O cofre era um desses modelos antigos, com um segredo mecânico, o que seria de grande ajuda. Se a fechadura fosse digital, estaria muito enrascado. Girou o seletor numérico para a esquerda, para destravá-lo. Depois encostou o copo na porta e começou a girar o seletor. Ele nunca havia feito aquilo antes, mas já tinha visto num filme. Não precisava dar certo, mas ele tinha que parecer saber o que estava fazendo.

— Tem certeza que sabe usar essa arma? — perguntou Nick para o assaltante Dois, sabendo que os outros já não podiam ouvir.

— Você quer descobrir? — ele respondeu.

— Não, obrigado. Só queria saber se você também precisava da permissão dele pra falar alguma coisa — disse, provocando-o.


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Alan e Sebá observavam atentamente a movimentação dentro da loja.

— O que você acha que ele está fazendo? — perguntou Sebá, apontando para Nick através da tela.

Alan aproximou-se das câmeras para tentar entender melhor o que estava acontecendo. Havia uma mulher ajoelhada ao lado de Nick, que conversava com um dos assaltantes enquanto mexia no cofre. Alan olhou no relógio. Haviam se passado oito minutos.

— Qual o tempo médio dos assaltos? — perguntou Alan.

— A média é de seis ou sete minutos, que eu me lembre.

— Acho que... ele está atrasando os assaltantes.

— Precisamos falar com os outros.


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— Que estranho — disse Sophia — Não recebi mais nenhuma atualização do Nick já faz um tempo. Eles já deviam ter saído.

— Sophia — Pam a chamou. Ela segurava seu celular, atônita. Não se lembrava de ver Pam assim antes.

— O que é? — Sophia perguntou, pegando o celular de Pam.

Leu a mensagem de Sebá "O assalto começou antes do horário marcado. Eu e Alan estamos acompanhando tudo pelas câmeras. Precisamos pensar num plano de ação até a polícia chegar".

— Não! — ela gritou.

Pam colocou a mão sobre a boca de Sophia, e a sentou na mesa.

— Não podemos dar na cara, senão as pessoas vão suspeitar. Precisamos agir com frieza agora. Eu sei que é difícil, mas...

— Liga pro Cascavel.


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— Vai demorar muito aí atrás? — perguntou o Assaltante Um.

— Quase lá!

Nick sabia que não conseguiria enrolar por mais tempo, então quando o Assaltante Dois estava olhando pra alguma coisa que estava acontecendo do outro lado, ele sussurrou para a moça de vermelho:

— Assim que eu levantar, corra e se esconda atrás daquele armário.

— Por que? Você vai fazer alguma coisa?

— Só faz o que estou dizendo.

Ela acenou rapidamente, então Nick se afastou do cofre, e foi andando até a borda do balcão, as mãos no alto:

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