Tracy Evie Kyle é uma adolescente que vive em Gotham. Sua mãe, Selina Kyle, tenta proteger a menina da realidade bruta e cruel da cidade, mas quanto mais a menina cresce, mas ela enxerga por trás dos muros.
A criança teve de aprender com esse fato m...
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Gotham City, 2024 (Tracy Evie Kyle)
As cobertas me envolviam de maneira confortável. Me revirava na cama enquanto sonhava pacificamente, tudo estava certo. Quando o som repentino e irritante do despertador invade meus ouvidos, me tirando de minha paz interior e me lembrando do mundo real, fora dos meus sonhos e do cobertor. É hora de ir para a escola. Me seguro para não choramingar.
Me levanto da cama e desligo o aparelho barulhento. Sinto as cobertas pesadas e ásperas nas minhas pernas, eu faria de tudo por mais umas horinhas de sono. Porém não quero levar sermão da minha mãe por me atrasar na escola, de novo. A senhorita Kyle pode botar medo em qualquer um quando quer. Minha mãe sempre foi um pouco rígida de certo modo, apesar de tentar me proteger de uma realidade que em algum momento vou ter de enfrentar. Sei que ela está orgulhosa de mim por ter conseguido uma bolsa escolar em uma instituição tão boa, talvez seja por isso que ela demande que eu leve isso com tamanha seriedade, e eu levo.
Tiro os lençóis de cima de mim e saio da cama, meus pés encontram o chão aveludado, o que foi um pouco reconfortante de certa forma. Abro a porta do armário e coloco meu uniforme, já virou costume usar a gravata azul escura, que me pinicava, aliás, mas hoje ela já não me incomoda. Observo o meu reflexo no espelho, o uniforme me dá um aspecto sério, mas um pouco deprimente, confesso. Apesar disso, a saia plissada com listras e a meia calça fina preta caem bem em mim. Mas isso ainda não tira o visual entristecido. Ponho minhas sapatilhas pretas nos meus pés.
Sigo para o banheiro, onde escovo meus dentes , eliminando o mau hálito matinal. Lavo meu rosto, a água gelada da pia entra em contato com meu rosto de maneira um pouco chocante, dando-me um pequeno susto, mas depois me acostumo com a temperatura da água. Feito isso, saio do banheiro, voltando para o quarto. Coloco minha mochila escolar nos meus ombros, sem antes checar se estou levando tudo que preciso para estudar.
Passo pela porta da cozinha, deparando-me com a visão de minha mãe apoiando as mãos no balcão, ela está com vestimentas pretas, uma camiseta justa e uma calça cargo, vestimenta básica, mas que fica espetacular nela. Eu me dirijo até o balcão, pegando uma xícara e pondo o café recém feito nela.
— Bom dia, filha. Dormiu bem? — Ela diz, referindo-se às minhas olheiras, cada dia mais visíveis.
— Bom dia, mãe. Dessa vez não acordei no meio da noite. — Brinco, de maneira um pouco obscura, talvez. Dou um gole no líquido quente, preparando-me para o dia. Assim que sinto o café queimar levemente minha língua, afasto-o da minha boca.
— Já guardou tudo na mochila? — Selina pergunta. Minha mãe, apesar de não demonstrar frequentemente, tem uma preocupação enorme por mim e minha segurança, tenho certeza disso. Ela não teve as mesmas oportunidades que tive, então é natural que ela queira que eu aproveite as chances que tenho na minha vida.
