mais olhando nos meus olhos.—ela sorriu envergonhada.—Principalmente quando você não fala com quase ninguém.

Riddle olhou nos olhos dela, buscando algum sinal de mentira, ou de enganação, mas ele não achou, se havia algo em que ele era bom, era ler pessoas, e ele tinha certeza de que ela não estava tentado ludibria-lo."

E foi isso, um dia, a Murta simplesmente apareceu, e ela não sabia de absolutamente nada, essa conversa ficava se repetindo todos os dias, durante muito tempo, na cabeça do garoto, que estava começando a perder a noção do que era real ou não.

Desde então, ele vinha buscando alguma resposta para essa situação, quem poderia tê-lo acobertado, só existia uma pessoa além deles dois, que sabia o que havia acontecido, mas essa pessoa jamais o ajudaria. Certo?

Era tudo tão confuso, sua mente insistia em dizer que havia sido Celeste, mas isso só piorava tudo, ela continuava atrapalhando seus planos, mas já era a segunda vez que ele não conseguia sair de uma situação, que ela o ajudava de alguma forma.

—Eu tenho meus motivos, tá legal?

Ele ouviu a voz que ele já havia memorizado tão bem, mas dessa vez, havia algo de diferente nela, ela parecia serena.

Ele estava sentado no chão da biblioteca, no lugar mais escondido que ele havia achado, ele estava cansado e com muita dor de cabeça, seus ombros estavam tensos, ele já não comia, bebia, ou dormia a três dias. E no dia em questão, ele nem mesmo havia ido para as aulas.

Com muito esforço, Tom levantou a cabeça, e olhou nos olhos dela, existia alguma coisa estranha neles, simpatia? Não, ninguém olhava para Tom dessa maneira, com medo? Orgulho? Inveja? Raiva? Todos esses sim, mas jamais simpatia, ele não precisava disso.

—Foi você, não foi?—Ele perguntou de forma fraca.

—Não deveria pensar tanto nisso, não vai chegar a nenhuma conclusão.

—Eu não posso entender, você me prejudica, me persegue, me ameaça, e depois disso tudo, me ajuda, porque não me humilhou quando teve a chance? Eu poderia ter sido impedido se não tivesse apagado a mente dela, eu não sei o que você quer, eu não aguento mais!—Ele desabafou—E você continua demonstrando que realmente sabe tudo o que se passa comigo, eu não sei o que está acontecendo, eu...

—Você precisa descansar, Tommy, é tudo o que você precisa.—Ela disse tocando no rosto dele.

De alguma forma, ele simplesmente ficou quieto, os olhos dela estavam brilhando intensamente, como se algo estivesse saindo deles, colocando a outra mão em seu roso, ela se aproximou lentamente, selando os lábios do mesmo, e lentamente o deitando no chão.

Naquele momento, era como se todo o peso que havia em seus ombros, houvesse sido tirado,  como se ele estivesse sendo puxado para as profundezas de seu interior.

Não houve nada no simples gesto além da garota, do que ternura, e preocupação, mas havia algo a mais. Era o beijo que havia feito isso, mas como?

No momento não importava, tudo o que importava é que ele finalmente ia descansar, depois de tanto tempo. Deixando-se levar pela sensação, ele apenas começou a fechar os olhos, mas não antes de ouvir.

—Você ainda é só um menino, nós ainda temos tempo.—e foi então que tudo apagou.



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E vamos de cap novo depois de tanto tempo longe, estrelinhas?

Espero que gostem<3


Bjs, Lê.


https://www.letras.mus.br/mitski/cop-car/traducao.html


𝐄𝐌𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍𝐋𝐄𝐒𝐒 ; tom riddle.Unde poveștirile trăiesc. Descoperă acum