(OBRA DE ÉPOCA EM PROCESSO DE REVISÃO)
Filha do falecido barão, Katherine era uma menina alegre, mesmo após a perda dos pais. Amava correr pelos campos e subir em árvores; ela tinha tudo. Aos nove anos, seus pais faleceram em um acidente e seu mundo...
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Avisto a sua mansão.
Hora de por as cartas na mesa, como não poderei agir da forma que esperava, terei de me contentar em lhe dizer umas boas verdades.
O cocheiro para, abre a porta para mim e me alcança sua mão. Agradeço, mas nego o gesto.
-Me espere, não devo demorar. O aviso.
-Sim senhorita.
Me retiro e vou de encontro a porta, analiso tudo a minha volta. No dia do baile não pude analisar da melhor forma e hoje vejo que poucas coisas mudaram, como senti falta daqui.
Mas não é hora para isso Marie!
Bato na porta e espero alguém abrir e vejo que ninguém está a atender.
Desisto e vou até a janela de Ian, ainda me lembro qual é. É no segundo andar e vejo se tem alguma escada por perto, nada.
Terei de subir pelas treliças, aproveito que meu vestido é aberto na lateral e uso ao meu favor ao jogar minha perna para acima, é um pouco difícil, apesar de ter pouco tecido o vestido acaba por ser mesmo assim pesado, vou chegando perto de sua janela.
Alcanço a borda da janela e olho para cima e quase caio de susto.
Ian estava encarando o céu e na mesma hora que eu, ele me encarou. Se não fosse ele ter segurado meu pulso, essa hora já estaria estacada no chão.
-O que faz aqui? Ele sussurra para mim.
-Vim lhe ver. Concluo tentando adentrar totalmente para dentro de seus aposentos.
-Você não cansa de me surpreender com seus trajes? Ele me olha incrédulo e noto que a capa está aos meus pés. Deve ter se afrouxado o nó quando quase cai.
-Ah esqueça, isso não é importante e peço que olha para o meu rosto que está acima de minha cabeça e não em minhas coxas! Ele me olha sem graça, noto um certo volume em suas calças e resolvo ignorar a ponta de excitação que sinto ao vê-lo assim.
-Perdoe-me! O que faz aqui essas horas e invadindo meu quarto como uma ladra? Bem, ele ainda parece incrédulo.
-Quero conversar contigo! E lhe dizer algumas coisas. Meu coração está para se despedaçar mais uma vez, mas não posso voltar atrás.
-Então prossiga. Ele me olha com interesse e ansiedade.
-Eu sei que você fingiu sobre tudo em relação a mim, a nós. A incredulidade volta a seu rosto e vejo que ele irá me interromper. -Não! Deixe-me terminar. Eu achei que o que tínhamos era real, que tudo que você fez por mim era de fato real. E a forma que escondeu o ocorrido com meus pais, você tem noção do que escondeu de mim? Como deixou um psicopata seguir com a minha tutela? E como eu queria que fosse real, eu sempre fui verdadeira e quando Lilian descobriu meu paradeiro e me enviou provas de sua traição, aquilo me machucou e mais ainda que o que meu tio fez a mim. Eu já esperava uma atrocidade daquelas dele, mas de você? Rio de minha ingenuidade e vejo que ele está de olhos fechados. -Eu sou uma tola, ter achado que alguém como eu teria alguém do lado com sinceridade? Você me deu o que mereço, falsidade e traição e eu confiei em você e te amei como nunca! Como nunca! Cuspo todas essas palavras de vez e ele ainda está com os olhos fechados. -Eu o odeio, preferia nunca ter te conhecido.
