010.

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- 𝐌𝐀𝐈𝐓𝐄̂ 𝐎𝐍 -

Logo eu e meu pai estávamos no apartamento novamente. Dessa vez, sentamos juntos na sala.

Desculpe pela forma que venho falado com você, você sabe como eu quero que tudo seja exatamente como o planejado sempre, isso acaba tomando conta de mim as vezes. - Meu pai disse, sem graça.

Relaxa, eu te conheço, eu sei que não faz de propósito, tudo ainda é muito novo, sei que quer fugir de problemas logo no começo. - Eu respondi, dando um sorriso meio sem jeito.

Obrigado por me compreender tão bem. E desculpe por não ter escutado sua explicação depois do que aconteceu na hora do treino com Pedri, ainda quer esclarecer as coisas? - Ele disse.

Não acho necessário, você sabe que eu não faria nada do tipo com ele, eu acho. Além de que eu não quero voltar nesse assunto, é meio complicado. - Eu refutei.

Tudo bem, eu sei que não foi o que conceituei, posso ter me exaltado no calor do momento e você sabe que nesses momentos eu penso em todas as possibilidades. - Ele explicou.

Eu sorri sem mostrar os dentes, ainda sem graça.

Desviando um pouco do assunto, de onde surgiu toda essa conexão com Gavi? Vocês pareciam amigos de anos, fiquei surpreso, de um jeito bom, claro. - Meu pai disse.

Nem eu sei, foi tão repentino. Conversamos por horas durante todos os pontos, não imaginava que ele era tão legal. - Eu respondi.

E Pedri não ficou ciúmes não? - Ele perguntou.

Eu fiquei confusa, como assim? Impossível ele ter ficado sabendo do que aconteceu.

Não, claro que não. Ele me odeia, porque ficaria com ciúmes? - Eu respondi, me fazendo de idiota. - Digo, talvez de Gavi, por ser seu melhor amigo.

Não sei... só percebi uns olhares meio sérios para vocês dois juntos enquanto todos vocês saiam do CT. - Meu pai justificou.

Até meu pai? Inacreditável.

Deve ser coisa da sua cabeça, não tem muita lógica, ainda nem nos conhecemos direito. - Eu refutei, ainda me fazendo.

Sei, sei. - Meu pai disse, fazendo uma cara de "vou fingir que acredito" para mim.

Não faz essa cara, eu to falando sério. - Eu respondi.

Eu sei que está, só estou dizendo o que eu percebi, não quero deduzir que ele está com ciúmes, mesmo que seja o provável, já que se trata do melhor amigo dele. - Meu pai justificou. - Ou...

Eu suspirei e o encarei.

Ou o que? - Eu disse.

Ou, já que se trata de você... - Ele respondeu, levantando as sombrancelhas.

Como assim? - Eu perguntei.

Quando vocês brigam, sua atenção vai toda para ele, e quando você e Gavi estão conversando e rindo juntos, sua atenção vai toda para Gavi. Ele pode ter ficado com um leve ciúmes disso. E se ele realmente quer a sua atenção, ele usa o "ódio" de vocês para esconder que tem sentimentos por você. - Ele explicou.

Eu fiquei calada.

Pode ser que não, tô só falando. - Meu pai completou, meio sem jeito.

Eu permaneci calada, e por mais impossível que fosse, tentei ignorar essa possibilidade.

Ele me odeia, e eu odeio ele, só isso.

Muito cedo para deduzir algo do tipo, prefiro ficar na minha.

𝐌𝐈𝐃𝐅𝐈𝐄𝐋𝐃 - PEDRI GONZÁLEZWhere stories live. Discover now