#29 - Assassinos

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Eram sete assassinos, mais Azkelph. Azkelph correra da sala. Um dos assassinos ia saindo pela janela quando foi pego por Eve. Este agora está derrotado. Restam seis.

Eve entra no corredor por onde seu grupo chegara à biblioteca e vê um dos assassinos de costas, prestes a investir contra Zand.

Sem pensar duas vezes, sua lâmina já acionada e com um aspecto diferente, bem sutil, ela golpeia o inimigo com precisão cirúrgica, na altura do pescoço. Ele cai vertendo sangue.

- Zand!

- Eve!

Ela olha a cena, tentando uma leitura rápida do que está acontecendo. Viex está lutando contra um dos assassinos, enquanto os outros quatro parecem desnorteados.

- Ubaen deve os ter deixado cegos. Vamos! Rápido!

Eve dá três passos e salta à distância, derrubando dois dos assassinos. Enquanto os outros dois se viram para ela, Zand chega golpeando um deles.

O outro rola o corpo para trás e joga algo no chão.

"Fumaça!"

De repente tudo vira cinza e eles não enxergam mais nada. O som da luta de Viex com um deles some, dando lugar ao som da flauta Janliet.

Eve se posiciona em alerta, em base preparada para esquivas rápidas, encarando o lugar onde estava aquele rival que trouxe a fumaça. Será que ainda está ali ou fugiu? Ou prepara uma armadilha, agora que conseguiu igualar os heróis à sua condição de cegueira?

Zand para e protege o rosto, ciente agora de que a situação se inverteu. São poucos inimigos e muitos aliados: se os aliados começarem a dar golpes a esmo, vão terminar atingindo-se uns aos outros.

O tempo passa e o silêncio seria completo se não fosse pela flauta. Até que a flauta para e se ouve um golpe. Um único som, nítido. Uma lâmina cortando carne e panos.

Zand ouve passos se afastando em direção à janela. Ele corre também para lá e salta.

Cai no chão, protegendo o rosto e começando a enxergar.

- Eve?

- Consegue achar os assassinos?

- Não sei. Deixe-me ver...

Zand toca a sua lira por um tempo e para.

- Não.

- Droga, e Viex?

Zand procura pelo outro bardo com sua Canção da Busca.

- Ele está lá, na Biblioteca. Está vivo. Vamos voltar.

- A flauta parou pouco antes do golpe. Você ouviu se ele acionou a lâmina?

- Sim! Ele tocou a chave, bastante rápido!

- Então eu sei o que aconteceu. Ele está bem. Zand, vá pelo corredor por onde viemos que eu vou para o corredor adiante. Um de nós há de encontrar o último do clã.

- E Viex?

- Ele sabe se virar. De qualquer forma, a Biblioteca ainda está sob névoa, vai levar algum tempo pra tudo dispersar.

- Tudo bem.

Zand segura com força a Roph-Raph, vira-se e caminha na direção que Eve planejou para ele. Eve o vê se afastar por um tempo, em um curto momento de distração. Então se vira e corre para o outro caminho.

O corredor é pouco iluminado, especialmente para quem vem da luz. Eve caminha com cautela, a postos para qualquer surpresa.

Silêncio... As paredes feitas com blocos de pedra, com alguns vasos pequenos e algumas janelas. Exceto pelas janelas, poucos lugares onde se esconder.

A flauta de Viex começa a tocar ao longe e Eve se sente melhor ao confirmar que ele está bem.

O teto é alto, poderia abrigar um assassino treinado, mas Eve constata que também está vazio.

Alguém se aproxima ao longe. Eve observa com atenção e identifica o vulto: é Ubaen.

- Onde você estava?

- Persegui Azkelph para evitar que ele fizesse o mesmo que fez em Beniw.

- E...?

- Azkelph fugiu.

- Droga! Você o perdeu ou ele se teleportou outra vez?

- Não sei.

- Aqui estão vocês.

- O que aconteceu lá dentro, bardo?

- Ah, quando a cortina de fumaça se formou, aquele que eu enfrentava fugiu para me pegar de surpresa, sem saber que eu lia seus pensamentos.

- E o outro?

- O outro? Bom, parece que aproveitou a confusão para fugir. Onde está Zand?

- Vamos, vá tocando a flauta. Temos mesmo que encontrá-lo. Talvez Azkelph tenha sumido, de novo.

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