- Que bom que está bem, Angel.

- Obrigado pelo apoio, pessoal... Vocês são incríveis! Eu amo todos vocês. Os meus pais ligaram?

- Sim, mas não falamos oque aconteceu.- Levine diz.- E eles estão bem! Eu só disse que você estava sem telefone.

- Que alívio... Não quero que eles saibam oque aconteceu comigo!

- Trouxemos chocolate pra você! Vou lá fora pegar!- Levine diz e sai do quarto.

- Sinto muito por tudo que passou, Angel. Me sinto um pouco culpada... Mas eu prometo que meu irmão não voltará incomodá-la.- ela sussurra.

- Tudo bem, Louise. Você não tem culpa de nada! O importante é que estou aqui agora...

Ela sorri e então Levine entra no quarto com uma caixa de chocolates.

- Parecem deliciosos!- falo.

- Todinho seu! - Ela entrega a caixa.

Fui presenteada com a companhia de meus amigos durante toda manhã. Louise teve que ir embora assim como Gabriel, e Levine ficou acompanhando todos os exames até que eu finalmente pude  receber alta.

Pisar em casa foi um alívio imenso, eu realmente achei que não saíria viva de toda a confusão.
Me pergunto se Louise contou tudo mesmo para Levine, até de seu irmão... E por falar em Ward...

Apesar que isso tudo tenha começo por ele mesmo, foi ele quem me salvou no final... E apesar das ameaças sou grata a ele por isso.

- Amiga, descansa um pouco. O Gabriel deixou as anotações desses últimos dias na sua escrivaninha, mas não se atreva a fazer agora!

- Tenho que fazer agora mesmo, quero ir a universidade amanhã! E ninguém vai me impedir.

- Você ainda não está boa para voltar a universidade, Angel.

- Levine, o ano tá acabando, eu não quero ter que cobrir horas extras.- falo já subindo as escadas e seguindo para meu quarto sem esperar respostas.

Entrar no meu quarto foi um alívio maior ainda! Caramba! Senti falta da minha cama, do meu espaço...
O meu telefone estava desligado então preferi mantê-lo assim por um tempo. Me jogo na cama e algo me chama atenção... Era um pequeno vaso com rosas amarelas.

Caminho até o vasinho e abro o bilhete que dizia;

Angel
Esteja bem!

Era só isso...
Sem nome, apenas três palavras!
Eu não sei exatamente de quem poderia ser, mas estou muito cansada para descer novamente para perguntar Levine sobre. Deixo o vasinho sobre uma mesinha próximo a janela para pegar um  pouco de ar e pego as anotações.

Uma estudante de direito nunca para!


Levine tentou me convencer de várias maneiras para que eu não fosse a universidade, mas eu realmente não quero que oque aconteceu atrapalhe os meus estudos.
Passei por muitos traumas sim mas preciso seguir em frente, preciso estudar e me formar.

- A teimosa veio!- Gabriel diz assim que me vê aproximar com Levine.

- A Angel é uma chata!- Levine resmunga.

- Eu não quero ir mal nas aulas.- dou de ombros.

Olho ao redor involuntariamente. Mas quem eu quero enganar? Não vi Ward desde o dia da corrida, e até então não tive tempo de agradecer. Na verdade, ele foi o maior culpado, mas sou uma mulher educada, e não quero problemas entre nós apesar de não sermos próximos. Quero de alguma maneira esquecer oque aconteceu... Mesmo que isso ainda me assombre.

- Procurando por alguém?- a voz de Levine me faz voltar a atenção para a conversa.

- Louise ainda não chegou?- disfarço.

- Ah... Eles acabaram de chegar!- Gabriel diz.

Lá está...
O carro de Ward é estacionado e logo ele sai...
O mesmo me olha rápido mas logo ele desvia  o olhar, ele volta sua atenção a Marc que se aproximava  e então seguiram em outra direção.

Vlad e Louise vem em nossa direção com um lindo sorriso no rosto.

- Você é realmente muito forte, Angel. Ainda está disposta a estudar!- Vlad me abraça educadamente.

- A vida não pode parar...- sorrio nervosa com tal contato.

- Está melhor?- Louise pergunta preocupada.

- Sim, estou melhor...

- Vou ir encontrar um amigo, até depois e tenha cuidado, Angel.

Ele sorri e sai.
Me pergunto quando exatamente me tornei tão próxima dos Kennedy?! Primeiro Louise, agora Vlad está sendo mais gentil, passando da fase de conversar por educação.

- Melhor irmos para a sala, até terminar de subir essas escadas...- Levine.

- Sim, até o intervalo, meninas!

Sigo com Gabriel até a nossa sala.

No intervalo, segui com meus amigos para uma mesa mais afastada no refeitório e procurei por Ward com os olhos. Eu estava empenhada em agradecer, eu realmente quis fazer isso...

De longe, pude vê-lo no corredor se separando de seu amigo Marc e saindo, indo para o gramado  da universidade.

- Pessoal eu já volto, tenho que fazer uma coisa.- me levanto.

- Eu te acompanho! Depois do que aconteceu, estamos traumatizados em deixá-la sozinha!- Gabriel.

- Não precisa, eu juro que vai ser rápido, ok?!

Saio apressada ali e tento achar por Ward.
Logo vejo o mesmo fumando em um canto sem ainda perceber a minha presença. Na medida que me aproximo, nossos olhos se encontram, ele me olha sem expressão enquanto ainda fumava.

- Ward...- junto minhas mãos atrás de mim, nervosa. - É... Eu queria... Agradecer por você ter me ajudado!

Ward fica em silêncio por alguns segundos, longos segundos

- Tá! Mas você  deveria estar me pedindo desculpas!

Ok... ele não disse isso...

Olho incrédula para o mesmo que continuava sem expressão.

- Espero  que não esqueça que nessa história toda você  teve mais culpa! Eu vim aqui numa boa, agradecer você pela sua OBRIGAÇÃO, e você me diz  isso?

- Obrigação?- ele ri soprado.- Ok, Angel Young. Vamos começar de novo... Me senti privilegiado em salvar a princesa, espero que não saia mais por aí abrindo portas de corredores em mansões desconhecidas! E agora que estamos "em paz" sugiro que nunca mais voltemos a conversar, você segue sua vida e eu a minha.

Que cara  idiota!

- Certo, Ward Kennedy. Sugiro que faça terapia, está precisando... - olho para o mesmo de cima a baixo com uma feição de deboche.- E eu realmente espero que algum dia você pare de agir como se fosse o maioral, porque você  definitivamente não é! Não passa de um riquinho mimado que se acha o perigoso, pegando armas e ameaçando mulheres em sua casa.

Vejo Ward travar o maxilar, então sorrio, mas por dentro o ódio tomava conta. Saio imediatamente dali me segurando para não socar a sua cara e jogá-lo na frente de um carro.
Respiro fundo e volto para a mesa.

...


Um doce pesadelo Where stories live. Discover now