Propósito de Sangue

Capítulo 10

Joe e o policial Michael voltaram e seguimos para delegacia.

Na sala de interogatorio a polícial me mostra um vídeo. A discussão que tive com Sophie ontem, em que eu a ameacei. Droga de adolescentes infelizes

- Sophie Milann, não chegou em casa ontem. Interroguei os amigos, os familiares, entramos em seu apartamento e nada. Se sabe o que aconteceu com Sophie é melhor me dizer agora.
Ela me julga com o olhar levando para o meu pulso. - Onde estava ontem a noite?

- Depois de sair do estágio fui para casa. Minha irmã Blair o noivo dela e meu pai estavam lá no hospital onde faço o estágio, eles foram para lá assim que souberam que eu tive um desmaio. Na saída fui convidada para ir para casa do Alex ouvir um podcast para estudar um caso, como a professora havia mandado. Mas recusei e fui para casa com meu pai. Convidei Avery para ficar lá em casa, porque estava muito mal para ir embora sozinha. Eu não consegui dormir e fui para o terraço ouvir o podcast e levei uma garrafa de vinho.

- Porque tá com o braço infaixado?

- Eu tive um surto psicótico e tentei me matar, mas o Joe estava lá para me ajudar.

- Fala com tanta frienza, os chupões no pescoço também foi um surto psicótico?
Coloco a mão no pescoço envergonhada.
A polícial pega o celular e coloca um vídeo, vira a tela para mim e vejo a ameaça que fiz a Sophie.

- Quem gravou isso?
Pergunto.

- É com isso que se importa, senhorita Leona?
Ela me encara friamente. E eu perguntando como se não soubesse, garotos malditos.

- Não, eu não...

- Sabe o que é estranho, que todos os seus amigos falou que você não suporta o Joe, e hoje pela manhã vi que são bem chegados, o que Sophie achou disso. Pode explicar?

- Sim, parece estranho, mas ontem a noite ele estava lá por mim, se não fosse ele poderia ter sido meu fim.

- Então você costuma abrir as pernas para os caras que estão com você em momentos ruim?
Ela não falou isso, que ordinária.

- Você e ele tem coisas incomum, sabia?...
Ela me mostra outro vídeo, onde Joe briga com Sophie no estacionamento.
Ele parece irritado com ela, seria por causa do áudio, penso.

- As câmeras estão funcionando? Então você pode ver que estou onde falei que estava na noite passada.

- Apenas as câmeras do estacionamento estão funcionando.

Um policial entra pela porta.

- Seu pai e seu advogado estão aqui fora.
Diz ele assim que entra.

- Família preparada a sua, seria a primeira vez que precisa rapidamente de um advogado?
Ela me confronta.

- O que te faz pensar que pode falar assim comigo?
Meu advogado entra pela porta, e vejo a polícial o olhar com bastante atenção. Será que ela o conhece, penso. Droga, claro que ela o conhece ele é um dos melhores, meu pai tão exagerado.

- Quando tiver provas concretas sobre minha cliente, você pode falar com ela.
Ele a incara e ela não parece gostar, droga. A última coisa que quero é a senhorita Jack contra mim.

- Leona?
Ela me chama e rapidamente me viro.

- Tenho uma informação sobre o caso da minha filha, gostaria que soubesse.
Olho para meu advogado e ergo as sobrancelhas, ele se vira e me deixa a sós com ela.
Agora fala manso? Seres humanos e suas péssimas manias de conveniência.

- Você disse que a última vez que viu minha filha foi na boate, certo?

- Sim.

- Um amigo me disse ter visto você e Ellie gritando na frente da igreja principal. Leona eu entendo os efeitos da "boa noite cinderela" Espero que já tenha ido ao hospital. Eu só...-
Ela se perde nas palavras e apoia o rosto sobre a mão direita. - Só gostaria de perguntar se pode refazer os passos daquela noite. Se lembrar de algo, por favor me ligue. -

- Sim, posso fazer isso. -

Saindo da sala de interrogatório Joe me olha, dou um leve sorriso de canto para ele. O policial o chama, ele se levanta e passa por mim
- Acredita em mim?
Ele sussurra. Meu advogado me olha e me chama.
- Senhorita Leona?
Caminho até ele, e nos direcionamos para fora da delegacia.

