Capitulo XI - A Marca De Drákos

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— Não. — ela se vira para Gilbert com a mão na cintura — Eu nem te conheço e, além disso, eu vim por esse caminho de propósito, pois sabia que você ia ter dificuldade para subir.
       
  — Quê? Mas por quê? — Ele diz irritadamente por ser feito de besta e se levanta ficando de pé normalmente.
       
— Eu não disse para você me seguir — ela diz em tom debochando, dá de ombros e continua subindo.
       
Gilbert arregala os olhos e fica de boca aberta enquanto pensa no sufoco que passou para subir. E olha para trás e decide continuar. O resto do caminho era um enorme trilha de solo meramente coberta por terra. Depois de um tempo eles finalmente chegam ao topo, as árvores daquelas regiões eram de tamanho normal e o local era preenchido por cores chamativas e alegres. As folhas das árvores, arbustos, lodo e grama eram compostos por um verde mais escuro, porém belo.
       
Se tinha uma visão privilegiada lá de cima podia se ver a casa a campo aberto e mais a frente também. A ilha era enorme e Gilbert até se perguntava se era realmente uma ilha de tão grande que era. A luz do sol batia no rosto dele e o vento soprava bagunçando mais ainda seu cabelo ondulado como ondas do mar.
       
— Tá, é muito bonito, mas por que me trouxe a... — ele corta a palavra quando vê um monumento enorme que ele não havia reparado — qui...
       
Lá em cima havia um monumento tomado pela vegetação do local. Ele era branco e tinha semelhanças com um castelo, o que era estranho para Gilbert, pois havia dormindo em um e não era o mesmo castelo. Ele olha para Diana, ela permanecia calada e olhava para o monumento.
       
 — Nosso povo tem uma crença muito forte em relação à mitologia. — ela dizia em um tom sério, porém leve como uma pena. Foi a primeira vez que Gilbert viu ela tão plena. — Nossa cultura, comida, convivência, tudo vem da natureza e da mitologia. Andamos de mãos dadas com ambas, tudo que vivemos e aprendemos vem disso, temos uma ligação com tudo isso.
       
Diana se aproxima calmamente do monumento e coloca sua mão na parede dele. Ela permanece calada e aparentemente pensativa. Gilbert se aproxima mais dela e a observa mais de perto, ouvindo e vendo atentamente tudo que ela realizava e falava. Ele nota o quão bela ela é, como cada detalhe se destacava, a natureza em perfeita harmonia. Ela anda ao redor do monumento enquanto Gilbert vai atrás dela, olhando intrigado para cada detalhe daquele lugar. Diana suspira e começa a contar a história do dragão a Gilbert.
       
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Fýlakas Drákos ou o Dragão Branco, era filho de Darkin, governante da terra dos demônios vermelhos e de Lan Du, filha do Dragão do Mar com uma sereia. Assim, Drákos, devido às origens do Submundo Aquático de sua mãe, desenvolveu uma forte ligação com a água e como não era aceito na terra nem no mar, sua mãe criou uma ilha, invisível aos olhos humanos, para o proteger. Quando seu pai fora morto em uma emboscada e sua mãe abandonou para sempre as águas que habitava, Drákos fora obrigado, como herdeiro, a cuidar e zelar pelas águas desse mundo.    
       
Entretanto, consequentemente, por ser mestiço da água e do fogo, foi retirado dele o que era seu por direito, amaldiçoado como uma criatura gigantesca, um dragão com fisionomia de serpente. Então ele foi isolado e mandado para o mundo que é o controverso do seu. As dimensões são paralelas, a parte de cima é o outro mundo e a parte de baixo é esse. A gravidade, o tempo, a natureza, os seres humanos, o clima, tudo diferente do outro e, ao mesmo tempo, igual. Como gêmeos, por mais parecidos que sejam, não são iguais.

Os que governam agora são os sete príncipes do inferno, cada um reina uma parte dos sete mares. O Leviatã é apontado como o culpado da injustiça que caiu por sobre Drákos, ele é não só como um gigantesco monstro marinho, mas também um dos sete príncipes do Inferno, sendo o responsável por representar a Inveja.
       
