#3i - O Castelo de Beniw

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Episódio especial (falso) de 1º de abril

Em busca de Eve, Zand se aproxima de Beniw e decide descer do cavalo para enfrentar aquela floresta.

As árvores ao fundo e alguns barris rolando pelo caminho. Ele segue levando consigo a Roph-Raph, a lira de Knova e sua armadura de escamas de dragão. De Knova. Vira a esquina.

"Um rio... Um rio pequeno, mas com três jacarés. Eu poderia derrotá-los ou tentar saltar sobre suas cabeças, mas tenho impressão de ter visto um bueiro mais atrás."

Ele abandona aqueles três jacarés boquiabertos e volta, encontrando o tal bueiro que viu há pouco tempo. Desce por uma escada e entra naquele mundo sombrio.

"Quanta escuridão! Mas tenho que prosseguir. Eve corre perigo. Espere! O que é aquilo ali na frente? Parece um escorpião!"

De fato era um escorpião, um escorpião gigante.

Não tão gigante assim, mas escorpiões normais não costumam ter um metro de altura, a contar do chão até o topo de sua calda levantada.

"Maldição! Como vou manusear a Roph-Raph nesse apertado!?"

Ele saca a lança e a coloca para a frente. Começa a trocar golpes com a criatura. A lança Roph-Raph e o ferrão do escorpião trocam golpes, acertando o solo, mas cada golpe visando o oponente.

Finalmente Zand consegue acertar a cabeça do escorpião gigante, extinguindo-lhe a vida.

- É isso. Tenho que prosseguir.

O caminho segue e, uma hora e três escorpiões gigantes depois, o leva até um lugar que Zand facilmente reconhece.

- A entrada do castelo! Esse atalho foi mesmo providencial.

- Parado aí!

- Quem!?

Zand se vira e olha com curiosidade aquele menino de boné que vem caminhando por detrás de uma das colunas.

- Eu sou Kermes e você não vai passar por aqui.

Zand se vira para o menino e olha com mais calma. Parece ter 10 anos de idade, como uma criança mediana qualquer. Com luvas estranhas, luvas que não cobrem os dedos.

- E o que você vai fazer para me impedir, criança?

Um sorriso discreto brota de seu rosto. Com a mão direita ele gira a aba do boné para trás e então faz uma estranha conjuração.

Logo Zand se vê diante de um sapo gigante. Um sapo gigante e ameaçador, mas que traz nas costas alguma espécie de planta parasita. Ao contrário dos escorpiões que havia no caminho, "gigante" quer dizer pelo menos 3 metros de altura.

- Maldição! Faltava essa agora!

- Ataque de força!

O sapo vem correndo em disparada contra Zand, que salta de lado.

Posição oportuna: ele crava a Roph-Raph no sapo, que grita de dor e some no ar.

O garoto sorri de onde estava.

- Haha! Estamos apenas aquecendo! Vai Mags!

Outra criatura é maerializada. Dessa fez, um estranho lagarto amarelado, com um colar de folhas que parecem brotar dele próprio e um nariz que é outra folha, esta curavada para cima. O lagarto parece dócil e tem patas redondas e firmes como de jabutis, e o pescoço comprido.

- Aromaterapia!

- O quê!?

- Estou falando com Mags.

- Você é maluco, pivete? Me deixa passar logo!

- De jeito nenhum. Mags, Raio solar!

O tal de Mags entende o comando de Kermes. Suas folhas começam a brilhar captando a luz do Sol. Zand vê um pequeno globo se formar pouco acima dos olhos da criatura e, pouco depois, um raio parte de lá, quase atingindo Zand, que salta em mais uma esquiva.

- Tá, já cansei disso. - Zand se levanta e chega até Mags, que está ofegante, e o acerta também com a lança.

- Faísca!

- Como?!

Perto de Zand aparece um lagarto estranho, de costas escuras, de onde parece sair uma fogueira. Sem esperar mais, Zand o golpeia também. Ele some. Ou as criaturas são muito menos perigosas do que parecem ou a Roph-Raph é realmente uma arma muito boa. Zand vai com a segunda opção.

- Raia, é com você!

- Ai que saco... O que agora?

- Ataque de sementes!

Zand mal se vira e vê uma arraia voadora, que vem num rasante cuspindo sementes em sua direção. Uma acerta seu braço com força, apenas para que Zand perceba que elas machucam (e machucariam mais, caso ele não estivesse com esta armadura).

- Você não conseguirá me derrotar.

- Que palhaçada é essa, menino?

- Hahahaha! Raia, bolha tóxica!

Zand vê quando um globo gosmento é cuspido da tal arraia. Salta mais uma vez para se esquivar, mas vai em direção ao moleque.

Com a parte menos perigosa da lança, ele o derruba e golpeia, enquanto pede:

- Pare com isso agora.

- Raia, volte... Arghhh... Isso não vale!

- Agora me diga: quem mandou você aqui?

- Ninguém! Só vim ver Rubi!

- Rubi!?

- É, ela é uma ótima treinadora!

- ??

- É, de monstros portáteis! Só que ouvi dizer que ela só tinha um...

"Rubi? Hmmm..."

- Tudo bem. Vá embora com seus bichinhos antes que eu me arrependa.

- Ok, você venceu. Tome.

- O que é isso?

- São oitenta e cinco pratas por me vencer.

- Você é maluco?

O garoto então se levanta, coloca o boné de novo com aba para frente e sai com as mãos no bolso, assobiando e cantarolando "para nooossa alegria"...

Zand entra no castelo e encontra alguém amarrado. Corre até lá e o solta: é Viex.

- Que bom que você veio, Zand! Muito obrigado!

- Você viu...

- Eu sei o que veio procurar: Eve.

- E onde ela está?

- Sinto muito, Zand, mas sua Eve está em outro castelo!

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