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- 𝐏𝐄𝐃𝐑𝐈 𝐎𝐍 -

E, finalmente, era dia de trote.

O Trote da Seleção funciona como uma forma de descontrair todos os jogadores e fazer com que eles se conheçam de uma forma um tanto quanto cômica.

Sentamos numa larga mesa, como de costume, e Xavi deu o pontapé para começarmos as apresentações.

Cada um escolheu uma música e apresentou-a, o resto dos jogadores funcionou como um juri.

Logo depois, o tal jogador se apresentava e se sentava para que o próximo passasse pelo mesmo ciclo.

O que tornava tudo ainda melhor, eram nossas reações combinadas, batuques na mesa, falas sincronizadas, muitas risadas, e a presença de todos.

Falando em presença, me surpreendi com Maitê hoje mais cedo, ainda no ônibus.

Não fazia ideia de que ela iria querer vir em algo do tipo, já que nos apelidou "carinhosamente" de incompetentes.

Digamos que eu estivesse, talvez, um pouco distraído.

Meus olhos estavam voltados a Maitê, que logo também direcionou seu olhar a mim.

E eu, como uma tentativa de disfarçar o quão distraído eu estava olhando para ela, olhei para o "altar" do trote, vazio.

Mas em uma questão de segundos, percebi que todos estavam gritando meu nome, era a minha vez.

Pedri! Pedri! Pedri! — Todos gritavam em alta voz.

Eu soltei uma breve risada e me direcionei ao "altar" do trote.

E como música, escolhi "PLAYA DEL INGLÉS" de Quevedo, um dos meus artistas favoritos.

Enquanto eu cantava um dos versos da música, pude perceber Gavira cochichando algo no ouvido de Maitê, fazendo-a rir.

Não prologuei meu tempo ali em cima, então rapidamente me apresentei e sai do palco, me direcionando a Maitê.

— Sua vez, Estressadinha. — Eu disse estendendo-a a mão.

— E por acaso eu tenho cara de incompetente para fazer parte dessas apresentações idiotas, González? — Ela disse.

— Se não tivesse, eu não estaria te chamando, não acha? — Retruquei.

— Se eu não estivesse na sua mente também não estaria me chamando, não acha? — Disse.

— Acho. — Eu disse.

E ela me encarou por alguns segundos, antes de pegar a minha mão e parar na minha frente.

— Eu te odeio, González.

— Então por que eu sinto você apertando a minha mão? Tá gostando é? — Eu disse, rindo.

A mesma me lançou um olhar tomado pela raiva e se direcionou ao altar do trote.

Maitê! Maitê! Maitê! - Agora gritavam.

- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

— Quero deixar bem claro que vocês são insuportáveis, e que eu desgosto de cada um de vocês por terem concordado com isso. — Eu disse, encarando Pedri com um olhar sério. — E não me peçam para cantar nada, por que diferentemente de vocês, eu não vou passar essa vergonha. — Completei, agora rindo sarcasticamente.

Eles vaiaram rapidamente e instantaneamente soltei um sorriso de desacreditada, era impossível escapar.

— Eu odeio vocês! — Eu disse, entre risadas.

Não havia saída, eu acabei aceitando meu destino e cantando um trecho de uma das minhas músicas favoritas.

E tudo acabou em risadas muito sinceras.

Mas não havia acabado completamente por ali. Nem que fosse rápido e simples, eu precisava me apresentar.

— Não conheço muitos de vocês ainda, mas pude perceber que alguns já sabem o meu nome. Me chamo Maitê Schmütz, tenho 19 anos e sou filha do novo técnico de vocês. Acho que vocês viram que eu não canto nada bem, mas é uma das coisas que me mantém feliz, então eu não me importo muito. A não ser que o assunto seja cantar para um bando de incompetentes como vocês. — Eu disse, rindo. — De qualquer forma, obrigada pela oportunidade e ironicamente falando, foi um prazer conhecer vocês.

Pude perceber conversas paralelas entre eles, e um olhar sério de Pedri ouvindo-as.

Meu pai logo tomou seu lugar à frente de todos e prosseguiu agradecendo a presença de cada um.

Me sentei ao lado de Ferran, já que Pedri havia tomado meu lugar ao lado de Gavira.

𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZWhere stories live. Discover now