4° Capítulo

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Algumas semanas se passaram desde que eu havia me tornado uma nova integrante da gangue Van Der Linde.

Fiz amizade com algumas garotas da minha idade no acampamento, porém eu não podia negar que eu era completamente diferente das mulheres daqui, o que as vezes me assustava um pouco.

Duth também acabou sendo muito compreensível comigo e me deu um cantinho só pra mim poder ficar, onde ficava perto do pequeno "quarto" de Arthur, Duth sempre insistia para que Arthur ficasse de olho em mim.

Tentaram diversas vezes me fazer falar de onde eu vim, sendo que eu sempre usava a mesma desculpa esfarrapada que tenho certeza que quase ninguém acreditava...

Eu vim do México, minha família foi morta e eu vaguei sozinha por muito tempo até que acabei me perdendo naquela tempestade.

Não, eu não sabia desculpa melhor que essa, se bem que eu realmente vim do México, então não é de toda mentira.

Eu me encontrava sentada em minha pequena cama, onde eu passava lentamente meus dedos pelo acolchoado macio de lã, a gangue de Duth vem sendo muito mais uma família em alguma semanas do que Colm foi pra mim em anos.

Porém... Eu não estava satisfeita comigo mesmo...

Ao pegar o pequeno espelho onde se encontrava na cômoda de madeira e ao me deparar com meu reflexo, eu apenas via um rosto de uma mulher cansada, muito cansada.

Faz poucas semanas que voltei a comer normalmente como alguém da minha idade deveria se alimentar pelo menos, estava aos poucos recuperando as forças que tinha perdido quando fiquei doente no meio daquela nevasca.

Eu passo os dedos delicadamente pelos meus cabelos ruivos, estavam secos e pareciam mais um ninho de pássaros do que um cabelo e sinceramente eu já não me sentia tão satisfeita com minha própria aparência, foi então que eu decidi fazer algo...

Bom vida nova, mudanças novas...

Eu pego minha faca que estava em meu coldre e olho na direção do espelho deixando ele apoiado na cômoda de madeira em minha direção.

Passo minha mão por meus cabelos dividindo uma boa parte dele, eu respiro fundo e então quando eu finalmente estava pronta eu passei a lâmina da minha faca por meus cabelos, fazendo várias madeixas ruivas caírem no chão.

E assim eu o fiz, cortei mecha por mecha de meu grande cabelo até ele ficar na altura de meu ombro, eu olho para as minhas mãos e vejo várias medeixas de meu cabelo espalhados pelo chão e pela minha perna e sorrio meio aliviada por ter tido tal coragem.

—O que você tá fazendo?— Eu olho para o lado para ver o dono da voz, até que me deparo com Arthur me olhando curioso.

—Acho que... Acabei de dar uma surtada!— Eu soltou uma risada baixa com o tal ato que eu acabará de cometer.

Arthur se aproxima de mim e pega a faca de minha mão, deixando ela em cima da cama.

—Eu não sou cabeleireiro, mas acho que consigo dar uma acertada nele pra não parecer que você viu algum espírito por aí.— Ele solta uma risada baixa, fazendo eu dar um pequeno sorriso para ele.

Ele pega um pequeno pote de brilhantina e passa um pouco em meus cabelos tentando ajeita-los, por um momento me perdi na serinidade de seu rosto, o que era raro de se ver, na maioria das vezes eu via Arthur com a cara fechada, as vezes nem falava muito, a sensação que Arthur me passava era sempre de proteção, era algo que eu não sentia desde que meu pai morreu...

—Está tudo bem, criança?— Ele pergunta olhando para mim.

Eu balanço um pouco minha cabeça me dispernsando de meus pensamentos e dou um pequeno sorriso.

Red Dead Redmption: Entre Laços e Sangue Where stories live. Discover now