Remontando às profundezas desconhecidas e temidas, é dono de uma verdade oculta, instigando uma natureza horrível diante da existência e da luta. O Leviatã é uma criatura exorbitante e poderosa que continuamente reúne forças para atacar todas as religiões do mundo, sendo também considerado uma imparável força interior do homem.
       
A ilha a qual mãe de Drákos criou é essa, ele agora é o guardião do Triângulo das Bermudas e símbolo muito forte de nossa mitologia. A profecia diz que ele irá escolher uma pessoa para vir a essa dimensão, essa pessoa será sua escolhida para nos ajudar ou até ser nosso salvador. E assim se segue por centenas ou até milhares de anos, também diz que devemos confiar nela e ensinar nossos costumes, mitologias, nossa forma de vida. Essa pessoa ser reconhecida quando se ver a marca do Dragão.
       
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Diana termina de contar uma parte considerável do que devia ser esclarecido e para em frente a entrada do monumento. A vegetação estava por todos os lugares, havia até árvores lá dentro, também havia desenhos no teto e uma grande janela redonda. Gilbert não sabia se ficava mais perplexo com o que via ou com o que acabará de ouvir. Estava com a boca aberta tentando deduzir a informação.

— Fecha boca se não entra… — ela é interrompida por Gilbert.
       
— Mosca. Eu sei, disso sei… Porque o resto eu não tô entendendo nada.
     
— Não dá para entrar uma mosca. Os insetos daqui em sua maioria tem dois ou três metros. — ela dá as costas e sai de perto dele.
       
— Como? D-Dois ou três metros? — ele se vira rapidamente para ela — Nem isso faz mais sentido para mim. Nem um mísero inseto é normal!
       
— Não faça tão pouco do pobre inseto. Eu preferia supervisionar um inseto que você. — ela diz em tom debochado e suspira — Quem dera se fosse um inseto…
       
— Deixando o inseto de lado. Poderia me explicar de novo? Eu não entendi quase nada.
       
Diana apenas ignora a lerdeza de Gilbert e começa a descer calmante sem responder uma vírgula se quer. Ele a segue ainda realizando diversas perguntam, até que finalmente descem tudo.
       
— Como assim esse lugar é outra dimensão? — ele perguntava sem pausar e gesticulando com as mãos — Então quer dizer que a gente meio que tá indo contra a gravidade né? Já que estamos de cabeça para baixo tecnicamente falando. Você já foi para outr- — Gilbert não estava prestando atenção onde pisava, só pensava nas diversas dúvidas que tinha.
       
Ele acidentalmente pisou em pedrinhas que eram comparáveis a bolinhas de gude e acabou escorregando, caindo de cara no chão. Diana só ouviu o barulho e se virou para ver o que era. Gilbert estava caído no chão, com vários arranhões e seu machucado sangrava um pouco devido ao impacto. Por sorte ele havia caído já no finalzinho, o que ajudou a suavizar a queda.
       
— Anda, levanta. — ela faz cara de tédio, logo em seguida revirando os olhos — Quando chegarmos damos um jeito nisso. — Gilbert consente, se levanta com dureza e volta  juntamente com Diana.
       
Eles chegam a casa, depois de alguns minutos e parecia estar tudo bem. Para a tristeza de muitos, inclusive de Gilbert que não foi com a cara de Ronno, ele estava vivo e bem. Muito bem, julgando pelo fato de que assim que os dois chegaram, ele imediatamente solta piadinhas irônicas.
       
— Pfff… Você tá todo destruído! Sua cara tá horrível — ele ri e depois finge estar chocado — Ah, não perdão. Você sempre teve essa cara.
       
— Olha, se for para fazer piadinhas comigo, ao menos faz direito. — Gilbert diz com a cara de tédio enquanto se senta no sofá.
       
 — Pode dá uma checada nele Dayse? — Diana diz mais uma vez guardando sua espada. — E poderia… Cuidar dos machucados dele também? — ela diz olhando com decepção para Gilbert.
       
— Ok — Dayse rapidamente pega as coisas novamente e se senta ao lado de Gilbert para cuida dos seus machucados.
       
— Arrumei mais um problema para minha vida. Como se não bastassem os meus outros seis, agora tenho sete. Além de outros por fora. — Diana diz sentada em uma poltrona. — Dá-me forças Drákos.
       
        K.

                K

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Triângulo Das Bermudas - Para onde vai a água do Mar Where stories live. Discover now