Capítulo 27

216 33 39
                                    

— Mãos para o alto, pessoal. Se colaborarem, iremos embora antes que algum de vocês consiga dizer "Diamante".

Nick colocou as mãos atrás da cabeça ao mesmo tempo que trocava um olhar com Heitor, que apertou os lábios, ansioso.

— Celulares no saco, galera.

Heitor passou por cada um com um saco recolhendo seus celulares e a arma do segurança.

— Ótimo. Você e você, venham comigo — disse o Assaltante Número Um, apontando para dois funcionários — Os outros para aquele canto, no chão.

O assaltante entregou sacos pretos para cada um deles, que foram enchendo-os com o conteúdo das vitrines.

— Obrigado, xuxuzinho — o Assaltante Um disse para a funcionária que havia feito a rapa no caixa — Agora abra o cofre pra mim, por favor.

A moça começou a tremer.

— Rápido, antes que eu perca a paciência.

— É que... a única que sabe a chave do cofre é minha gerente.

— E onde está essa gerente?

— Ela saiu pro almoço... e ainda não voltou.

O assaltante sorriu:

— Nós temos um problema então.

O assaltante Número Dois ajeitou um pouco sua arma.

— Podemos ligar pra ela e pedir a chave — Nick sentiu aquelas palavras saindo de sua própria boca.

O assaltante Número Um o fitou, surpreso. Nick continuou:

— Se for uma emergência, ela vai contar, certo?

Os funcionários assentiram, nervosos.

— Eu não gosto desse plano — o assaltante respondeu, caminhando até uma das clientes, uma moça de blusa vermelha, e puxando-a pelo braço — Alguém vai abrir o cofre, ou atiramos nela.

Agora que havia uma ameaça, as coisas começaram a ficar mais complicadas. Nick sentiu o suor escorrer em seu pescoço. Olhou para o relógio. Ele não sabia o que André estava planejando, mas ainda podia contar com seus amigos. De acordo com o plano, a polícia chegaria em menos de dez minutos.

— Por favor, não me mate, eu tenho filho pequeno — gemeu a moça.

— Cala a boca!

Nick deu um passo à frente:

— Eu posso tentar abrir o cofre. Eu trabalho no banco, conheço uns macetes.

— Você não é meio novo pra isso? — ele perguntou, desconfiado.

— Ou será que sou um ladrão melhor que você? Qual dessas opções é a mais provável?

O assaltante Um sorriu, satisfeito.

— Vá com ele até o cofre — disse para o segundo assaltante — Espere. Leve-a com você. Atire se ele tentar algo engraçadinho.

— Vou precisar de um copo — disse Nick.

— Pra que? — o assaltante perguntou, desconfiado.

— A não ser que alguém aqui seja médico e tenha um estetoscópio à mão — Eles olharam para os reféns, e ninguém moveu um músculo sequer — Foi o que pensei.

— Alguém arranja um copo pra ele, vai.

Nick foi com a moça de blusa vermelha até a parte traseira do caixa sob a mira da pistola.

Lugares VaziosOnde as histórias ganham vida. Descobre agora