— 𝗦𝗧𝗘𝗟𝗟𝗔 𝗗𝗔𝗩𝗜𝗦

Demorou um pouco para eu abrir os olhos mas eu finalmente consegui. Senti vontade uma vontade de chorar assim que me dei conta de onde eu ainda estava. Eu sempre odiei porões, e depois de passar todo esse tempo aqui, foi aí que eu comecei a ter pavor.

Me sentei na cama mas logo soltei um pequeno grito de dor quando mexi o meu pé que estava quebrado. Comecei a chorar mas eu estava tão exausta a cansada que apenas gemia de dor enquanto me arrastava para o canto do porão, onde encostei minhas costas na parede.

Minha visão estava ficando turva, não sei se era por conta de minha pressão ou temperatura corporal que nitidamente não estavam estáveis. Meu nariz latejava, minha cabeça também, e meu corpo inteiro doía. Não tinha forças nem para ficar em pé, e tinha quase certeza de que quando aquela porta fosse aberta o grabber estaria pronto para me dar um fim.

Meus olhos ficaram pesados enquanto eu parava de chorar aos poucos. Sentia meu corpo amolecendo, e aos poucos, eu fechei os meus olhos de vez.

- Você deveria abrir os olhos.

Instantaneamente eu abri meus olhos que encaravam o chão. Aquela voz...

"Não pode ser" olhei para minha frente e vi Sophia. Bem na minha frente, em pé e em estéreo.

- Nunca pensei que morrer em um porão fosse a sua praia - ela diz ironicamente e me observa de cima abaixo. - Quanto tempo.

Eu não sabia oque falar. Apenas a encarava, ela estava igualzinha a como eu vi pela última vez. Era quase como ver ela de novo. Eu sei que ela não estava fisicamente ali comigo, mas sim o seu espírito.

-...Eu tô morta? - pergunto.

- Não - ela nega com a cabeça - Ainda não, mas vai se não sair daqui.

- Ah sua filha da puta... - passo a língua entre meus lábios e a encaro - Eu fiquei tão brava quando você foi embora, senti tanta raiva...Você foi tão egoísta.

- Eu não queria te fazer passar pelo oque você passou quando descobriu.

- Porque você não falou comigo, Sophia? Nós sempre fomos próximas, porque você não se abriu comigo? Esperou eu te ver morta pra ver oque tinha causado?

- Eu não me arrependo de ter feito aquilo - ela diz séria. A mais velha se aproxima de mim e se abaixa, ficando na minha altura. - Não me arrependo porque só eu sei oque sentia enquanto estava viva.

- Sinto muito... - ela me olha e pergunta "pelo oque?" - Por não estar lá pra te ajudar.

- Stella... Você não teve culpa de nada, muito pelo contrário. Você foi de fato, a melhor coisa que podia me acontecer em todo o momento em que eu estive viva.

- Eu pensei que poderia ter feito algo.

- Star, presta atenção no que eu vou te falar. Esse desastre não é seu. Você faz parte dele, está no meio dele, mas não é sobre você. Você é digna de todo amor do mundo, não se prenda ao oque aconteceu. Não foi culpa sua. - ela encarecidamente toca meu rosto. - Agora, você precisa se levantar e dar o fora daqui.

- Eu não consigo.

- Você consegue! Você é a garota mais forte que eu conheço, se ninguém conseguiu até agora, você vai ser a primeira. Não por mim, mas por você.

- Eu... Posso tentar

- Isso, eu preciso ir agora, não tenho muito tempo. Mas olha, quando sentir minha falta, feche os olhos. Posso estar longe mas nunca fui embora.

𝐈'𝐌 𝐒𝐓𝐈𝐋𝐋 𝐒𝐓𝐀𝐍𝐃𝐈𝐍𝐆 | Robin ArellanoWhere stories live. Discover now