021.

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- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

Hoje mais cedo, tive o azar de acordar mais atrasada do que nunca. (Chame isso do que quiser, menos de sorte).

Eu e meu pai saímos as pressas do apartamento e pegamos todas as espécies de atalhos possíveis. E como se não bastasse, passamos longos minutos perdidos, até que nos damos conta de que estávamos andando em círculos.

Acordar nas pressas e ainda precisar ouvir meu pai murmurando o tempo todo foi uma tortura.

E quando finalmente chegamos, demos de cara com um grande e azulado ônibus.

Os garotos gritavam, afobados, de dentro do ônibus.

— Surpresa. — Disse meu pai, bufando.

— Algo me diz que isso também é uma supresa para você, mas caso não seja, pode me explicar o que diabos está acontecendo aqui? — Eu respondi, confusa.

— Digamos que sim, eu não sei como pude me esquecer de que hoje teriamos Trote da Seleção Espanhola. — Ele refutou, se encostando na porta do ônibus.

— Por isso tão afobados. — Eu disse, rindo silenciosamente. — Mas o que seria esse tal "trote"?

— É basicamente um encontro com todos os jogadores da Seleção, para fazer farra, eu diria. Você vai ver. — Ele explicou.

Quando adentramos o ônibus, pude avistar Ferran e Gavira me chamando dos quatro últimos bancos vagos do ônibus.

— Pensei que não viria. — Disse Gavira.

— E vocês iriam ficar sem técnico no dia do trote? — Eu perguntei, rindo.

— Então já te contaram? — Perguntou Ferran.

— Não exatamente. — Eu refutei.

— Senta aí. — Apontou Gavira, para o assento ao seu lado.

— Onde está Pedri? — Eu perguntei, me assentando.

— Atrasado, como sempre. — Ferran disse, parecendo levemente desapontado.

Mudamos de assunto, até que eu me dei conta de que ambos haviam deixado um lugar vago ao meu lado, evidentemente para Pedri.

— Finalmente! — Ferran disse, abrindo os braços em sinal de indignação.

Era ele, agora, caminhando até nós.

— Demorou até menos do que eu esperava! — Disse Gavira, levantando-se para comprimentar seu melhor amigo.

— E você, Estressadinha, o que faz aqui em dia de trote? — Pedri perguntou.

— Vim te ver, González. — Eu retruquei, claramente sarcástica.

— Ah sim, como imaginei. — Ele refutou.

— Se imaginou, então anda pensando em mim, certo González? — Eu disse, orgulhosa.

— É isso que você quer, não é? — Retrucou.

— Isso o que? — Perguntei.

— Que eu pense em você. — Disse Pedri.

— Não preciso querer nada, você mesmo já pensa em mim por si só. — Refutei.

— Isso só nos seus sonhos. — Respondeu.

— Você não está nos meus sonhos, González. — Eu disse.

— É? — Ele disse, sarcástico, porém ainda sério.

— Sentem-se todos, por favor! — O motorista gritou, de longe.

Nos encaramos por mais alguns segundos e ele logo se assentou ao meu lado.

Foi uma longa e barulhenta "viagem".
Desde o ônibus, nenhum deles parou quieto por nem um mínimo segundo.

Todos se assentaram em uma larga mesa.

Meu pai, como técnico, foi o escolhido para dar início.

Mesmo tendo sido "pego de surpresa", tenho a certeza de que ele havia se preparado para aquilo desde muito tempo.

— Bom dia, garotos. — Disse meu pai, recebendo como resposta batidas contínuas na mesa.

Eu não fazia ideia de como aquilo funcionava, então confesso que foi extremamente confuso.

— Bom dia, garotos! — Repetiu, agora, em alto tom, finalmente recebendo um longo e sincronizado bom dia de todos.

E ali se começou um longo discurso.

Teoria comprovada. Ele estava, sim, pronto para aquele momento.

𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz