Capítulo 6

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Depois de tanto chorar, Ariana enfim se acalmou. Enxugou as lágrimas, se levantou da cama e com um aceno de sua varinha arrumou o que havia quebrado, jogado e rasgado com o seu surto de raiva acumulado.

Caminhou até o banheiro e se olhou no espelho, estava com a maquiagem toda borrada - o que com um aceno de varinha ela arrumou, retirando toda a maquiagem. Seus olhos ainda estavam vermelhos e inchados pelo choro, mas ela ainda estava bonita.

Não sabia que horas eram, mas sabia que precisava andar um pouco para espairecer. Saiu e caminhou pelos corredores escuros do castelo. Encontrou com Madame Nor-r-r-a e em seguida com Filch que estava ofegante, veio correndo pensando que era um aluno fora da cama.

- Boa noite professora - Disse ainda ofegante.

- Boa noite Sr Filch, Madame Nor-r-r-a - Cumprimentou-os rápido e seguiu sem caminho pelo escuro. Estava andando pela orla do lago negro quando teve a iniciativa de ir falar com Minerva.

Como já era tarde, seguiu caminhando até os aposentos da diretora. Chegando lá bateu na porta e esperou. A porta se abriu e a mulher pareceu surpresa ao vê-la ali. Ela deve ter pensado que era meu pai vindo importuná-la sobre mim - pensou a jovem professora.

- Posso lhe falar? - Ariana perguntou com seu tom mais sério do que queria.

- Claro, entre - A diretora deu espaço para que a jovem entrasse e após sua passagem fechou a porta. - Sobre o que gostaria de me falar? - Minerva acenou com a mão para uma poltrona para que a jovem se sentasse, e assim ela o fez. A diretora se sentou na outra poltrona - as duas em frente para a lareira.

- É sobre o Sr. Williams - Ariana não conteve o desprezo na voz ao dizer o nome dele. - Ele é um comensal e é perigoso, não acho sensato e muito menos certo que ele lecione aqui, colocando em risco a vida de todos, inclusive dos alunos. Ele devia estar em Azkaban junto aos seus companheiros e não livre.

- Compartilho de sua preocupação, Srta. Santos, e estou tomando medidas para com o Sr. Williams. Amanhã mesmo irei ao encontro do Ministro Shacklebolt para conversarmos em relação ao Sr. Williams.

- E onde ele está agora?

- Voltou para a sua casa em Londres - Ariana relaxou seus músculos ao receber essa notícia. - Onde esperará uma carta minha amanhã com minha decisão final sobre ele lecionar ou não aqui.

- Ele não pode! - Ariana responde bruscamente.

A professora se levantou e caminhou até ficar frente a lareira, estava enfurecida, ele não pode vir para cá, não pode! Se ele vier eu o mato - pensava enquanto olhava a dança do fogo.

- O que a senhorita tem contra ele? O Sr. Williams.

Mas antes que a professora pudesse responder alguma coisa, houve uma batida na porta. Minerva levantou e abriu a porta.

- Severo? - Ao ouvir isso a garota arrumou a postura e seguiu até a porta, atrás da diretora.

- Tem um minuto? - Sua voz era calma, apesar de grave e rouca. Ele olhou surpreso ao ver que Ariana estava ali. - Vejo que está ocupada, eu vou indo.

- Não precisa, eu já estava de saída - Ariana anuncia ao ver que Snape ia embora. - Espero mesmo que tome a decisão certa diretora. Boa noite diretora...professor. - Ela passou por eles e seguiu pelos corredores escuros.

- Eu atrapalhei? - Perguntou sério.

- Eu acho que não - Minerva olhava preocupada para a figura de Ariana ao longe. - Enfim, entre.

Snape hesitou e decidiu que iria atrás da jovem professora, não sabia por quê.

- Deixa para outro dia, você parece estar cansada, durma bem Minerva, boa noite. - Se despediu e seguiu atrás da professora.

- Boa noite Severo - Minerva sem entender direito, fechou a porta e foi dormir, finalmente.

Snape não acreditava que alguém conseguia andar mais rápido que ele, pois perdeu Ariana de vista pelos corredores. Estava com a varinha acesa em mãos, iluminando tudo à sua volta - ou seja, irritando os quadros que só queriam dormir.

Snape estava em seus aposentos bebendo sua dose diária noturna de whisky de fogo, encucado com Maurice, com o Kil, com o outro bruxo loiro, e com aquela dor no peito que não queria sumir de jeito nenhum. Não estava machucado, o que poderia ser?

Resolveu que iria falar com Minerva. Foi uma surpresa e tanto quando encontrou com a professora Santos lá, e mais ainda a surpresa quando a dor no seu peito parece ter diminuído um pouco, ao olhá-la lá.

Ariana estava pensativa, recordando do passado não muito distante. Com uma correntinha dourada em mãos. Não ouviu passos se aproximarem.

- Não está pensando em pular, está? - A voz grave de Severo a faz despertar do transe.

- Quem está seguindo quem agora? - Ela diz sem tirar os olhos do pingente de estrela da correntinha.

Snape se aproxima dela e fica ao seu lado, no peitoril da torre. Sim. A torre de astronomia.

- A Srta. está bem? - Ele pergunta sem jeito.

- Agora quer conversar? - Ariana pergunta incrédula.

- Estou seguindo o conselho de uma amiga. E então? Você está bem?

Vejam só! Snape usou o "você" para se referir a mim. O substantivo que ele tanto detesta que eu use sem sua permissão. Eu poderia atentá-lo por isso, mas não quero desperdiçar essa oportunidade de conversar com ele.

- Não. Eu tô com raiva. Muita raiva.

Snape apoiou seus cotovelos no peitoril, se agachando um pouco e se pôs a olhar para a garota, ela estava triste, com o rosto molhado de lágrima. Seja lá o que aquele rapaz fez, a magoou bastante.

- Qual a sua história com o Williams? - Ele foi direto ao ponto do queria saber, não gosta de enrolar para perguntar o que quer saber.

Ela respirou fundo e ainda olhando para o pingente em mãos, se pôs a falar.

- Foi a uns cinco anos atrás. Depois que eu descobri que o meu pai não é o meu pai biológico. Ele descobriu isso junto comigo e não gostou nada disso. Seu jeito comigo mudou. De um pai amável, carinhoso, gentil e brincalhão passou a ser distante, frio e estúpido comigo. Após eu me formar, eu me mudei e dividi um apartamento com uma colega e amiga do colégio. Mariana Gabriella, ou Ana, como gostava de ser chamada pelos mais próximos. Eu a irritava a chamando de Mari. - Ariana dá um pequeno sorriso com a lembrança.

"Consegui um emprego de professora em Castelobruxo onde lecionei por três anos. Mari era auror. Há dois anos, quando a minha mãe morreu de câncer, antes de partir ela me contou onde meu pai biológico morava, e após sua partida eu decidi que queria conhecê-lo. Aproveitei as minhas férias e vim para Londres. Mari veio comigo. Mas eu não o encontrei. Íamos voltar para o Brasil quando ouvimos falar sobre a Ordem da Fênix. Em um resumo rápido, nos juntamos à Ordem e nos mudamos para Londres. Foi quando tudo começou a dar errado."

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Mais um capítulo proceis :)

Quanto suspense né? Kkkkkk

Vejo vcs domingo ou segunda, até genteh lindah (⁠*⁠_⁠*⁠)

Fui

Surpresa! Você é o meu pai! | +18Where stories live. Discover now