Capítulo 6

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"Eu disse que te contaria tudo que você quiser saberVocê quer que eu te diga agoraVocê me pressiona para gritarEntão, para ouvir sobre issoEm pensar que eu te consideraria"


Everybody's Watching Me - The neighbourhood


—O que no mundo, Tom Riddle deve ter dito, para te deixar desse jeito, pequena Celeste?

—Não sei bem se foi o que ele disse, Tio Dumbledore.—Ela respondeu e suspirou, melancólica, enquanto olhava para o corpo em repouso.

O garoto não acordava a pelo menos 1 semana, e isso deixava não somente Celeste, mas todos os professores preocupados, para todo o resto da escola, ele havia voltado temporariamente para o orfanato.

—Acho que peguei pesado demais com ele.—Ela disse franzindo o cenho.—Fiquei tão brava quando percebi quanta maldade ele carrega no coração, que esqueci o meu propósito, o motivo de eu ser escolhida, eu esqueci que eu sou a...

—Está sendo mais dura consigo, do que foi com ele, Celeste.—Ele respondeu calmamente.—Entendo sua frustração, mas gosto de acreditar que ele não vai seguir o destino dele, gosto de acreditar que ele também só está com raiva.

—Mas e se ele só for perigosamente mal?—Ela perguntou, e seus olhos ficaram frios novamente.—Talvez eu devesse aproveitar a oportunidade e...

Dumbledore observou enquanto os olhos da garota brilhavam em um verde escuro profundo, e uma energia igualmente verde saia de seu corpo, ao mesmo tempo em que com um movimento de mãos, uma esfera de cor igual era formada.

Ele sabia exatamente o que ela queria fazer, e por isso colocou a mão no ombro da garota, dizendo:

—E se você tentar uma abordagem um pouco mais calma, agora?—Ele sugeriu.

—O que quer dizer com "abordagem um pouco mais calma"?—Ela perguntou confusa.

—Sabe muito bem que tudo o que vai conseguir de Riddle, se continuar a persegui-lo, é paranoia, raiva, medo... E no fim, estaremos aqui novamente em breve.—Ele começou a explicar—Mas você poderia tentar convence-lo.

Celeste olhou para o rosto sereno de Tom com dúvida, será que isso seria possível?

—Não sei, ele não parece disposto a isso, e eu...

—Ao menos pense no assunto, ok?—Ele pediu, antes que ela pudesse terminar.—Não queria que isso tomasse proporções maiores e muito menos saísse do controle. Nós dois sabemos o estrago que ele fara, espero que ao menos possamos diminuir os danos.

Com isso, Dumbledore saiu do local, deixando apenas uma Celeste aflita e confusa, e um garoto não tão confiável, para trás.

Celeste permaneceu por mais 15 minutos, até se levantar com um suspiro, e se direcionar para a porta, pelo menos até ouvir um pequeno resmungo. De forma agitada, ela se virou, percebendo que de forma desajeitada e pesarosa, Tom tentava colocar a mão na cabeça. Se aproximou de forma rápida e cautelosa, e colocou a mão na dele.

—Ei, calma! Tá tudo bem agora.—ela disse com simpatia, fazendo-o olhar para ela com confusão.—Você está na enfermaria.

Ouvindo essas palavras, ele pensou sobre apenas se levantar e ir embora, mas seu corpo estava cansado demais para isso.

—O que você fez comigo?—Ele perguntou, se lembrando vagamente do momento, e sentindo seu rosto queimar ao lembrar do que aconteceu.

—Não precisa ficar com vergonha, Riddle.—Ela disse com um sorriso lateral.—Digamos que eu te coloquei para dormir, já faz uns 7 dias.

—E você ficou aqui todo esse tempo?—Ele perguntou, logo se sentindo constrangido por não ter controlado a pergunta, que deveria ser apenas um pensamento.

—Todo esse tempo.—Ela respondeu.

