Propósito de Sangue

Capítulo 9

Joe me levou de volta para o apartamento, a porta estava aberta, estranho. Penso.
    

— Você teve um surto psicótico. Tira esse casaco, preciso higienizar seus braços.
Tiro lentamente ficando apenas de sutiã. Vejo que o sangue que estava em minhas mãos era dos meus pulsos.

          Joe com grande atenção pega meu kit primeiros socorros e limpa todo o sangue, nenhum corte precisará de ponto, ele fala enquanto enfaixa meus braços. Por um momento lembro o quanto já julguei esse homem e me sinto constrangida, é fácil quando não se conhece bem, é Avery você tem razão.

— Obrigada. Olha Joe, você me perdoa? Em alguns momentos eu falei o que não divia de você, e fiz pessoas pensar o mesmo.

— Eu sei, eu ouvi o Áudio da sua amiga, não sou sociopata, acredite ou não, possuo muitos sentimentos. Confesso que é estranho meu amor por Luna. — Solta uma risadinha. — Mas quem se apaixonou por ela lá no apê mesmo é minha biza. Por isso e outros motivos que eu me esforço pra se aproximar de você. Minha biza diz, "Se tem alguém que enfrentar o Marcus para por um gatinho nesse lugar, esse alguém vale ouro."

— Ele me faz pagar valor de dois apartamentos por isso, acredita?
Dou uma risada.

— Prontinho.

          Voltei com Joe para sala e vejo o sol bater na janela. Já está amanhecendo, a noite foi mais longa do que pensei. São 06:06

— Posso perguntar algo?

— Sim, claro.

— Por que mudou de nome?
Pergunta Joe. — Você estava gritando pra si mesma, algumas coisas e eu ouvi.

— Quando eu completei dezoito anos me cansei com o homem que pensei ser o homem da minha vida, mas ele sim era um sociopata. Depois de descobrirmos que eu sou esterio, ele começou a me agredir e abusar fortemente, levava mulheres para casa e transava com elas a minha frente. Até que um dia ele levou uma, mas essa ele disse ter se apaixonado, Samantha tinha apenas quinze anos e estava tão assustada com ele, eu tentei chamar a polícia e ele me amarrou na cama, passei longos meses de tortura. Até que em uma noite Samuel me soltou e disse que tinha uma grande surpresa, ele entra no quarto com um bebê ensaguentado e uma tesoura na mão. Joga em meus braços e diz — Leona é o nome que me disse que daria a nossa filha, agora temos uma filha.— Aquilo me consumiu por completo, consegui golpealo com o abajur, pegar o bebê e logo corri para salvar Samantha, mas era tarde demais. Ele a enterrou viva, e ....

— Laura?  Você é Laura Simon.
Me interrompe dizendo.

— Sim, e eu odeio os vídeos de histórias bizarras sobre a minha vida. O governo deixou eu mudar meu nome, por segurança, já que cada um decidiu ter uma versão de quem era o errado da história. Tem noção?

— Parte de você ficou lá, não precisa ter medo, o passado pode te atormentar por anos e anos se você alimentar ele, pequenos gatilhos podem disparar sentimentos que você se quer pensou que tinha dentro de si, e o mundo inteiro parace cair encima de você com afirmações de que tudo o que te aconteceu foi por sua culpa. Mas não, Leona, a culpa não é sua. — O olhar de Joe penetra quase que minha alma, e sinto que poderia morar nesse olhar, que não me importaria de deixar o tempo passar, não me importaria de ser chamada de Laura novamente e ser julgada, porque esse olhar, essa certeza me faz acreditar que minha existência ainda merece um pingo de felicidade, mesmo que seja emocionada e momentânea.

       Percebo que Joe tocou minha mão lentamente, sinto uma vibração e conexão imediata. Dou um beijo em sua boca sem pensar, levando a mão esquerda em seu pescoço.
— Desculpa por isso.
Digo afastando o rosto.
Ele não diz uma palavra e me beija novamente, me levando a sentar em seu colo. Sinto suas mãos passando levemente em minhas costas, me envolvendo em um abraço carregado de emoções. Joe se levanta comigo em seus braços, beija meu pescoço, com meus cabelos preso em uma de suas mãos. Ele caminha até o quarto, que o direcionei. Me põe na cama e retira toda minha roupa, nossos olhares estão totalmente conectados, retira sua camiseta e desce beijando todo meu corpo.