- Que merda você pensa que está fazendo, Laura?
Ele grita furioso.

- Baixa a porra do tom com a minha filha, e pro seu governo é Leona.

- Tio, eu não irei ficar performando pro mundo, se me chamou pra brincar de casinha saiba que vou cair fora. Você sabe oque ela fez? É difícil acreditar não é que a perfeita Laura foi capaz de assassinar aqueles inocentes.
- Olha pra mim Adam, eu não precisava de você, e não preciso agora.
- Tinha provas contra você e eu te livrei, mentiu tão bem que todo meu esforço valeu apena. Eu deveria ter rasgado meu diploma por me sujeitar a você e ao dinheiro dos seus pais.
- Se não fosse o dinheiro dos meus pais você não teria o diploma que tem, então faz o seguinte Adam, entra lá e me entrega. Aproveita e fala todo o dinheiro sujo que você e o maldito do Samuel roubou das igrejas, ou melhor fala que você se declarou pra mim dias antes do meu casamento, sabe eu nunca entendi todo o seu ódio, somos primos distantes, mas ainda sim somos primos, como poderia cogitar que eu me casaria com você.
- Laura, você mente tanto que acredita na própria mentira, você não lembra do que tivemos? Você entrou nessa falsa versão de menina nova na cidade, loira, farrista e fumante. Esqueceu de quem é, mas eu sei quem você é ou pelo menos achei que soubesse, até ver você performando pro seu mundinho novo.
- Essa é a minha verdade, a que vivo agora. Decida você se acredita ou não, porque a verdade é simples e fria, agora se prefere inventar uma e impor em mim, que faça, Adam! Mas acredite, não será uma tarefa fácil.

Meu celular toca, atendo e ouço a voz do Joe.

- Eu estou preso, Leo. Preciso de você, preciso que cuide da minha vó.

- Quem é?
Grita Adam e pega o celular da minha mão.

- Alô?-
Pego o celular a força da mão dele e o encaro.

- Leona!
Grita a srt. Jack. Caminho até ela, e Adam vem junto a olhando com superioridade.

- Pede pra sua cadelinha esperar aqui fora?
Ela diz ironicamente. Dou uma risada e olho para Adam, ele respira fundo e revira os olhos.

Volto para sala com a srt. Jack. E ela me mostra mais um vídeo.
- Tá vendo? É você no terraço, ontem foi noite de eclipse e tinha um casal tirando fotos do céu, e como pode ver, eles iria gravar seu suicídio. Esse casal vive no hotel ao lado. Tá com sorte hoje, mas seu amigo não. Espero que não banque a advogada pra tentar tirar ele daqui.

- Por quê? Ele estava comigo!

- É querida, não posso dá explicações, mas tenho prova suficientes para deixá-lo aqui até que o corpo de Sophie apareça.

Me direciono para a saída da delegacia junto de Adam, que me olhar com ironia. Você eu mataria, penso.

- É impressionante...
- Oque?
- Como sempre estou certo, não é mesmo?
Olho demasiadamente para Adam.

- Leona, você tá bem?
Senhorita Jack me olha com, pena?! Porque esse olhar, estou bem.

É ridículo como os gatilhos emocionais podem desencadear seus demônios do passado, seria possível seguir em frente e esquecer? A minha ex psicóloga diz que sim, mas essa maldita voz, essa maldita voz que insiste em gritar na minha cabeça e manisfestar coisas que eu adoraria esquecer, ela não vai parar, e o que eu deveria fazer? Rezar? Me confessar? eu não sei rezar, querido Deus .... Eu gritei por você por meses, naquela cama, amarrada e morta por dentro, o que fiz contra ti para receber tanto ódio.

Seria possível só tomar um remédio que fizesse a voz parar? Ou algo que fizesse tudo parar, é exaustivo fugir o tempo todo, minha mãe diria, " Não tem ninguém te perseguindo" mas acontece que eu estou, sempre estou me perseguindo e mentindo, pra mim e para todos.

Talvez se confessar, nada a perder, nada a ganhar. Sigo para o carro e vejo Adam e meu pai conversando. Gostaria que tudo tivesse sido diferente Adam, mas não foi.

- Laura!
Grita Adam.

- Encontro vocês em casa!
Grito de volta.

....