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Jimin estava tendo mais uma noite em claro, não sabia como fazer para não se importar com as pessoas e coisas daquela casa. Estava sim se sentindo afetado por Jungkook, e isso não lhe agradava. Ele era o marido do outro, afinal, como podia deixar que seu coração acelerasse tanto só em pensar nele? 

Era pouco mais de uma da madrugada quando Jimin escutou um choro alto, era de uma das crianças.  Jimin não pensou duas vezes, pôs um roupão de seda e saiu do quarto dando de cara com Jungkook que vinha correndo. 

Jeon olhou o menor de cima abaixo, não parecia que ele tinha acordado agora, talvez estivesse sem sono ? A real é que Jeon não fazia ideia, mas torcia para ele não ser o motivo, já era nítido quando seu primo foi embora, como Jihyung ainda estava chateado com ele. 

O choro se intensificou e eles se olharam uma última vez e correram. 

No quarto Yeon-Jung chorava e gritava desesperado.Seokjin tentava acalmar o garoto, quando os dois entraram no quarto. 

— O que aconteceu?

— Eu tô com medo!

— Ele teve um pesadelo. 

— Por isso está chorando, Yeon-Jun? Você já é bem grandinho.

—  Se veio pra menosprezar o medo dele é melhor ir embora, Jungkook. — Jimin disse firme e abraçou o garoto. — Quer me contar qual foi o pesadelo?

— Tinha um monstro atrás de mim, e quando eu acordei a luz estava apagada. — choramingou. 

— E porque não deixa a luz acesa, Jin?

— Taehyung deu a ordem de desligar, disse que ele era bem grande pra ter medo do escuro.  — Tudo bem bater em sua cara e lhe ofender, mas fazer seu filho enfrentar um medo assim ?

— A partir de hoje deixe a luz acesa, é uma ordem.  — Seokjin assentiu, mesmo gostando muito de Taehyung ele não concordou com a ordem que lhe foi  dada. 

— Ele já tem treze anos, uma hora vai ter que enfrentar seu medo. 

— Não importa o que você acha, Jungkook, meu filho não vai ser forçado a dormir de luz apagada tendo um medo. Vou dormir com você hoje meu bem. — Jimin tentou segurar, mas as lágrimas caíram sem sua permissão. 

— Você está chorando? Tá chorando por causa do meu filho? Jihyung…

Jihyung nunca fez jus ao seu papel de pai, ele dava o mínimo de carinho às crianças, por mais que Jungkook odiasse ver que seu marido não dava tanta atenção aos filhos, ele não cobrava, quem sabe um dia Jihyung percebesse a falta que fazia nas crianças, essas que por muito tempo o perguntava do pai mas depois de um certo tempo deixaram de questionar. 

— Me deixe cuidar dele essa noite, Jungkookie. — Jungkook abraçou o menor, como poderia negar algo aquele ser?  O apelido que saiu de seus lábios foi o motivo do seu surto interno. Os olhinhos cheios de lágrimas eram como uma facada em Jeon. 

Jihyung nunca tinha lhe chamado de tal forma, pra ser sincero Jungkook não se lembra se algum dia Jihyung tinha lhe chamado por um apelido. Jungkook não reconhecia o marido, mas estava gostando mais desse que estava em seus braços do que aquele que foi para o exterior. 

🍂


Jimin passou o resto da  noite com Yeon-Jun, mesmo depois do garoto dormir levou um tempo até que o mesmo se entregasse também ao sono. 

Fazia menos de uma semana que tinha chegado naquela casa e seus sentimentos por aquela família só cresciam. 

Sabia que não podia e que em algum momento o verdadeiro Jeon Jihyung chegaria e tudo que viveu com aquela família seria apenas lembranças. 

Reuniu todos os empregados da casa bem cedo, na cozinha. E de um por um foi entregando os presentes. Mesmo acanhados receberam de bom grado o presente, bom, menos um…

— Não seja chato Jin! — Exclamou Hoseok. 

— Eu não posso aceitar seu presente, não quero passar pelo o que o Taehyung passou. 

— Tudo bem,  você não é obrigado a aceitar e eu não irei te obrigar! Porém, o seu presente vai estragar com o tempo então… vocês podem ficar. — Como Seokjin se recusou a abrir o presente, Jimin fez isso por ele, era uma caixa com diversos tipos de doces, chocolates era o ponto fraco de Seokjin. — Minha intenção não foi ofender o Taehyung, eu queira mostrar a ele que às vezes devemos usar algo mais ousado para o marido, e pra se sentir bem também. 

Assim que abriu saiu. 

— Opa, já que fez desfeita. — O motorista, Jackson, já ia certeiro em um dos doces. 

— Tira as patinhas, é meu. 

— Sabia que não ia resistir a um chocolate. — Jimin disse escondido. 

🍂

— Aquela cobra! Como ele tem a ousadia em me dar um negócio daquele? ! 

— Desde ontem você diz Isso Taehyung. 

— Jin, você não entende como eu me senti humilhado na frente do meu primo e da Sohui.  

Taehyung andava de um lado para o outro no quarto, Jin estava sentado na beira da cama, com sua caixa de doces na mão, tinha que admitir que eram ótimos. 

— Que parar de comer!? Eu tô tendo um ataque aqui. 

— Olha Taehyung, eu acho que você está exagerando. Ok, Jihyung não devia ter te dado uma lingerie assim na frente de outras pessoas, mas, eu também não acho que ele fez isso pra zuar com você. 

— Como não? Aquele ali só quer uma oportunidade! Tudo que ele faz é esfregar na minha cara que trepa com o meu marido. 

— Sendo bem sincero desde que chegou eu só o vejo despistando o Yoongi, então eu não acho que ele quis te humilhar…talvez ele quisesse te dar um empurrãozinho ou melhor, um incentivo. 

— De que lado você tá ?

— Taehyung, já parou pra pensar do porque o Yoongi prefere o Jihyung? Pensa nisso e depois me fala, tenho que trabalhar, come um chocolatinho. — enfiou o doce na boca do amigo.  

Taehyung nem teve tempo de recusar, quando Jin foi embora Taehyung parou para pensar no que o amigo tinha lhe falado. 

Porque Yoongi preferia o Jihyung? 

🍂

Jungkook nunca pensou que um dia iria ver Jihyung chorar por algo bobo envolvendo seu filho e muito menos que o escutaria  chamá-lo de filho. Na hora passou despercebido, mas no seu quarto ele se pegou pensando. 

Ele realmente tinha o chamado de filho? 

Isso desencadeou vários pensamentos e questionamentos. 

Assim que viu Jihyung no aeroporto Jungkook viu como ele parecia acanhado e tímido, bem diferente daquele homem que sempre estava com o nariz em pé e confiante,  na casa parecia que ele não conhecia direito os cantos, pegou duas vezes ele perdidinho pela casa. A relação com todos estava diferente, mesmo que ame seu marido e passe pano para ele na maioria das situações, tinha que admitir que seu marido não era alguém fácil de lidar, mas agora tratava todos bem e até sorria, e não era um sorriso falso ou de deboche, era um sorriso verdadeiro, com a vovó Piedade não era diferente, a forma como ele estava se preocupando com a vovó era inacreditável, parecia até outra pessoa. 

— Ele com certeza não é o Jihyung que eu conheço. 

USURPADOR | JIKOOK VER. Where stories live. Discover now