#46 - Flashback

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Klavorini Sul, semanas atrás. No castelo de Wax Wephlie um confronto aconteceu. Prisioneiros já foram levados e estão em processo de lenta execução. Foi abortado um golpe depois do golpe.

O rei Jyus conversa com alguns homens estrangeiros e alguns dos seus.

- Agradeço muito a vocês por terem me alertado sobre tudo isso.

- Não tem de quê. Tudo de que precisamos é do nosso navio de volta. - Capitão Ched fala. A seu lado, seu fiel conselheiro Gwat.

- Vocês não pensem que essa aliança foi feita sem receio. Por mais que falassem do outro continente, sempre me passou pela cabeça a possibilidade de eles tentarem uma traição aqui a qualquer instante.

- Você teve sorte. - É o mago de cabelos brancos quem fala. Seu nome é Lortua. - O plano era esperar que se concluísse a tomada de poder em Klavorini Norte. Uma vez estabelecido o poder lá, viria o golpe aqui, unificando os governos dos dois continentes em um só.

- Entendo... Felizmente essa aliança só tinha víboras e os que aqui ficaram sonharam em tomar o poder daqui para confrontar seu líder no norte.

- A ambição acelerou as coisas e deu no que deu.

- A ambição e você, Lortua. Todos devemos lhe agradecer por articular os encontros e nos ajudar a cortar fora aquele mal.

- Já disse diversas vezes: eu vim pela pressão social. Todos os meus pares vieram. Me causava muita estranheza tudo isso, até que vi o quanto insano era no fim das contas.

- É, você já disse.

- Com licença... - Capitão Ched intervém. - Eu e minha tripulação estamos com saudades da DiaboM. Quando poderemos tê-la de volta?

- Claro, capitão, mas a seu tempo. Tenho um pedido a lhe fazer.

Ched olha para Gwad e suspira, então fala simplesmente:

- Estou ouvindo.

- Preciso que traga os soldados de volta.

- Jyus? -

- Twisk, eu sei do que falamos sobre aqueles soldados, sobre golpes militares e tudo o mas, mas entenda: temos que reforçar novamente nossas forças, mesmo porque muitos dos traidores de Klavorini Norte escaparam e estão por aí tramando qualquer coisa hostil.

"Além disso, os soldados estão ajudando essas víboras a conquistar sua própria terra. Agora sabemos com total certeza que o plano deles era nos trair e conquistar Klavor mesmo com nossa ajuda! Não podemos ajudar a fortalecer quem já é declaradamente nosso inimigo."

- Entendo, cara.

- Pois é! Temos que resgatar nossos soldados.

- Tá, mas como pretende fazer isso?

- Você vai e vai levar o órgão de guerra.

- Hmmm...

- Ele foi usado durante a guerra contra Jex e Byuzk e então guardado em um dos porões do castelo. Nós já o localizamos e parece estar em bom estado de conservação.

- Os soldados...

- Sim. Todos conhecem a história do exército de Klavor. E todos sabem do órgão de guerra, apesar de constar apenas como uma lenda. Cyang, o nosso amigo bardo, disse que consegue tocá-lo. Ele precisa de um homem forte para fazê-lo funcionar enquanto ele próprio toca.

- Hmmm...

- E esse é o favor que tenho a pedir a todos vocês: quero que você, Ched, que conhece o seu continente como ninguém por aqui, leve o órgão e a equipe necessária.

- Quanta gente seria? A DiaboM não é tão forte assim. E esse órgão? Quanto pesa?

- Calma, é relativamente leve. Afinal, era transportado para os locais de guerra no passado. A equipe serão só vocês. Lortua, Cyang e Twisk.

- Tudo bem.

- Twisk?

- Está certo, está certo. É mesmo importante fazermos isso. Não vai ser fácil trazer essa turma toda de volta, mas vamos fazer o possível. Mas quem tomará conta do castelo? E se eles voltarem?

- Seremos poucos, é verdade, mas damos um jeito. Os soldados que restaram continuam em patrulha pelo castelo durante todo o dia.

- Vocês estão lidando com magos e assassinos, Jyus. - Ched alerta. - Eles têm muitos truques, truques esses para os quais vocês do continente são bastante vulneráveis.

- Faremos reuniões constantes por aqui para melhorar isso. De qualquer forma, preciso que os soldados sejam retirados de lá. Se esse for o momento da minha queda, que seja: Twisk liderará esses homens para reaver o trono.

- Não, Jyus, isso não será necessário.

Twisk abraça Jyus com afeto e diz, ao se afastar.

- Cumprirei sua missão e voltarei para vê-lo ainda como merecido rei de Klavor, e por um longo tempo.

- Obrigado, amigo.

- E o meu barco?

- Ah, sim! Vamos lá até ele. E Lortua?

- Sim?

- Precisamos conhecer melhor a magia em nossas terras. Você está convidado a vir ensinar aos homens de Klavor sobre sua arte. Será muito bem vindo!

- Obrigado.

E saem todos da sala para cumprir com o que foi acertado.


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