𝐓𝐇𝐄 𝐒𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐄𝐕𝐈𝐋

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Marry Me
1
(este capítulo se passa no período de 40 dias em que Matheo estava fora, na Academia de Artes Divinas)

Duda's perspective
Estava doendo tanto
Eu sentia como se meu coração tivesse sido quebrado em milhares de pequenas partículas que nunca mais se uniriam novamente
O caminho até o dormitório feminino parecia longo demais, eu já não enxerga por conta das lágrimas que rolavam sem parar
Abri a porta do quarto dando de cara com Marceline e Eva que tinham acabado de sair do banheiro e tinham seus cabelos ainda úmidos
Eu não consegui controlar os soluços involuntários que escapavam dos meus lábios
Eu estava destruída
—Duda... - a loira diz se aproximando me puxando para um abraço
Me aconchego em seus braços deixando minha cabeça apoianda em seu ombro
Os soluços se tornavam cada vez mais altos
Eu estava com muita raiva, mas ainda assim, só conseguia pensar no tanto que eu o amava
No tanto que eu queria que tudo aquilo fosse uma mentira, um pesadelo
—venha, vamos deitar -Eva diz me puxando até a cama bem arrumada
Acompanho a loira até a cama deitando meu corpo enquanto ela jogava o coberto por cima de mim
Eva se sentou ao meu lado esquerdo e Marceline ao direito, aproveitei para apoiar minha cabeça em suas pernas, sentido seus dedos acariciarem meus cabelos compridos
Meu choro ainda era intenso mas aos poucos eu conseguia controlar minha respiração
—oque houve Duda? -Marceline perguntou depois de minutos de muito choro
—e-eu... nós... -as palavras se recusavam a sair da minha boca—acabou... -fecho os olhos com força, tentando falar—eu o disse que o amo, e ele, ele foi embora... ele foi...
—eu sinto muito querida... -a morena me abraça encostando sua cabeça na minha, Eva se junta ao abraço—vai ficar tudo bem
Passei a manhã inteira chorando e Eva e Mar ficaram o tempo todo ao meu lado, a morena até mesmo deixou que eu dormisse em sua cama
Desisti de tomar o café da manhã naquela manhã, estava sem fome, mas principalmente sem coragem para encarar a realidade
Eu prefiro levar mil tapas há ouvir novamente aquelas malditas palavras
"bem, que pena"

2

Passou duas semanas dentro do quarto, trancou todas as aulas, não viu ninguém; passou duas semanas chorando, chorando todas as manhãs, todas as tardes e todas as noites...

3

Acordei sentindo meus olhos inchados, minha cabeça doía e meu ânimo para levantar da cama era
zero
—se sente melhor? -olho na direção da voz, vendo Marceline já arrumada

Acho que dormi demais

—por que não me acordou? -perguntei me sentando na cama
—você estava dormindo tão lindamente, não queria te acordar -a morena respondeu
—voltarei as aulas amanhã -eu disse
—que bom Duda, realmente, que bom -Eva sorriu, abrindo a porta do dormitório para que ela e Marceline saíssem—até depois Duda...
Assim que as garotas sairam, eu chorei
Chorei no banho
Chorei escovando os dentes
Chorei trocando de roupa
Tudo, absolutamente tudo, me lembrava os malditos olhos cinzas
Como ele pode fazer isso comigo?
Por que ele fez isso?
Eu não consigo acreditar, eu não consigo acreditar, que depois de tudo, depois de tudo...
Eu estava tão disposta a estar com ele, o mínimo que eu esperava é que ele estivesse também
As semanas se arrastavam e eu me arrastava junto a elas
Eu havia ficado apenas duas semanas sem ir as aulas, e quando voltei, durante o resto da semana, não tinha visto Matheo ali, ele não tinha voltado ainda
E se ele nunca voltasse?
Eu dizia a Harry que não me importava mais, que não ligava para o moreno
Mas quem eu estava querendo enganar?
Eu o procurava por todos os cantos da Academia, afinal, faziam apenas alguns dias...
—Dudinha... - olho para trás vendo Jack e Vinnicius Medova
—Olá -dou um sorriso para os gêmeos platinados
Eu sabia que eles queriam saber como eu estava, a Academia inteira já sabia sobre a fuga de Matheo graças a boca grande de Harry
—Dudinha, nós ficamos sabendo, como é que você está? -Vinnicius começa
—estou bem, obrigada por perguntarem -menti, abaixo os olhos querendo evitar o assunto
Eu odiava os olhares de pena direcionados a mim, como se todos já soubessem o que iria acontecer, como se eu não tivesse passado de mais uma tola que se apaixonou pela pessoa errada
—Dudinha, por que não vem assistir nosso treino hoje mais tarde? -Jack percebe meu desconforto e muda rapidamente de assunto—por favor, desse jeito você pode liberar sua mente desse assunto, e eu ficaria muito feliz também, até jogaria melhor se você estivesse me assistindo
—eu não sei Jack...
—você irá, leve Eva e Dracuella com você se você quiser... -contorce os lábios
—irei tentar -pela primeira vez em dias dou um sorriso que não seja forçado
—vemos você lá Dudinha -Vinnie diz e eu me despeço dos irmãos seguindo até a sala comunal
Estava deitada na minha cama esperando as garotas chegarem, talvez ir assistir ao treino me faria esquecer um pouco as coisas, mas queria que elas me acompanhassem
—Maria Eduarda, daqui a pouco você irá virar uma parte da sua cama -me viro para encontrar o rosto da garota que havia acabado de passar pela porta, Marceline estava penteando seus enormes e longos cabelos pretos, Eva estava logo atrás dela
—na verdade, eu estava esperando vocês
—para que? -a loira me olha curiosa
—Duda, se for pra te dar banho, eu acho que você consegue fazer isso sozinha... -Mar fala
—Céus Marceline, não -levo minhas mãos até meu rosto—vocês poderiam ir até o treino de baseball comigo?
—mas você nem joga -a morena me olhou com confusão no rosto
—é o treino dos meninos, Jack Medova me chamou, por favor... -me levanto—por favor
—tudo bem -disseram as duas ao mesmo tempo
—o que eu nós não fazemos por você Sunlight? -a morena riu
—então, vamos -amarro meu cabelo em um rabo de cabalo desajeitado, enquanto Mar me analisava de cima a baixo—e eu não irei trocar de roupa
Eu estava confortável com meu moletom cinza
maior que eu
—eu não disse nada -Marceline levantou as mãos no ar
Assim que chegamos até o campo, sentamos no banco mais alto possível, o vento gelado batia contra nossos corpos nos fazendo encolher e apertar os casacos
O jogadores pareciam dançar no campo enquanto perseguiam as bolas que voavam de um lado para o outro
Eu não era adepta ao esporte, mas eram incrivelmente satisfatório assistir aos jogos
Por um momento desejei saber jogar