TARUNE

ATO 1/CAP 13: OS ESPINHOS DA ROSA

 Enquanto alguns estavam em busca de respostas, havia outros que lutavam para fugirem da verdade, dentre eles existia um que vagava pelas areias longe de Yari, um homem de óculos que levava uma serra em formato de espada.

O homem em questão se chamava Robert Sawyer, um dos subordinados de Zatori, ele passava por uma grande ventania que carregava milhões de graus de areia, seu óculos ficava cada vez mais sujo e embasava com frequência, apesar disso ele caminhava com determinação e evitando se cansar rápido na jornada.

Seus pensamentos eram mais calmos e não se embaralhavam como os outros, ele sempre foi um homem esforçado e que realizava suas tarefas com precisão máxima, mas havia algo que não iria desaparecer de sua mente, aqueles jovens que ele deixou irem embora de Yari, e outro forte pensamento que era sobre Mary e sua morte infeliz. Mesmo assim, seu caminho era claro e bem nítido, seu destino era justamente no circo de Zatori logo após Yari, o problema era o longo percurso que era necessário para chegar lá.

O caminho era repleto de deformidades no terreno, algumas pedras e buracos atrapalhavam o percurso e traziam mais cansaço, mesmo assim, Robert seguiu caminhando devagar para poupar sua energia, já que carregar seus equipamentos era um trabalho bastante árduo para ele, cada passo dado era como se ele pisasse em uma cama velha e com restos de espuma, a condição da areia era péssima e aparentava estar repleta de lixo metálico junto dos grãos, andar naquele lugar exigia muita energia e determinação, porém, Robert continuou caminhando sem pestanejar, até ele avistar alguns vultos ao horizonte das areias.

Logo ele se prepara e aumenta seu passo com cautela e destreza, mesmo ele tendo experiência em missões assim, seu receio era grande e trazia um desconforto em imaginar quem seriam aqueles vultos, até ele se aproximar e perceber que eram somente pessoas locais andando pelas areias, então ele notou que pareciam ser dois homens comuns, que não representavam perigo.

— Por acaso os senhores estão perdidos? Ou são só andarilhos?

— Não! Só estamos caminhando e limpando restos de lixo e metal jogados nas areias.

— Entendo, mas porque estão perdendo tempo limpando esse lugar enorme?

— Nós moramos longe daqui, mas meu amigo aqui tem alguns parentes em Yari, então estamos tentando diminuir a quantidade de lixo para evitar acidentes.

— Devem saber que aqui é um lugar perigoso e com risco de aparecerem saqueadores, sugiro que voltem para onde vieram...

— Sabemos disso, senhor, mesmo assim eu e meu amigo queremos ajudar a limpar esse monte de metal velho e perigoso, afinal, nós não temos nenhum trabalho além desse.

— Entendo! Então são praticamente catadores de metais velhos?

— Somos sim, aliás, me desculpe não ter falado, mas me chamo Adrian e meu amigo aqui se chama Eric, eu e ele viemos da central X, e de vez em quando passamos aqui, como o senhor se chama?

— Claro! Me chamo Adler, só estou passando pela região, inclusive, poderia me informar se a cidade Yuki é próxima daqui?

— É sim senhor, poderíamos levar o senhor para lá se quisesse.

— Não é necessário! Irei por conta própria se me disser a localização.

— Tudo bem então, meu amigo pode levá-lo pois terei que terminar a limpeza o mais rápido possível, vá com o Eric.

Logo, Robert notou a simplicidade que os habitantes viviam apesar das dificuldades, então optou por seguir o colega de Adrian para a cidade de Yuki, as características de Eric traziam curiosidade para Robert, já que ele aparentava estar absurdamente cansado e com machucados em suas mãos causados pelos metais velhos, mesmo assim os dois seguiram caminhando em meio aquele deserto vasto e repleto de sucatas.