Ouvir essas palavras, apenas fez com que o rosto do garoto ficasse ainda mais vermelho, e com um suspiro e uma expressão rígida, ele afastou a mão dela, e disse com firmeza.

—Eu só quero que você suma.—Ele disse, e olhou para a parede ao lado.

Para Celeste, isso poderia ter sido doloroso, se ela não fosse capaz de saber como ele estava se sentindo, ela era capaz de lê-lo tão bem.

Notando seu silêncio, Riddle olhou nos olhos da garota, e notou algo de diferente, era um brilho, muito parecido com a simpatia da última vez, e sem perceber, ele se permitiu olha-la mais um pouco, Celeste era uma das - senão a mais - garotas mais lindas que ele já havia visto, ela tinha uma aparência presente, intensa, porém delicada, e sabia se portar com muita elegância, ela era angelical.

—Porque está fazendo tudo isso, Riddle?—Ela perguntou, tirando-o de seus pensamentos confusos.

Tom apenas deu uma risada, logo se arrependendo, ao sentir uma dor profunda no estomago, mas ainda assim voltou a olhar para ela, e com um sorriso irônico, e olhar frio, ele respondeu:

—Você sabe exatamente as minhas razões, Celeste.—Ele finalmente admitiu, e até aceitou o quão bem ela o conhecia.

—Acho que no fundo, eu ainda queria ouvir de você.—Ela disse, e se levantou do banquinho ao lado dele, aproximando-se da cama, e arrumando levemente alguns fios de cabelo que estavam caídos despojadamente na testa do rapaz.

Riddle não fez questão de afasta-la, na realidade, ele olhava para ela com curiosidade e desconfiança, existia algo de muito familiar nela, e ele esperava muito descobrir um dia.

—Eu queria muito estar errada, Tom.—Ela sussurrou.—Eu só queria que você me dissesse algo que eu não sei.

De forma natural, e muito inesperada - até mesmo para ele - Tom sentiu uma força puxa-lo em direção a ela, ele então segurou a mão da menina, e perguntou.

—Me desculpe, mas a gente já se conhece?—após o questionamento, ele viu um sorriso bonito surgir em seu rosto, algo que contra a vontade dele, fez seu coração palpitar.

—Eu prometo te contar um dia Tom.—ela respondeu.—Mas por agora, vamos fingir que não precisamos destruir um ao outro, pode ser?

Ele não soube exatamente o motivo, mas concordou, e os dois permaneceram em um confortável silêncio por mais algumas horas, até ele cair no sono de novo.

Tom dormiu despreocupadamente, e por conta própria, pela primeira vez em algum tempo, por um momento ele resolveu esquecer de todos os últimos acontecidos, só dessa vez, Celeste era a garota que ficou, que cuidou dele.

Sua pior inimiga, era a única pessoa que demonstrou um pingo de empatia por ele, algo que de certa forma, acendeu uma faísca no peito do garoto, uma faísca que ele precisaria apagar rapidamente...

Quando Celeste percebeu que o menino havia adormecido, ela então segurou sua varinha com firmeza, e se aproximou da cama.

—Eu queria mesmo te contar tudo, Tom.—Ela disse.—Mas você precisa descobrir.

Ela disse com pesar, e uma lágrima solitária caiu, enquanto com um movimento rápido e sem hesitação, ela pronunciou:

—Obliviate.



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Eai, o que será que ele precisa descobrir? Alguma teoria?

Além das atualizações, já foram 2 caps novos no mesmo dia, meu Deus kkkkk

Se notarem algum erro, é só falar, quando eu for revisar eu corrijo!

link da letra da música: https://www.letras.mus.br/the-neighbourhood/everybodys-watching-me-uh-oh/traducao.html

Bjs estrelinhas<3

𝐄𝐌𝐎𝐓𝐈𝐎𝐍𝐋𝐄𝐒𝐒 ; tom riddle.Where stories live. Discover now