— Sem crianças, Vittoria! — declara, sério, raivoso até.

Não é sua fúria que me atinge com tudo, mas sua revelação.

— Como assim não teremos filhos? — minha voz sai embargada por um misto de emoções. Desde que me compreendo como gente e tive alguma noção das coisas, desejo formar minha própria família, isso muito antes de conhecer e me apaixonar por Luca, filhos são um grande sonho para mim — Me diga que isso é uma brincadeira de mau gosto! — exijo.

Luca caminha como uma fera... Não, Luca caminha liberando sua fera, e paira sobre mim, poderia me rasgar ao meio e prender minha espinha entre seus dentes enquanto sai a exibindo por aí.

A besta acabara de tomar o controle.

Recuo um passo para trás, mas ele não aprova a distância mesmo que pouca. Luca, me puxa sem cuidado algum para perto dele, suas mãos envoltas dos meus braços como aço, para que algo se mantenha em seu lugar, mas em nosso caso, para eu não fugir.

Machuca.

— Fique grávida e verá a piada de mau gosto — a fúria é sentida em cada letra das palavras ameaçadoras que usa. Me lembro do que disse. De seu aviso — Arrancarei sua criança dentro de você no segundo em que souber de sua existência, farei com que cave a cova dessa maldição — se Luca me estapeasse e em seguida arrancasse meu coração, doeria menos — Entendido? — engulo a dor que se forma em minha garganta, tamanha sua dimensão — Responda, Vittoria! — exige aumentando seu aperto.

Engolindo mais uma remessa de dor, assinto.

— Sim.

Sua besta se recolhe, suas mãos largam meus braços.

— Vá se limpar.




Luca

Vittoria não olha em minha direção por nenhum momento depois que surge limpa e vestida para sairmos, nem quando chegamos até a clínica no centro, quando saímos de lá, passamos na farmácia e garanto seu anticoncepcional lhe dizendo para não esquecer de tomá-los, ou quando lhe entrego seu celular e ouço cada palavra que troca com seu pai.

Eu sabia que Leon era um bom pai e foi um exemplar marido, mas nunca imaginei que deixasse a filha lhe falar daquele jeito, Vittoria poderia rosnar e voar sobre o velho pai se o homem estivesse ali em sua frente, para que deixe de teimosia e tome os remédios corretamente, e ficava há cada palavra ainda mais claro que não seria a primeira vez que ela soava tão mandona e séria com ele. Isso explicava o motivo de acreditar que poderia agir do mesmo modo comigo. O contraste de seu rosto perfeito e doce com seu comportamento, é gritante e enloquecedor.

Vittoria Romano, minha esposa, era um perigo sobre pernas de matar.

Minha mulher poderia ser genuinamente doce, mas não era um anjo como os elogios ao seu respeito que costumavam fazer, do qual seus vários pretendes usavam para se referir a ela, não, ou sim, mas ela é um dos anjos que caiu, e para seu azar foi amarrada a mim para toda sua vida. Algo ruge dentro de mim. Tamborilo meus dedos sobre meu peito.

Acalme-se, besta!

Não havia motivos para a agitação, a bella já é nossa, só restava a ela permanecer sendo.

—... Estou confiando, papà — diz, agora fora de sua persona mandona e controladora, assumindo há mais conhecida, há que foi capaz de enganar até mesmo a mim. Ou me deixei ser enganado? Não! Ela, me enganou! Ti
amo, papà! — a lágrima que escorre é rapidamente secada por seu indicador. Leon deve lhe dizer o mesmo já que seus olhos voltam a se encher de lágrimas, depois ela continuo a ouvi-lo, solta um riso afetuoso e volta a falar — Ele está com tanta saudades assim de mim? — pergunta cheia de si.

Nas Mãos Do Don - 2ª livro da série Nas Mãos Do Amor            (CONCLUÍDO)Where stories live. Discover now